Carter garantiu que não tinha dúvidas quanto a prender Reese. Mas ela baixou a guarda muito antes do que imaginávamos e abriu o vínculo de cumplicidade que todo fã de Person of Interest esperava.

Que epidódio fantástico, não? Conseguiu apresentar um caso complexo e bem finalizado e ainda construir um imenso clifhanger entre os protagonistas. Pela primeira vez a máquina liberou mais de um CPF e pela primeira vez as pessoas indicadas por ela morreram.

Outra fato interessante foi o vídeo do acidente que se repetiu várias vezes durante o episódio. Cada vez que ele passava de novo, novos dados eram acrescentados àquele momento, revelando toda a história apenas no final. A revelação de que o pai do rapaz que morreu estava se aproveitando da morte do filho também foi surpreendente, nos dando a melhor cena solo de Finch, quando ele fez o papel de “blogueiro idiota”.

Reese protegendo as irmãs Wendy McNally e Paula Vasquez foi uma das melhores sequências de ação da série. Aquele momento em que o assassino bate na porta e John fala “Deixe-o entrar” foi perfeita. Uma cena dessa não tinha jeito de ser mais jamesbondiana. Outra parte interessante foi o tiroteio na garagem quando a enfermeira prestativa se revelou uma assassina também. Isso refletiu bem o ambiente do episódio, onde ninguém era confiável.

A chegada de Mark Snow abre uma trama completamente nova em Person of Interest. Ele se apresentou à Carter dizendo que era o “melhor amigo de John” e ainda mostrou para ela a foto de Cara Stanton, que supostamente Reese matou. Ela apareceu num flashback no 1×08, “Foe”, como a antiga patroa dele que o nomeou como John Reese. É claro que esta história está mal contada. Tem muita coisa que, ou Snow “pulou”, ou ele não sabe.

Uma das suspeitas que eu tinha era que Cara estivesse ligada ao assassinato de Jessica. Se John realmente a matou, pode ser que esta seja a razão. Ainda segundo Mark, Reese “sofre de paranóia” e sempre mata aqueles em quem confia. A intenção dele foi clara, que era acabar com o vínculo de confiança existente entre John e Carter. Bom que ele não conseguiu.


Nesta viagem para o passado, Reese encontrou uma foto de Finch e seu sócio nos livros do patrão. Atrás da foto dos dois estavam as iniciais “N.I.”. O nome do sócio, interpretado por Brett Cullen, é Ingram (ele apareceu pela primeira vez num flashback no 1×02, “Ghosts”). Desta forma, o “N.” deve corresponder ao verdadeiro nome de Harold, já que é óbvio que “Harold Finch” é só mais uma identidade. Sempre imaginei que Ingram é a pessoa de quem Harold sempre lamenta a perda, pois em “Ghosts” os dois pareciam ser bem próximos. Bom mesmo foi a aviso que o chefe deu para o empregado: “Cuidado com o que procura, ou acabará encontrando.”.

Desta forma, “Number Crunch” trouxe à tona muitas histórias do passado e criou muitas histórias no presente. Será que Carter deixará de perseguir Reese e passará a vê-lo como aliado ou ela só não o prendeu naquele momento pela gratidão dele ter salvado ela? E o que ela fará agora que reconheceu a existência de Harold?

Já quanto à Snow é certo que ele não vai embora. A gente já viu como ele é capaz de pegar pesado, então é óbvio que ele não vai desistir de Reese. O que será que John tem que é tão importante para Mark? Considerando que Mark achava que John estava morto e agora vendo o modo como o persegue, fica claro que Reese tem alguma coisa contra Snow ou contra a CIA. Certamente esta coisa deve ser relacionada à Jessica.

Foi realmente impressionante a evolução de Person of Interest. Em 10 episódios casos excelentes foram trabalhados e a série conseguiu criar todo um passado de segredos para ser desvendado. Ao mesmo tempo a relação de Finch e Reese cresceu ao ponto de Harold não hesitar em salvar John quando este estava em perigo. Carter e Fusco também foram bem trabalhados. Ambos tiveram episódios centrados em seus históricos e ambos agora são (talvez) leais à Reese.

Neste fim de ano Person of Interest se consagra como uma das estreantes mais regulares de 2011. Todo o conjunto dela, desde personagens a roteiro, cumpriu tão bem a premissa apresentada que não existe um defeito sequer para ser apontado. Agora resta esperar janeiro para vermos aonde tantos segredos vão nos levar. Que janeiro chegue logo!

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