"A criança se comporta como quem a criou." - Ditado havaiano

Que episódio! Aquela ação e emoção em dobro que ficaram faltando no episódio anterior foram compensadas aqui em triplo, quadruplo... Em centenas de vezes mais! Foi uma daquelas ocasiões em que passamos quarenta e tantos minutos de uma aflição sem tamanho causada por um roteiro digno das telas de cinema que tanto amamos ver em Hawaii Five-0. Só me pergunto por que esperaram tanto para contar a história da Kono.

Mo’o’ Olelo Pu (Compartilhando Tradições) teve como base o foco em Kono, uma personagem tão querida, e os ensinamentos que aprendeu com sua mãe. Só aquele início com a preparação do barco, as despedidas e as demostrações de preocupação da equipe com sua jornada e a apresentação de sua mãe já foi emocionante por si só. Mas sabíamos que algo daria errado, a cena de abertura passada 36 horas adiante mostrou isso. Muita água iria rolar, na tela e em nossos rostos.


Enquanto acompanhávamos o desenrolar da jornada de Kono ao redor da ilha vimos o restante da equipe trabalhar em um caso que envolvia fabricação de metanfetamina. O caso foi concluído de forma até bem rápida, mas satisfatória. E como o que queríamos mesmo ver era a história de Kono não reclamamos. E na verdade as duas tramas contrastaram e se complementaram belamente, tornando tudo que estávamos vendo ainda mais impactante.

Pra não dizer que não falei do caso, Makai Akana (Philip Moon), um homem que Chin prendera anos atras por fabricar metanfetamina e agora estava em condicional, era o suspeito de assaltar algumas farmácias e matar um homem. Tudo para começar um novo império de meta. Mas quando o encontraram se surpreenderam ao descobrir que só voltou a ativa por causa de ameaças feitas ao seu filho Carter (Jordan Rodrigues). Mais surpreendente ainda foi descobrir que o garoto junto com alguns colegas forjou a ameaça para forçar seu pai a voltar a "cozinhar", alegando que essa era sua herança. No fim fiquei com pena de Makai, que via no filho um motivo para se tornar um homem melhor e sair da prisão, mas agora já não o teria mais.


Como mencionei anteriormente, o caso contrastou muito bem com as novas descobertas sobre Kono. Assim como o jovem Carter acreditava que era sua herança fabricar e vender drogas, conhecer a mãe da Oficial Kalakaua nos fez ver de onde vem sua força, bravura e respeito pela natureza. Foi simplesmente lindo ver Kono enfrentando os percalços do mar e do tempo enquanto se lembrava dos sábios ensinamentos de sua mãe Nani (Catherine Haena Kim). E ainda mais lindo foi ver que a moça estava fazendo isso para realizar o sonho de sua mãe de refazer o trajeto feito pelos antepassados que colocaram as ilhas do Havaí no mapa, e que Nani não pode realizar por conta própria por causa de um aneurisma. Triste, mas lindo.


Foi um daqueles momentos em que mesmo sabendo que nada de fatal aconteceria, pois já foram divulgadas fotos do casamento de Kono e Adam no season finale, foi impossível não sentir um aperto no peito. Cada nova rajada de tempestade que tirava seu equilíbrio tirava também o ar de nossos pulmões. Cada raio de sol que castigava sua pele também nos fazia suar de aflição. O único alívio vinha dos flashbacks, nos mostrando que Kono teve uma vida inteira se preparando pra isso e em seguida vermos que não só observou como aprendeu muito bem cada uma das sábias lições de sua mãe. E os provérbios havaianos que foram aparecendo na tela não só foram introduções perfeitas para cada cena como nos mostrou ainda mais o quanto essa cultura é rica e como pode ser valoroso seguir algumas tradições.


Uma coisa que ninguém pode negar que Hawaii Five-0 tem de lindo é a preocupação que a equipe tem uns com os outros. Aquela cena da despedida com alguns de certa forma fazendo sua última tentativa de fazê-la desistir da aventura foi divertida mas também bonita por mostrar essa preocupação. Até Max resolveu conferir a solidez do barco. Talvez seja seja certo dizer que apenas Steve e Kawika (Kala Alexander) aprovavam a jornada. E Grace, que ao que parece se inspira na valentia daquela que adotou como tia. Da parte de Danno era óbvio que acharia aquilo uma loucura. Já com Chin foi pura e simples preocupação. Sempre foi lindo ver o carinho e preocupação desses dois primos, e a cada vez que Chin olhava para o céu e notava mudanças na tempestade nossos corações também se afligiam.

Quando Kono conseguiu fazer aquela rápida ligação e souberam que ela não estava bem foi o ápice do episódio. Começou a correria para pedir ajuda da Guarda Costeira e salvá-la. Foi bonito ver Steve se oferecendo para pilotar o helicóptero, pois assim como estava preocupado com uma dos seus também sabia que o Capitão Belson (Steven M. Gagnon) estava preocupado com a segurança de seus homens. Nos angustiamos vendo aquela corrida contra o tempo e as forças da natureza, mas apesar de todos os esforços Kono acabou por se salvar sozinha. Até as alucinações que normalmente significariam um fim derrotado foram mais uma motivação para que ela não desistisse. E quando a vimos na beira da estrada pedindo carona e Chin recebeu a ligação de que ela estava bem o alívio veio todo de uma vez.


As únicas falhas foram não contar a história de Kono antes e levar tantos anos pro pessoal descobrir sobre o aneurisma de sua mãe, e até mesmo conhecê-la. Mas o episódio foi tão lindo e emocionante que transformou isso em detalhes irrelevantes e perdoáveis. E como apesar de ter ido ao ar no dia 1º de Maio, estou escrevendo esse review em pleno Dia das Mães e acrescento que a história é perfeita para a data.

O season finale composto pelos episódios 5x24 e 5x25  foi ao ar no último dia 08, e o review será feito conforme a disponibilidade da legenda. Podendo, assim, ser duplo. Vamos aguardar também a notícia da renovação.


Nota: 10

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