"Se deixou de amá-lo, não significa que perdeu sua humanidade. Somos, no fundo, humanos."
Já não me lembrava de ver um episódio de "True Blood" que fizesse nossas entranhas revirar por tantas vezes como em "Cold Grey Light of Dawn". Assim, consolidando uma tensão inextricável e crescente do início ao fim, o episódio não poupou esforços em tornar verossímil o medo de personagens e telespectadores que acompanharam o sentimento palpável da dor.
É possível medir a qualidade de um episódio a partir da reação de quem o vê. A minha: poucas palavras podem representar, pois cada momento parecia físico. O terror, a ansiedade. Particularmente, correspondi fisicamente ao episódio, repito: minhas entranhas reviraram.
Lembro de quando Russell Edgington arrancou a espinhal dorsal de um repórter em plena TV aberta no episódio 3.09 “Everything Is Broken”. O choque foi instantâneo e desde então nunca mais cogitei a possibilidade de um vilão ainda mais ameaçador que Russel. Marnie veio para mudar isso, não que ela figure uma imagem assustadora, mas, definitivamente, ameaçadora.
É importante que uma série de TV corresponda as expectativas que os acontecimentos dos episódios anteriores prometem, no caso de True Blood, foi diferente, qualquer expectativa foi superada. Os vampiros conheceram o sol e agora a guerra é eminente. O espirito de Antonia veio para cantar: Ôoo, antônia brilha! Antonia sou eu, Antonia é você... e até mesmo para os menos familiarizados com a referência, o importante é frisar que a bruxa foi responsável por um dos melhores cliffhangers que um episódio poderia ter, ainda estou de queixo caído com a cena final de "Cold Grey Light of Dawn" e todos os acontecimentos que conduziram a ela.
Eric e Sookie pela primeira vez tornaram-se meros coadjuvantes em meio aos acontecimentos eletrizantes da trama. Mas não deixaram de ter ótimos momentos. Chama o guiness, galera! Tivemos o sexo mais prolongado da história de um episódio. Da mata, para o quarto, Sookie acabou magoando Alcidão que não teve a mesma disposição com sua loba-Shakira. Alguém acredita nas palavras carinhosas do rapaz sobre não sentir nada por Sookie? Eu não.
Pam, definitivamente, é a minha personagem favorita na série. A diva sempre que possível rouba a cena e confesso que me divirto mais com a Pam em versão zumbi do que no seu estilo sexy casual. A propósito, o slogan da temporada se encaixou como nunca na personagem: ‘mostre suas verdadeiras cores’ (entenda melhor com a imagem abaixo). Seu confronto com Tara concretizou uma das melhores cenas do episódio. Devo dizer que torci para Pam e logo me defendo, pois a culpa não é minha por não gostar dos rumos que Tara vem tomando na trama.
Com isso a esposa do Frankstein volta a trama de True Blood para aplicar 6 dolorosas injeções de botox na diva Pam. É, True Blood caprichando na maquiagem. Melhor que isto, só mesmo a inacreditavelmente hilária, Ginger, a funcionária do Fangtasia que ainda me faz perguntar: onde Eric arrumou essa molóide? É quase impossível descrever sua tremedeira sob o caixão cor de rosa da Pam. A prova viva que um gif vale mais que mil palavras.
Sam tomou a melhor decisão possível ao por seu irmão, Tommy para fora. Essa também foi uma sábia decisão de Alan Ball e cia, afinal, o personagem teve lá seus momentos no episódio anterior, mas se tratando da trama central, a figura de Tommy não parecia coesa.
Falando sobre coesão, Laffayette pode ser médium, mas eu não sabia da sua capacidade de teletransporte(?). Como pode o rapaz estar ora no México, ora no Merllote’s? Ou melhor, existe um aeroporto internacional em Bon Temps? Irregularidades à parte, vale pontuar a importância do personagem agora que este se revelou paranormal, compartilhando da mesma capacidade de Marnie de controlar os mortos. O mistério sobre a mulher que se diz mãe de Renezinho - e o alenta em suas canções - permanece e, tudo indica que Laffayette será a chave da resolução. Confesso que me assustei com a cena “Get the fuck out of my kitchen!”.
Sem mais delongas, a pauta agora é o ‘sol’: protagonista, antagonista e coadjuvante crucial da trama de "Cold Grey Light of Dawn". Com a grande ameaça o senso de urgência se instala sobre os personagens, assim Bill deve tomar uma decisão radical: prender todos os vampiros sob a torturante prata. Confesso que senti a angustia de Eric, Jessica (principalmente Jessica!), Bill e até Pam ao acorrentarem-se sobre a sombra da luz do dia.
No entanto, o loirão teve Sookie para alentá-lo durante o processo doloroso com seus beijos. Aliás, seus diálogos mais uma vez demonstram que os roteiristas estão aproveitando ao máximo a química do casal e nós fãs agradecemos. "Eu não quero me lembrar, Sookie" - como o pedido de uma criança inocente, nós torcemos juntos para que este dia não chegue tão cedo.
Outra relação que na tese e na prática é excelente é a de Bill e Jessica. O entrosamento dos personagens chega a ser tão grande que já consigo enxergá-los como pai e filha, o que não os distancia muito da relação criador e criado de Eric e Godric.
Regredindo a trama: o feitiço é concretizado e os vampiros sentiram/sentirão o poder do sun, sun, sun, sun, sun..., desta maneira Antonia alcança o ápice do seu ritual que outrora fora tão almejado pelas bruxas e, acima de tudo, por Tara que tantas vezes foi estrupada, ameaçada, machucada e mordida pelos fang-bangers.
Jessica foi a primeira vampira regular da temporada a passar um Cenoura & Bronze e conhecer o sol, quer morta, quer viva. Torço para que no próximo episódio aconteça uma grande reviravolta se tratando dos segundos finais de "Cold Grey Light of Dawn" e que Jess sobreviva. Jason poderá impedir sua morte (Sundown resolve! Corre Jason!)? Esta é a deixa para o episódio “Spellbound”.
Podemos então concluir que já é tradição para “True Blood” fazer dos seus episódios de nº 7 serem melhores que seus 6 antecessores. Com a pequena exceção de algumas tramas subalternas que nos afastam da fantástica trama central da temporada para abrir espaço a personagens como Andy – desempenhando, mais uma vez, um papel inútil no episódio -, podemos dizer que este foi o melhor episódio da temporada (mais uma vez).
PS.: Eu ri com Pam e os paparazzis:
"Eu não sou um zumbi!"
"Isto é exatamente o tipo de coisa que um zumbi diria..."
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