Há pouco menos de um mês, o netflix liberou a segunda temporada completa de Orange is The New Black em seu serviço de streaming, uma de suas melhores produções originais que, após fazer uma excelente primeira temporada, conseguiu se aprofundar ainda mais nos dramas de seus personagens, trazer novas caras e suas interessantes histórias de vida e, divertir com um humor que se divide com os momentos de drama perfeitamente para fazer uma segunda temporada ainda melhor.
(Atenção: spoilers is the new black)
Pois se a primeira temporada de OITNB já havia sido excelente (mesmo com uma barriga da metade para o final), a segunda conseguiu ser ainda mais interessante e um tanto quanto mais sombria. Sim, aqueles momentos obscuros, como o do primeiro ano em que Chapman vai parar na solitária, voltam a ocorrer aqui, especialmente após a chegada da já icônica vilã, que todos aprendemos a odiar, Vee.
Tom sombrio este que vemos já no início da temporada, em que temos Chapman sendo completamente arremessada no escuro (e nós telespectadores, junto à ela) quando é obrigada a ser transferida para uma nova prisão, nos fazendo temer que a personagem talvez não consiga retornar ao seu antigo "lar" e, pior, que talvez não consigamos mais ver as antigas presas.
Esta premiere também nos remete ao piloto da série, quando a personagem chega pela primeira vez no presídio de Litchfield completamente perdida e desorientada. A diferença é que ao invés de chinelos de absorvente, temos baratas traficantes de cigarro e assassinos que "graças a Deus não são estupradores". Os roteiristas até repetem a fórmula do primeiro episódio, colocando Alex como a única conhecida de Chapman e nos fazendo odiá-la por, mais uma vez, passar a perna em nossa protagonista (o que dura por apenas alguns episódios, afinal, assim como Piper, não conseguimos odiar Alex).
Mas, enfim, retornamos a Litchfield onde reencontramos nossas personagens favoritas. E, nesta temporada, em especial, temos a prisão ainda mais segregada e dividida em grupos. Vee sendo uma das principais responsáveis por acabar com o clima de família e o bom humor que víamos na primeira temporada. Personagem esta que chega ao local sem nenhum aliado, mas consegue facilmente manipular todos a cumprirem suas demandas.
Sendo até mesmo capaz de separar a dupla mais irreverente da série, Poussey e Taystee, Vee foi um grande exemplo de como uma excelente vilã deve ser construída. E tudo isso somado ao fato de ter espancado Red (minha personagem favorrrrrrita, com muitos R's de sotaque russo), acabou fazendo com que o desfecho da temporada - no qual Miss Rose, ao fugir da prisão, decide transformá-la em um quebra-mola humano - fosse digno de aplausos.
Vale também citar um dos melhores episódios da temporada, "A Whole Other Hole", no qual Morello, ao saber do casamento de seu antigo "namorado", decide fugir até a casa do mesmo e se depara com convites de casamento, ursinhos com frases românticas e até um vestido de noiva. E mesmo sabendo de toda a loucura da personagem, torcemos e ficamos desesperados para que a mesma volte a tempo de sua fuga não ser notada. Sem contar que é neste episódio que temos a maravilhosa aula de anatomia à respeito dos diferentes buracos da vagina, dada por ninguém mais ninguém menos que o transsexual da prisão.
Os flashbacks também adicionam ainda mais ao saldo positivo da temporada. Com eles, pudemos ver muitas das razões pelas quais algumas daquelas mulheres chegaram a cometer crimes; algumas por mero prazer, como Miss Rose que assaltou diversos bancos e levou vários namorados para a cova; e outras por mera necessidade diante de uma condição social injusta, como Glória que acabou burlando o sistema de tickets de alimentação para sustentar seus filhos enquanto ainda tinha que lidar com um marido abusivo.
Também tivemos o plot da greve de fome na prisão, promovida pela propositalmente irritante Soso (cujo nome dispensa comentários) e que acabou envolvendo Jane, a freira favorita de todo mundo com seus comentários sobre masturbação e seu livro intitulado "Nun shall pass" (melhor trocadilho ever). Já plots como o do bebê de Daya e a traição de Larry, apesar de dispensáveis, nada prejudicaram o andamento da temporada, que no geral merece mais elogios do que consigo encaixar nesse texto.
Fica impossível falar de todos os momentos divertidos e eletrizantes dessa temporada aqui. Então deixo para vocês compartilharem nos comentários quais foram os seus favoritos. Em suma, desejo que todos vejam as duas temporadas de Orange is the new Black o mais rápido possível e, é claro, que todos os prêmios do mundo sejam dados a Uzo Aduba pela atuação magnífica que compôs a personagem Crazy Eyes. Que venha a terceira temporada e mais "the animals, the animals. Trapped, trapped, trapped 'till the cage is full. The cage is full..."
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