Nada como reuniões de família.

E Hawaii Five-0 não deixou nada a desejar em seu primeiro episódio especial de Dia de Ação de Graças. Tudo bem que a solução do caso pode não ter sido tudo aquilo, mas a tensão pra resolver já valeu por si só. E nada como ter Danno de volta (com direito a crise de ciúmes) e reunião da família McGarrett. Que aliás, foi bem emocionante.


Quando Ha'uoli La Ho'omoaika'i (Feliz Ação de Graças) começou com uma até então desconhecida tradição da data, a turma jogando futebol ao som de If You Want Blood (You've Got It) do AC/DC já senti que ia ser muito bom. Aí Danno já queria botar ordem na casa e queria saber porque o até recentemente odiado Glover estava ali. Resposta simples: ele estava sozinho. Danno não pode esquecer que ele próprio já foi o "sozinho" dali um dia. Só me pergunto onde foi parar a filha do Grover, mas como ainda não ficou claro se ele é viúvo ou divorciado a garota pode ter ido passar o feriado com a mãe. Enfim, Steve teve que sair do jogo pra colocar o peru no forno mesmo com todos os protestos. Peru esse que estava sendo descongelado com o secador de cabelo porque Mary esqueceu de deixá-lo na água gelada durante a noite. E de surpresa chegou a Tia Deb (Carol Burnett), que abriu mão da carreira de cantora para criar Marry depois da suposta morte de Doris. E como desgraça pouca é bobagem, Steve, e toda a Five-0, foi chamado pra um caso.


Pescadores encontraram um barril, e dentro dele um corpo já sendo deteriorado por soda plástica (que de início se acreditou ser soda caustica). Graças a um chip de identificação descobriu-se que a vítima era um agente do Serviço Secreto chamado Kyle Russo. Quando o Agente Devin Campbell (Paul Ben-Victor) informou que o Presidente estava vindo para Oahu passar o feriado ficou claro que o caso tinha hora marcada pra ser resolvido, o Air Force One já estava no ar. E ficou ainda pior quando se descobriu não ser uma simples viagem de Ação de Graças, mas uma reunião com a Coréia do Norte. A diplomacia estava em jogo.

A correria para prender o principal suspeito, Dante Barkov, foi bastante tensa. Com direito a Steve fazendo tortura psicológica com o tal do Rafael Moreno. E ele mereceu. Achou mesmo que aquele truquezinho ia funcionar com o Grover? Mas acabou que Barkov não queria ser o Lee Harvey Oswald de Obama, estava era atrás de Andrea Hicks por ter testemunhado contra uns russos que o contrataram pra dar cabo da moça. Quando Andrea e sua mãe apareceram imaginei que teriam alguma relação, sabia que não estavam ali só pro Danno fazer seu comentário sobre a utilidade de vizinhos enxeridos. Mas não de que a coitada seria a vítima. E apesar de assim como muitos ter achado esse fato um pouco decepcionante, faz um pouco de sentido se for analisar o que isso acarreta. Mostrar uma ameaça real a um Presidente real (a série optou por usar Obama ao invés de um presidente fictício provavelmente por ele ser do Havaí) no dia em que se completam 50 anos do assassinato de John F. Kennedy seria terrorismo, não uma mera referência. De qualquer modo, foi demais ver Chin como atirador de elite.


Claro que não posso deixar de comentar a cena em que Steve, Danno, Chin e Grover esperavam para receber Obama. Pareciam quatro adolescentes indo conhecer a banda favorita. Onde Danno era o fanboy nervoso de ansiedade e querendo saber se estava bonito, Grover era o tranquilão "descolado", Chin era o feliz por ter algo em comum com o "ídolo" e Steve o que se acha por já o ter conhecido antes. E pelo visto teve mesmo algo a ver com a missão Strawberry Fields, citada anteriormente no 2x03 (Kame'e). Mas não falemos disso porque é "confidencial". (Só que agora fiquei ainda mais curiosa pra saber do que se trata.) E confesse, você acreditou mesmo que por um único segundo que o Presidente ia aparecer de verdade né? Eu acreditei.

Tivemos um pequeno momento onde pudemos ver uma conversa de Chin e Kono. Ele declarou que após terem voltado de Tóquio derrubaram o resto dos aliados de Michael Noshimuri. Não há mais o que temer. Kono revelou ter descoberto pistas de que Adam estaria em Seattle, e iria conferir. Ainda prometeu estar presente no próximo Ação de Graças. Vamos aguardar.

E em meio a tudo isso tivemos as adoráveis confusões da Tia Deb. E como toda boa tia já chegou falando dos cabelos brancos de Steve e criticando suas tatuagens. (Tias!) A cena no supermercado com Mary e Baby Joan pra comprar outro peru foi bonitinha. (Aquilo era mesmo um peru? Já vi frangos maiores que aquilo.) Com os conselhos e encorajamentos. E tudo ia bem até que Tia Deb precisou comprar "erva" e foi presa. Aí veio o baque pra Steve, Deb tem um tumor cerebral inoperável e optou por não fazer o tratamento. Não é difícil imaginar porque ele se sentiu contrariado. Perdeu o pai, reencontrou a mãe mas ela parece fazer questão de desaparecer e agora isso. Foi um dos momentos mais emocionantes da série, incluindo quando Steve contou pro Danno e mais tarde quando consolou Mary.


Como Tia Deb queria ser fichada como qualquer cidadão fora da lei, Steve mandaria alguém buscá-la quando estivesse acabado. Ela pede alguém bonito e ele manda a Cath. Também acho a Cath linda, mas acho que não foi isso que ela quis dizer. Mas eu ri quando Deb questionou o uso do termo "amiga". (Definitivamente tias são todas iguais, só mudam de endereço.) E mais um belo momento veio a seguir, quando Tia Deb pediu a Cath que mantenha Steve e Mary juntos. Foi triste e bonito ao mesmo tempo.

Por fim a tão esperada ceia, que acabou sendo no restaurante onde Nick canta. Não só porque Danno se recusava a comer os camarões de Kamekona no Ação de Graças, mas porque Steve resolveu seguir o conselho do amigo e criar lembranças. Assim proporcionou à Tia Deb um momento de estrela onde eles eram sua principal plateia. E não havia música mais perfeita que I Got the Sun in the Morning, do musical Annie Get Your Gun. Foi a mensagem final que o episódio precisava.


Próximo episódio só dia 13 de Dezembro, o que significa duas semanas de hiatus. Mas seremos recompensados com flashbacks de Pearl Harbor. Até lá!

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