Um belo dia para Dexter Morgan.
"Tonight's the night. And it's going to happen again, and again." Assim estreava a primeira temporada de Dexter em outubro de 2006. E quem diria que quase sete anos depois estaríamos diante da última temporada desta que veio a se tornar (apesar das baixas dos últimos anos) uma das melhores séries já feitas para a TV? Sim, é com tristeza que estaremos dando adeus a Dexter neste ano. Entretanto, podemos esperar com confiança que os roteiristas venham a nos trazer um desfecho satisfatório para a trama conturbada do nosso serial killer favorito.
Nesta season premiere, contudo, Dexter inicia a temporada final em um tom de puro auto-controle. Tudo parece perfeito. E a pipa vermelha sobrevoando o sombrio céu de Miami, junto a expressão de um Dexter satisfeito na companhia do seu filho, é o suficiente para deixar claro a nós telespectadores que a morte de Maria LaGuerta fez muito, muito bem ao nosso protagonista.
Este "beautiful day", porém, não é duradouro, já que ao longo dos 50 minutos seguintes viemos a perceber que a serenidade de Dexter não passava de uma calmaria momentânea e que logo nosso protagonista se veria novamente com sangue nas mãos sem poder dar um passo à frente sem machucar aqueles ao seu redor.
À exemplo disto, temos Debra. Após a morte de LaGuerta, nossa tenente motherfucker se entregou por completo a uma mistura destrutiva (e clichê) de drogas, álcool e remédios, procurando se afastar ao máximo da culpa por um ato que a fez comprometer tudo aquilo em que acreditava. Acima de tudo, Debra tem sido um artifício interessante para que os roteiristas retratem o impacto que uma morte, ou melhor, um assassinato tem na vida de uma pessoa que nunca antes havia cometido algo tão terrível, alguém que processa emoções e empatia, diferentemente do nosso anti-herói.
Em meio a tudo isso, a atuação de Jennifer Carpenter encaixa-se perfeitamente, e assistir a cada cena da atriz contracenando com Michael C. Hall é como ver a uma batalha de atuações impecáveis de dois atores igualmente maravilhosos. Vide o segundo do ato do episódio em que Debra diz a Dexter o quão perdido ele se encontra.
Nesta premiere, também demos as boas-vindas ao "vilão" da temporada: a Dra. Evelyn Vogel, uma neuropsiquiatra especializada em perfis de psicopatas que promete ser o grande acerto dos roteiristas neste oitavo ano da série. As sequências em que Vogel se encontrava na mesma sala em que Dexter, seja na reunião do caso, seja no necrotério com a vítima do assassinato, foram simplesmente de tirar o fôlego. Sequências que me fizeram, inclusive, relembrar daquela tensão constante em que nos encontrávamos durante a segunda temporada da série, quando Doakes vivia na cola do nosso protagonista ameaçando desmascarar o Bay Harbor Butcher a qualquer momento.
E se na season premiere anterior encerramos o episódio dando pulos da cadeira ao ver que Debra havia descobrido por completo quem e o que era Dexter, neste ano o desfecho não poderia ser diferente, tendo um cliffhanger igualmente climático e eletrizante.
Com base nesta premiere, acredito que teremos mais um ano de caçadas frenéticas e de ritmo implacável em "Dexter". Desde já, torço para que esta seja uma das melhores temporadas da série e para que a última gota de sangue derramada por nosso protagonista não seja lembrada como um mero desperdício, mas como um final digno para esta história inesquecível.
Bloody notes:
- Password? Não... fucking password. Melhor momento de todos.
- Uma sacada excelente de roteiro foi ter colocado Harrison no colo de Dexter ao mesmo tempo em que este último encontrava-se com as mãos banhadas em sangue para figurar o descontrole do protagonista.
- É impressão minha ou o Quinn a cada temporada que passa se parece cada vez mais com uma caveira?
- LaGuerta recebeu um memorial digno... encosto para bundas suadas.
E vocês o que acharam da season premiere?
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