Hora de recomeçar.

A morte de um personagem é um dos recursos mais básicos usado por um roteirista para surpreender ou emocionar seu público. No caso de "The Vampire Diaries", este artifício têm sido utilizado ao longo das quatro temporadas e funcionado muito bem. Desde então, presenciamos a perda de Vick, Ana, John, Tia Jenna, Alarick Martin, entre outros. Contudo, nunca antes havia sido feito um episódio dedicado apenas a dizer adeus a um destes personagens.

Quem acompanha minhas reviews sabe que nunca gostei do Jeremy. Não é atoa que o carinhosamente apelidei de Jeremias. Todavia, devo confessar que a perda do personagem se mostrou sim considerável e que será de fato sentida dentro da trama, especialmente após o mesmo ter ganhado utilidade desde que se tornou um dos Cinco.

"Stand By Me", portanto, trabalha muito bem sob o senso de perda. Inclusive, o luto de Santelena está exposto em cada olhar desesperado ou vazio figurado aqui por Nina Dobrev - o olhar impotente e notável de uma pessoa que perdeu a tudo e a todos. Sem dúvidas, a dor da protagonista é palpável e, somente pior do que isto, é vê-la criar a expectativa falha e desesperadora de que tudo ficaria bem quando o anel realizasse a magia que o traria de volta a vida. Uma esperança, inclusive, que muitos telespectadores tinham por não saberem que o anel-ressurreição é incapaz de trazer de volta uma criatura sobrenatural.

E quando Elena finalmente percebe que não haveria macumba afro-descendente ou canção de Aline Barros forte o suficiente para ressuscitá-lo, a cena é fortíssima. Não há, aliás, como não se sensibilizar ao ver a vampira puxar o cobertor que cobria o rosto do irmão e vê-lo ali... pálido... sem vida.

É claro, ainda haveríamos de ter o plot twist trago por Shane/Silas para nos revelar que o terceiro massacre, caso fosse realizado, traria de volta todas as criaturas sobrenaturais presas no purgatório de Qetsyah. Em outras palavras, todos os vampiros, lobisomens, hibrissexuais, emos, caçadores, Hebe e originais que já morreram neste mundo voltarão a esta vida pacata. 

Dito isso, é realmente promissora a ideia de ter Jeremy, Alaric, Vicki (infelizmente o X-Box que Elena destruiu não) novamente no universo de The Vampire Diaries, porém, apoio a decisão de Elena de não tomar novos riscos ou arriscar mais vidas durante o processo. Talvez seja melhor deixá-los no passado e, para isso, queimar a casa parece ser a melhor solução. Afinal, vendê-la e dizer que a morte de Jeremy foi causada por um ataque de animal é muito complicado.

Brincadeiras à parte, a sequência em que Elena entra em colapso, ameaça incendiar a casa e é forçada por Damon a desligar suas emoções, foi sem dúvidas o ápice deste 4x15. Não obstante, a cena do incêndio ganha belíssimos contornos enquanto nos mostra as memórias da casa dos Gilberts sendo apagadas e, literalmente, reduzidas a cinzas.  

Este fim também soa como um recomeço, já que se por um lado temos o desfecho da trama dos caçadores e da cura (ao menos por hora), também temos o surgimento de uma nova Elena (apesar de que eu acredito que suas emoções retornarão mais rápido do que vampiro em liquidação de bolsa de sangue) e o início do reinado de Silas-Imortal-Não-Morre-No-Final, agora com poderes de mofar.

Notas do diário:

- Mattédio me dá sono até chorando.

- Como não amar Rebekahchorra? Damon diz: "Demorou por que?", Rebekah: "Nada, só fui ali tirar uma flecha da minha espinha".

- Alguém me diz que April Avulsa se suicidou após saber que Jeremias morreu, por favor.

- R.I.P X-Box

- R.I.P Whisky.

- R.I.P Panelas da Tia Jenna.

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