Quando se trata de séries de J.J. Abrams cada um tem a sua opinião. Há quem ame, há quem odeie, há quem simplesmente é otimista e espera pelo melhor e há quem sempre irá esperar por mais um grande flop. Seja lá qual for a sua opinião, uma coisa é fato, J.J. Abrams é o cara das boas idéias. A de uma série sobre sobreviventes em uma ilha cheia de mistérios, ou aquela sobre um departamento do F.B.I. que investiga casos estranhos envolvendo a ciência de fronteira, e ainda, a de uma máquina que consegue prever crimes antes que aconteçam. Entretanto, nem todas elas, na prática, funcionam. Exemplo disto...

"Revolution" inicia nos dias atuais, em que usamos eletricidade para tudo e a sua falta transformaria os moldes da nossa sociedade de maneira impensáveis. Apresentando um prólogo visualmente eficaz para exibir o apagão mundial que originaria o cenário que acompanharíamos no decorrer deste piloto, "Revolution" acerta logo de cara conseguindo ser grandiosa. E se tratando de J.J. Abrams, não era de se esperar menos do que efeitos ambiciosos para à TV e, obviamente, muitos aviões despencando do céu. Foi o que vimos.

Passado este prólogo, somos empurrados 15 anos no futuro e é neste momento, após capturar a atenção de seu telespectador, que "Revolution" empalidece. Perdoem o trocadilho, mas parece que a série perdeu completa energia junto ao apagão. O cenário, apesar de pós-apocalíptico (vez ou outra vemos cidades cobertas pelo verde para nos lembrar de que não estamos mais em 2012), mostra-se tão ameaçador quanto uma plantação de milho. Já a escala de perigo, quase nula.

Nem mesmo quando Giancarlo Exposito surge em tela, imponente sob um cavalo e uma patente de Milícia, sentimos qualquer senso de urgência. Talvez porque não fomos nem sequer apresentados aos personagens principais, ou porque talvez, só talvez, a Milícia aparente ser um vilão um tanto morno para uma série que também mostra-se um tanto morna.

A morte do pai da jovem Charlie é exemplo disto. Toda a sequência soa bastante apressada, apenas como algo para servir de empurrão para a protagonista iniciar a sua jornada. Ampliando ainda mais toda a incoerência, em questão de segundos, Charlie não está mais debilitada pela morte do pai, pelo contrário, está completamente serena, pronta para arrumar as malas e partir a procura de seu irmão.

O grupo de pessoas está formado e tudo o que vemos são personagens vazios, sem qualquer profundidade e com o mesmo carisma que uma tábua de passar. Para completar, o elenco principal mostra-se extremamente limitado. Com a grande excessão de Exposito (citado acima) e da curta participação de Elizabeth Mitchell, não há muito o que dizer do elenco de "Revolution", a não ser que, é composto de atores primários e que não se distanciam muito daqueles que só conseguem papeis em canais como CW e ABC Family (e olha que tem muita série da CW e da ABC Family com elenco melhor do que esse).

No fim das contas, só consigo ver em "Revolution" uma tentativa desesperada da NBC de emplacar um novo fênomeno. Absolutamente tudo, o romance, o alívio cômico (o dude gordo nerd e que sabe fazer referências), o mistério e até o cliffhanger soam como ideias recicladas de produções que só deram certo porque não procuraram por nenhuma fórmula do sucesso antes realizada. Por enquanto, Revolution não passa de promissora, tendo menos possibilidades de se tornar um bom sci-fi e, maiores chances de daqui a algum tempo ser só mais um exemplo de início de "primeiras impressões" para mais uma série de J.J. Abrams que falhou.

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