"Alguns dias já nascem ruins." (Martin Odell)

Depois daquela enxurrada de emoções que foi o 5x18 (Pono Kaulike), Hawaii Five-0 veio com um episódio menos revolucionário e ainda assim com uma boa reviravolta. Trazer dois casos paralelos em que mais uma vez integrantes da equipe estavam envolvidos com certeza tornou tudo mais interessante.

Kahania (Escapar por um triz) mostrou que o cosmos não quer que Steve tire sequer um momento de folga. Ao visitar a nova barbearia de Odell, figuraça que conhecemos no 5x14 (Powehiwehi) e de quem aparentemente virou cliente, ambos foram surpreendidos por um rapaz com um tiro no joelho e que estava sendo perseguindo por uma gang. Mas é claro que o estabelecimento não tem telefone e o Odell não tem celular (pensei que a desculpa seria não acreditar neles), e o tiroteio começou antes que pudesse ir até o carro de Steve buscar o celular do Comandante. O tipo de situação que só poderia ficar pior se estivesse caindo uma chuva torrencial.

Em uma situação normal, algum amigo teria estranhado o fato de Steve não atender o celular e teria movido toda a tropa para encontrá-lo. Mas com Jerry sendo injustamente acusado de invasão e agressão de três mulheres não havia tempo pra isso. Era preciso provar seu álibi e encontrar o quanto antes o verdadeiro culpado o quanto antes, apesar de Chin deixar bem claro desde o início que não julgava um caso de séria gravidade. Mesmo assim estranhei ninguém ficar preocupado por Steve estar incomunicável, quase uma falha.


Danno pode ter feito falta no episódio, mas foi muito divertido ver Steve e Odell passando por esse aperto juntos. Ri muito com as discussões dos dois apesar da situação quase catastrófica. E os assuntos iam desde as terríveis atitudes da mãe e do pai (respectivamente), até diplomas de direito e o cabelo do Danno (creio eu). Devo dizer que também fiquei chocada com a descoberta do diploma, mas entendo e achei bacana o apreço pela profissão do avô. Mas acho bom que ele não chegue nem perto das madeixas do nosso detetive.

Mas apesar do divertimento das discussões a tensão não dava muita folga. Foi angustiante ver os esforços de Steve e Odell para manter Eran (Steven Krueger) e a si mesmos salvos do tiroteio. Só que nada melhor do que mais uma demostração do treinamento SEAL de nosso Comandante, que derrubou cinco caras sem nem suar. Mas voltando um pouquinho, assim que Eran apareceu me perguntei o que o rapaz teria feito pra irritar a máfia. Tinha aceitado a história do testemunho de execução, e nem imaginei que a reviravolta viria daí.


Como já mencionei, em circunstâncias normais a cavalaria teria ido salvar Steve. Mas se a intenção era quebrar padrões, conseguiram. E quando tudo parecia acabado e Steve foi procurar o chefe da máfia armênia Garig Dobrian (Mark Ivanir) é que veio o plot twist. Eran era filho de Garig, e fez algo tão terrível que mesmo seu pai sendo mafioso não pode aceitar. Até porque algumas máfias tradicionais valorizam muito a família e tem um código de em hipótese alguma machucar uma criança. E Eran sequestrou, assassinou e sabe-se lá mais o que fez entre uma coisa e outra com várias crianças do bairro. Isso significava que Odell, que deveria levar o rapaz ao hospital, estava correndo mais perigo que nunca.

Garig não exagerou ao dizer que o filho era "touched by the devil", mesmo com um tiro na perna e um no ombro Eran conseguiu energia pra arrastar um refém. Somando isso ao que fez com as crianças, ele é a própria encarnação do mal. O que ajudou no resgate foi Odell abrir uma exceção em sua condição de pacifista, dando uma cabeçada no rapaz e deixando o alvo livre para Steve acabar com os dias de satanista de Eran. Esse não incomoda mais. Odell por outro lado pode voltar muitas vezes que agradecemos.


Enquanto isso, Chin, Kono e Grover trabalhavam para limpar a barra de Jerry, o cara sobre quem Bob Dylan não escreverá uma canção. O que diga-se de passagem foi bem simples, bastou pedir a Max (todo feliz com seu dinheiro ganho em apostas) que confirmasse o álibi e descobrir que as três vítimas usaram o mesmo escritório de advocacia em seus processos de divórcio. E lá encontraram o verdadeiro culpado trabalhando na correspondência, que conseguiu o emprego através do primo. O que passa a mensagem: Nunca coloque um parente com tendências psicopatas para trabalhar com você. E não consigo ver como o cara pode ser confundido com o Jerry, não achei nada parecido.


O caso ter sido bem simples e talvez o melhor dele tenha sido o melodrama de Jerry achando que passaria trinta anos na prisão por um crime que não cometeu. Bem como a reação de Chin ao alívio exagerado do amigo). Mas foi durante essa investigação que vimos um dialogo entre Grover e Chin que traz mais força à teoria de que Gabriel pode mesmo se tornar o novo grande vilão. Ambos percebem que o parente serpente acredita ter feito um grande favor ao matar Coughlin, e que voltará para cobrá-lo.

Mesmo achando que esses casos poderiam ser melhores se explorados em episódios diferentes, com mais desenvolvimento e toda a equipe trabalhando neles, foram muito bons. Também teve algumas boas falas. Apesar do efeito da câmera lenta com a porta de metal se fechando enquanto a bala fazia seu percurso até a cabeça de Odell ter ficado ótimo, não tenho certeza se uma porta automática se fecha mais rápido que uma bala disparada àquela distancia. Mas ok. Esse episódio mostrou que não escolhemos nossos parentes, cunhado, primo e nem mesmo filhos. Vi comentários sobre o fato de Garig preferir matar o filho do que entregá-lo a polícia, mas mafiosos não procuram a polícia e aparentemente ele acreditava que apenas a morte pararia Eran. Todavia, aceitou o pedido de Steve para ajudar a encerrar os casos das crianças. E aquele final foi de partir o coração. Ao encontrar o cativeiro onde as crianças eram mantidas até o assassinato, cheio de objetos e com fotos de todas elas, Steve não conseguiu conter as lágrimas. Triste é pensar que realmente existem pessoas capazes de fazer isso.


Agora Hawaii Five-0 faz um pequeno hiatus, voltando dia 03 de Abril com o que promete ser uma grande carga dramática para Grover.

Nota: 9

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