Se o episódio
passado me deixou pensando que os roteiristas estavam exagerando nas piadas
sobre sexo apenas com o objetivo de obter riso fácil, pelo menos daquela vez esses
momentos engraçados e chocantes ocorreram. Dessa vez, tivemos uma série de
ações sem muito sentido ou impacto.
Vejamos, sem
nenhuma ordem em particular. Tivemos o desenvolvimento e possível conclusão
daquela história totalmente sem objetivo, que era da Debbie aprendendo a
segurar a respiração debaixo d’água por 90 segundos. Certo, então ela foi à
piscina, algumas meninas sacanas fizeram chacota gratuita dela não sei bem por
que motivo e pelo fato de ela ainda não ter seios desenvolvidos. Então
colocaram ketchup na sua cadeira e ela revidou segurando a loirinha venenosa no
fundo da piscina. Suponho que por 90 segundos. E eu pensando, e daí?
Também tivemos o
pai de Jimmy (cujo nome insisto em esquecer) pedir a Ian para roubar coisas de
sua mansão devido ao fato da ex-esposa não deixá-lo entrar em casa, resultando
em Mickey sendo atingido no traseiro e sendo tratado, justamente, pelo pai de
Jimmy. A cena foi engraçada e chegou a ser emocionante até certo ponto.
E tivemos Kevin
e Veronica tentando ter um filho (ideia que os roteiristas enfiaram na série no
último episódio assim sem mais nem menos) e, como Veronica é estéril, eles
decidiram usar a mãe dela (autêntica MILF, como diriam em inglês) como barriga
de aluguel e Kevin se masturbando no armário para conseguir o sêmen e ela tendo
que inserir o dito cujo em sua vagina por meio de um “turkey baster”, espécie
de seringa ou conta-gotas grande usado para umedecer peru. E ficou mais um “e
daí?” no ar.
Lembram do Carl
com câncer? Pois é, o Frank simplesmente chegou e lhe disse: você não tem mais
câncer. Simples, assim. Também simples foi o caso de Molly, a menina com “pênis
de menina”. Fiona também chegou e lhe disse algo como: você é um menino e sua
mãe odiava homens.
Tivemos o Lip se
dando conta de que estava “casado estilo gueto” com Mandy e lhe deu uma ducha
de água fria metaforicamente, praticamente lhe dizendo “Larga do meu pé, mulher,
e vai pra tua casa!” Leve tensão no ar. Mas ele pediu desculpas e não chegamos
a lugar algum realmente. Pelo a cena final com fogos de artifício foi bonita. E confesso que gosto cada vez mais da nova Mandy.
Já a situação
que vinha sendo construída e pedia um clímax mais elaborado, o fato de Fiona
ter revelado que era a única que não servia sexualmente o gerente tarado Billy,
teve um desenvolvimento morno. Uma colega colocou tachinhas na sua gaveta de
moedas. Não que tenhamos VISTO as tachas, mas ela FALOU que tinha. Ah, e
trancaram-na no banheiro por uns minutos para parecer que ela estava fumando. E
eu que esperava que elas aprontassem algo muito elaborado e criativo, e
tornassem sua permanência lá um inferno. Não aconteceu.
E tem o Jimmy.
Ah, Jimmy, Jimmy, Jimmy... O que os roteiristas fizeram contigo? Jimmy, no
tempo que era Steve, era um personagem misterioso, engraçado e cativante. Mas
nessa temporada tudo o que fez foi fugir da máfia brasileira (dessa parte
confesso que gostei) e fazer biscoitos. E agora passou o episódio se lamentando
que o pai é gay e tem um relacionamento com Ian. Acorda, Jimmy! Ninguém gosta
de alguém que fica só se lamentando.
Está certo que
Fiona podia ter sido um pouquinho mais sensível, mas, francamente, ela perdeu a
paciência e eu também. E para arrematar, O Jimmy safado terminou nas garras
daquela brasileira que, como boa brasileira, não entende o que é pobreza. Pois
é, essas brasileiras com seu amor livre e seu Carnaval são um perigo e uma
tentação para homens safados que se sentem por baixo.
Ah, e teve a
história da Sheila e do Jody. Tivemos uma leve sugestão do que aconteceria se
Jody perdesse o controle sexualmente falando, mas como Shameless tem uma multidão de personagens com histórias paralelas,
nada tem sido desenvolvido adequadamente. E confesso que esperava algo muito
mais intenso e, não mera sugestão de jogos sexuais descontrolados.
O detalhe de Sheila
cuidar de uma freira quase inválida que fez voto de silêncio, levando-a a um
falso senso de segurança e a expor suas “perversões” sexuais a ela acabou
rendendo um momento engraçado e inesperado quando descobrimos que a velha
senhora era silente da boca para fora, mas blogava tudo o que devia e o que não
devia no seu iPad. Mas a situação, que originou o título do episódio, morreu
ali, com Sheila devolvendo a inconveniente ao padre que a trouxe.
Deixei para o
fim a parte melhor. Foi muito interessante ver o desespero de Frank, e depois
de todos os Gallaghers, em tentar encontrar o corpo da tia Ginger, que Frank
enterrou no quintal para continuar a receber os cheques da Previdência. Mas,
como tudo no episódio, foi uma piada que, uma vez contada, depois de contada é
esquecida. Isso só me fez lembrar do episódio sobre a tia Ginger, o terceiro da
primeira temporada, em que a situação foi desenvolvida, ganhou tons dramáticos
e tensos e refletiu um dos melhores momentos de Shameless. O que aconteceu com aquele humor irônico? Bons tempos
aqueles.
Confesso que o
clímax em que a assistente social (depois de denúncia do f.d.p. do Frank) chega
no pior momento absolutamente possível foi absolutamente hilário e me deixou
intrigado. Como os jovens Gallaghers sairão dessa? É possível que esse tido de
situação renda bons momentos e uma trama mais sólida, o que será muito
interessante. Mas isso se a história não for diluída entre tantas outras e
entre tantos personagens.
E aí? Como os
Gallaghers resolverão o problema com a Assistência Social?
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