Arrow terminou 2013 muito bem, mas a pergunta que não quer calar é: será que a série conseguirá a mesma proeza do ano que se passou?

Qualquer episódio depois de uma midseason finale é inferior do que o antecedente, afinal todos os neurônios foram usados para criar um episódio memorável. Por isso, o episódio Blast Radius pode ser considerado medíocre para alguns, mas pelo menos tivemos um desenvolvimento de alguns personagens, enquanto outros continuaram estagnados.

O caso mais interessante é o plot de Laurel, que finalmente deu as caras na narrativa principal da série. Geralmente, ela fica marginalizada, com alguma coisa que não parecia importante, algo banal, na verdade. Agora, Laurel entrou de pé e cabeça na luta contra Sebastian Blood, algo que com certeza renderá muitos momentos importantes. Entretanto, devo ressaltar que nenhuma pessoa sóbria acreditaria em uma mulher que está internada com problemas mentais. Laurel decidiu investigar Blood mais à fundo por causa desse encontro, mas convenhamos que uma pessoa normal precisaria de mais provas além de um relato de uma louca.

Porém, o vilão da semana foi um dos mais fracos até o momento. Shrapnel frequentava um website anti-governo e tem também altos conhecimentos em fazer bombas e lidar com tecnologia. Suas reais motivações não foram bem exploradas, deixando o personagem muito superficial e esquecível.

Fomos presenteados nesse episódio com mais um momento de tensão entre Oliver e Felicity, ou melhor, Olicity. Oliver ficou irritadíssimo com Felicity por algumas bolas fora, mas como Diggle bem colocou ele “não tinha nenhum problema com a performance de Felicity antes da mesma ter conhecido Barry”. É bonito pensar que os dois ficarão juntos no futuro, mas, por favor, roteiristas, vamos NÃO transformá-los na versão mais nova de Clark Kent e Chloe Sullivan, OK? Ou seja: não fiquem jogando cenas de Olicity se não há planos para os dois em um futuro próximo – isso irá acabar bastante com a credibilidade.

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E por falar em Laurel, a personagem recebeu todos os holofotes no episódio Blind Spot, deixando claro que quando recebe um papel decente, consegue desempenhá-lo. Pena que quando ela finalmente consegue fazer algo interessante, é presa por porte e dependência de drogas. Depois de sua visita à instituição, Laurel põe em movimento uma série de eventos que quase revela a identidade do verdadeiro vilão em Starling City, mas sabíamos que ela não conseguiria desvendar nada e que seu vício por drogas iria atrapalhar o resultado dessa caçada. Nada de novidade aqui, mas com certeza foi interessante vê-la desempenhando algo mais interessante e lutando, ao lado de seu ex-amor. Todo mundo agora acha que o Blood Brother está morto, e isso só torna os próximos episódios ainda mais interessantes.

Depois de todos esses acontecimentos, Laurel receberá uma carta branca para começar de novo. Desde o início da temporada tinha ficado claro que para que a personagem se tornasse a Canário Negro reinante, algo muito pesado tinha que acontecer. A personagem acaba de atingir o fundo do poço e tudo indica que isso é necessário para que ela volte renovada.

Por outro lado, Slade continua nos agradando com sua presença, mas especificamente, deixando claro para Blood que ele não consegue fazer o trabalho direito. O personagem apareceu no final do ano passado e mesmo assim não temos certeza de suas motivações. O jogo de manipulação entre os dois e Laurel deu no que deu, e convenhamos que ambos tiveram uma ótima ideia e souberam muito bem como fazer Laurel parecer uma lunática e acabar totalmente com a credibilidade da coitada.

 Descobrimos, porém, nos flashbacks, que Sarah tinha prioridade e Laurel não aguentou e precisou ter Oliver primeiro. Isso com certeza foi uma revelação um pouco inusitada, afinal no final Sarah conseguir ter Oliver também, então não há a necessidade de ficar se remoendo por causa de quem foi ou não a primeira a receber a flecha de Oliver. Ainda sobre Sarah na Ilha, a personagem é duvidosa e cheia de duplicidade. Não havia nenhum motivo para ela ter iniciado uma conversa com o Dr. Ivo, mas mesmo assim, ela o fez, e o tom da conversa não foi nada animador – ela parecia genuinamente agradecida por tudo que ele tinha feito por ela enquanto estava no barco. Será que veremos uma Sarah passando a perna em Oliver mais uma vez?

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O momento pelo qual todos estavam esperando finalmente aconteceu em Tremors. Roy agora está no Team Arrow, como Felicity bem descreveu. Foi uma longe e árdua jornada, muitos toquinhos na água, mas Roy finalmente entendeu a necessidade de se manter calmo e não acabar com tudo e com todos. Claro que para que isso acontecesse, Oliver teve que se revelar para o namorado da irmã, mas pelo menos agora Roy sabe muito bem com quem ele está convivendo. Essa oportunidade é o que Oliver estava esperando, Roy ser injetado com Mirakuru dá-lhe a oportunidade de corrigir o erro que fez com Slade, um mal que ele acredita que resultou na morte do próprio. Oliver agora se tornou expert em lidar com seus próprios demônios e ele usará Roy como sua nova meta na vida.

Até o momento, todas as cenas em que Roy apareceu foram bem irritantes, mas particularmente por Thea, que até hoje não consegue se tornar uma personagem interessante. Ela basicamente fica reclamando dia e noite sobre a falta de comunicação que existe entre ela e Roy. Depois desse episódio, porém, fica claro que a personagem precisa de melhores rumos, já que todos os outros possuem suas próprias narrativas. Até Mama Queen, que teve uma grande parcela de culpa na primeira parte da temporada voltou a dar as caras esse ano com o plot “posso me candidatar a prefeita, mas Thea não pode saber a identidade de seu pai verdadeiro”. Esse plot é bem interessante, porém, quem realmente acha que ela vai conseguir ganhar? Acredito que o povo de Starling City só votará na milionária quando descobrirem que Blood anda matando várias pessoas e criando super soldados, só porque ele pode.

A cena inicial do episódio foi bem nojenta, mas isso deu insumo para que o Wolverine Chocolate voltasse à ativa. Em sua primeira apariação, o personagem foi muito mal aproveitado, mas agora ele teve um momento de redenção, com algumas cenas de ação bem produzidas. A máquina de terremotos está de volta também e prevejo que essa não foi a última vez que a veremos na série. Mesmo que o plot tenha acabado de forma previsível, o que não foi previsível foi a aparição da fodona Amanda Waller, recrutando Wolverine Chocolate para participar de seu Esquadrão Suicida. Ainda precisamos de mais desenvolvimento, mas tudo indica que veremos Amanda por muito mais tempo nessa temporada.

Agora que Laurel atingiu o fundo do poço, ela precisa de muita ajuda para finalmente sair de lá. Infelizmente, a personagem ainda não colocou esse plano em ação e passou o episódio inteiro passando vergonha com sua bebedeira. Pelo menos tivemos o retorno de Sarah e isso deixa claro que a personagem será morta em breve, servindo como empecilho final para que Laurel se transforme naquilo que todos queriam desde o início: a verdadeira Canário Negro.

Para finalizar, deixo aqui um momento de silêncio para Arrow e sua previsibilidade, em especial nos acontecimentos da Ilha. Cada dia que passa fica mais e mais claro que Slade continuará a se remoer por achar que é o responsável pela morte de Shado, até descobrir que Oliver foi o responsável por tudo, por achar que Sarah é melhor na cama. Na verdade, esse é o caminho mais previsível do mundo e Arrow poderia muito bem contornar essa situação, entregando algo mais elaborado.

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