Décima temporada iniciando com um episódio
medíocre?
A
verdade é que a ABC jogou sujo, ao decidir fazer uma Season Premiere dupla de Grey’s Anatomy. Talvez isso desse certo na
temporada passada, pois o acidente de avião foi bem mais traumático e dramático
do que uma mera tempestade. Além disso, parecia que o começo da nova temporada
nem estava ligada à tempestade da temporada passada, uma vez que nada
complicado aconteceu, por exemplo, uma situação caótica no ER ou uma situação
de emergência, como acabar a energia de todo o hospital.
O episódio foi totalmente cansativo e
desnecessário em sua maioria. A maior parte do que foi dita e vista poderiam
ter sido enxugadas em 42 minutos facilmente. Para começar, a “morte” de
Richard. Confesso que achava que o personagem iria sim morrer, uma vez que
Shonda Rhimes sempre manda seus personagens para o abate no final de cada
temporada. Teria sido uma solução mais emocionante, principalmente pela
narração em off do personagem. Ao o deixarem vivo, tudo aquilo que havíamos visto
não fez nenhum sentido, além de confirmar a necessário que Webber tem de sempre
colocar Meredith em uma saia justa.
Resolveram até colocar Katharine, completamente
desolada, gritando com todos por causa do namorado. Pura preguiça de Shonda em
colocar coisas melhores na segunda parte do episódio. O mais interessante no
plot do Chief, porém, foi ver Bailey finalmente voltando para a sala de
cirurgia, deixando para trás o medo que tinha de operar. Além disso, pudemos
ver grande desenvolvimento no relacionamento de Meredith com o Chief, com a loira
finalmente aceitando a importância que ela tem na vida do médico.
A morte de Brooks com certeza foi mais
desnecessária ainda, mas ninguém se importava mesmo com a personagem, só o Derek,
na verdade. O que parece é que Shonda ficou com preguiça de matar uma
personagem que realmente era importante para a série, porque convenhamos,
nenhum dos internos é importante. Digo isso com pesar, porque não é por falta
de empatia pelos mesmos. O roteiro da temporada passada que não conseguiu dar
espaço para que esses novos personagens brilhassem, fazendo de uma trágica
morte algo completamente deslocado.
Por outro lado, o episódio trouxe ótimas
atuações por parte de Callie e Arizona. Para começar, estava mais do que na
cara que Callie não iria aceitar a infidelidade, pelo menos não por agora. A
culpa de tudo isso é de Arizona, claro, porque uma perna amputada não é
justificativa para pular a cerca. Essa explicação na Season Finale passada foi a pior de tudo, e olha que Grey’s Anatomy já teve seus momentos de nonsense. O importante aqui são as
consequências dessa traição, e como Callie deixou bem claro no episódio, ela já
está pensando em divórcio, levando a baby Sophie para longe da outra mãe. Isso
ainda será um plot recorrente da temporada – e como vimos no episódio, não será
fácil para Arizona ficar longe da filha.
Bem como Meredith disse para Cristina, “vocês
acabam voltando, eventualmente” e as primeiras cenas entre os dois no episódio
ditavam isso, até, claro, Cristina decidir que ela e Owen realmente precisam de
distância um do outro para conseguirem seguirem em frente. É claro que o sexo
foi usado como uma arma aqui, já que ambos se amam ainda e não conseguem arrumar
uma forma de dizerem adeus, mas o relacionamento dos dois, mesmo sendo ótimo
quando não tocam no assunto maternidade, está completamente condenado. Não há
mais futuro para os dois se Cristina não consegue se ver como uma mãe.
Outra parte do episódio que novamente poderia
ter sido jogada fora foi a constante indecisão por parte de Kepner em relação
aos seus machos. Convenhamos que Avery é a escolha certa, mas Jackson não está
mais com vontade de ficar com a garota. É claro que eventualmente ele vai se
cansar da cheerleader (quem diria?) e vai querer voltar com Kepner, mas a ruiva
já estará muito ocupada nos braços do paramédico. A indecisão de Kepner faz
sentido, porque sabemos o tanto que Avery é importante para a moça. De qualquer
forma, essa decisão poderia ter acontecido em menos de 40 minutos, se prolongando
por mais tempo do que o necessário.
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