Os perigos de se pegar carona
na estrada.
Mesmo em sues
momentos menos inspirados, Archer tem uma história que traz uma coleção de
piadas no diálogo e visuais, mais cenas de ação, isso tudo aliado a uma arte de
animação impressionante. Dessa vez tivemos um episódio que nos trouxe o
entendimento entre Sterling Archer e seu padrasto, Ron Cadillac.
Tudo começa com
uma situação típica de filmes de espionagem: um agente está detido em um país
hostil e precisa ser resgatado. Só que no caso de Archer, o país é a República
Socialista... do Canadá, e o local de sua detenção é o Cassino de Montreal. E o
motivo de ele ter perdido seu passaporte também não é nada nobre, pois tudo não
passou de uma bravata de bêbado tentando impressionar uma mulher.
Assim, Maloroy
recusa a conceder extração a Archer e o manda plantar batatas. Felizmente,
Archer pode contar com seus amigos, não é? Bem, não é bem assim, pois todos se
recusam a ajudar, até mesmos eu fiel mordomo Woodhouse.
O único que está
disposto a ajudar é Krieger, mas ele apresenta a melhor desculpa de todos, pois
está detido no laboratório em uma de suas experiências que não dão certo, numa
cena hilária bem típica de Krieger.
Ao mesmo tempo,
Malory, mãe de Archer, está tendo desentendimentos com seu novo marido Ron e
este, para cair nas graças da mulher, resolve apanhar Archer em Montreal. E a
viagem não poderia ser mais acidentada, porém não menos significativa para os
dois personagens.
Archer aprende
que Ron tem um passado obscuro, e, por conta disso, eles são emboscados na
estrada numa cena emocionante.
Tudo isso porque
Ron carrega consigo uma mala de dinheiro para colaborar com seus velhos
comparsas.
E Ron abre o
jogo, contando que na juventude, eles roubavam carros, seus amigos foram para a
prisão e Ron os vem protegendo. E pelas imagens, parece que Ron foi jovem há
muito, muito tempo.
Como se não
bastassem tantos problemas, eles pegam carona com um caminhoneiro aparentemente
honesto, mas que os leva ao seu antro, onde fica uma gangue caminhoneiros/motoqueiros
travestis produtores de filmes pornôs. E os dois só escapam porque eles ficam
com seus saltos altos presos na lama, numa cena pra lá de bizarra.
Eles finalmente
conseguem pegar um trem que está passando. E é aí que Ron e Archer se acertam. Enquanto
o pobre (e velho) Ron passa o diabo para alcançar o trem, os dois começam a
discutir sobre por que Archer o odeia tanto.
E Ron faz com
que Archer veja que é porque Archer não quer que a mãe case com ninguém e a
quer só para ele, num momento pra lá de perturbado. Realmente a relação entre
Sterling e Malory não é nada saudável, mas pelo menos Archer admitiu que pode
haver algo estranho aí e finalmente aceitou o padrasto. E, o que é mais
importante, deixou o pobre homem subir no trem!
Enfim, complexos
de Édipo à parte, Archer e Ron se entenderam e talvez, com isso, Archer tenha
dado um passo na direção de um amadurecimento de personalidade, pelo menos
tanto quanto se pode esperar de um personagem de desenho animado.
Restou a Archer
entregar o padrasto em tempo para a ópera com o benefício de irritar a mãe ao
se tornar amigão de Ron.
E coube a Archer
a última risada, fazendo com que seu mordomo comesse uma tigela de teias de aranha
como punição. Como sempre, o pouco de autoestima do pobre Woodhouse é
destruída.
Pérolas
do diálogo:
Apelido de Ray a
Carol: Clamidiota. Dá para adivinhar por quê, certo?
Caminhoneiro
travesti: “ Infelizmente vocês não podem
vir comigo na cabine. Terão que ir lá atrás com a carga. Coisas do seguro.
Agradeçam àquelas bichinhas democratas do Congresso.”
Archer (para a
gangue de travestis): “Olá, rapazes, se é
que é assim que vocês se autoidentificam.”
Archer: “Nós já teríamos sido mortos se a gangue não
estivesse de sapatos altos perturbadoramente sexy.”
Archer (para Ron
ao tentar pegar o trem): “Corra como se
fosse jovem!”
Ron: “Você odeia o fato de sua mãe ter casado com
qualquer um. Você a quer só para você!”
Archer: “O quê?”
Ron: “Olá! Chamando Dr. Bates. Norman Bates!”
Archer: “Cale a boca! E... Ewww!” (Fazendo cara
de nojo.)
Ron: “Tá, peguei pesado. Mas você tem que admitir
que sua relação com ela é um tanto... pouco saudável.”
Woodhouse: "Às vezes eu penso em fugir. Mas quem me acolheria? Ninguém, Woodhouse. Ninguém.
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