Um cordeiro travestido de lobo que, na verdade, é o caçador.
Haters, aqueçam os dedos, preparem-se para começar a digitar e corram para a caixa de comentários, pois se você pensava que a frase que abre esta review seria a primeira prova de que eu via a galhorfa que dizem ser "Once Upon a Time", se enganaram. Ao contrário, venho aqui novamente satisfeito com o que vejo.
Existem séries que costumam caminhar de um lado ao outro durante todo o episódio para nos 5 minutos finais fisgarem o público a base do "shock value" (para quem não está familiarizado com a expressão: choque gratuito). É fato que os 5 últimos minutos dos episódios de Once Upon a Time são os melhores, porém, não pelo fato de que os roteiristas guardam o Às da manga para o final, mas porque sabem desenvolver histórias como ninguém, de modo a fazer seus 40 minutos por completos valerem a pena.
Assim descrevo "The Heart is a Lonely Hunter". Um episódio que prova que um roteiro bem amarrado e com um arco central redondinho salva qualquer episódio dos d-efeitos de Chroma Key capencas da ABC Studios (lembram de V?). Para se ter noção, bom a ponto de me fazer perdoar uma transição de cena lamentável com a lanterna do xerife.
O que surpreende no decorrer do episódio é que em tão pouco tempo Kitsis e Horowitz (roteiristas) pavimentaram todo o desenrolar da história do xerife Graham a ponto de dar um desfecho acima do satisfatório a um personagem que se me dissessem há um episódio atrás que me emocionaria, eu não acreditaria.
Engraçado que dentre as apostas sobre a verdadeira identidade dos personagens, Graham sempre estava dividido entre caçador e lobo-mau. Culminou que de certo modo, ambos estavam certos, visto que o xerife, além de ser "o" caçador do conto da Branca de Neve, também acabou por ter uma descendência canina, já que este mesmo foi criado por uma família de Lobos. De quebra, quem por ventura chutou que ele era um dos cordeiros de Jesus, ainda assim acertou. Só pecou aqueles que achavam que o rapaz era o Franjinha da Turma da Mônica.
Brincadeiras à parte. Todo o conto do personagem foi sendo desenvolvido com maestria até o seu desfecho, contando como de costume com os flashbacks em paralelo a realidade de Storybrook. Devo ressaltar mais uma vez que a série soube como usar os elementos da histórias infantis e trazê-los ao mundo real sem perder suas doses, eu diria, de "magia". Vide todo o conto da Branca de Neve com bela lição de moral que é demarcada pelo caçador/lobo/cordeiro/franjinha.
De outro ponto de vista, ainda que ruim os efeitos não há como não se apegar aos personagens, principalmente se tratando de Emma decendo a mão na Rainha Xuxa. Cena que já entra para a lista de clássicos da TV mundial. Mas o que realmente salta à tela é o fato dos roteiristas optarem por encerrarem o ano de OUAT com um final in-feliz: a morte de Graham. Só nos resta aguardar por novos episódios que voltaram aos inéditos somente no dia 8 de janeiro. Até lá, no more happy endings...
PS.: ABC, renova logo Once Upon a Time, pelo amor do coração de gelatina do Graham.
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