Um assunto muito presente na vida cotidiana e que ninguém consegue fugir é o sexo. Seja contando sobre novas posições, parceiros ou até mesmo ouvindo qualquer tipo de piada, o assunto já não pode ser considerado um tabu pela sociedade em geral. Masters of Sex chegou para mostrar como o assunto era tratado nos anos 50 e 60 e como uma simples pesquisa mudaria a vida de milhares de pessoas.

A série segue o doutor William Masters (como não amar que o nome dele é Masters também!) e Vírgina Johnson, cientistas que pesquisaram, por dez anos, o comportamento do corpo humano quando deparado com estímulos sexuais. Essa pesquisa (que realmente aconteceu) ajudou todos a responderem as maiores perguntas acerca do assunto – afinal, nem todo mundo sabia o motivo de certas coisas aconteceram durante o ato sexual.

O elenco encabeçado por Michael Sheen e Lizzy Caplan é eficiente e consegue passar ótimas atuações. Dr. Masters é renomeado em seu campo, mas possui algumas limitações quando se trata de sua vida pessoal – ele está preso em um casamento com uma mulher que, de primeira, parecia ser estéril e o problema da falta de filhos será bem trabalhado em todos os episódios, sem contar sua sensibilidade com seus pacientes e colegas em geral, passando um ar de pessoa fria e sem sentimentos. Deve ser bastante desconfortante conseguir fazer todas as mulheres engravidarem e não conseguir fazer a PRÓPRIA mulher engravidar. Grande parte de seu comportamento frio e distante é exatamente por se sentir como um lixo por não conseguir aquilo que tanto faz em sua prática.

Vírginia, por outro lado, é totalmente aberta e vê sexo como algo que não precisa ser totalmente ligado a emoções, algo que era completamente impensável na época. Prova disso é o colega do Dr. Masters, o Dr. Ross, que se apaixona completamente por Vírginia, mesmo que a pessoa tenha deixado claro que seriam só amigos. O preconceito com a personagem acontecerá direto e logo no primeiro episódio temos uma cena em que a personagem decide se matricular na faculdade e por ser mãe solteira e também por ser uma mulher, é aconselhada a ficar em casa para cuidar dos filhos. Isso sem falar da cena completamente perturbadora, em que ela é agredida pelo homem que jurava amá-la. Logo de primeira, fica evidente que Dr. Masters contratou Virginia pela sua libertinagem, algo que é extremamente importante para a pesquisa, principalmente por causa de suas motivações no final do episódio com a secretária.

Como a série é ambientada nos anos 50, a fotografia precisava ser realista e interessante. A série na verdade foi vendida como uma nova Mad Men e realmente todas as características da série da AMC estão presentes em Sex, mas Masters of Sex possui uma maior carga dramática por tratar de um assunto tabu da época, sem contar com as cenas de sexo, que são as partes principais desse episódio. Afinal, a série fala sobre o corpo humano durante o coito, então mostrar esses atos é mais do que aceitável. A série poderia ser facilmente confundida com um pornô barato ou uma produção erótica, mas a profundidade dos temas abordados e a cientificidade utilizada são em doses tão altas que fica claro que nenhuma cena sexual foi menos do que necessária.


Com um episódio piloto acima das expectativas, com personagens bem apresentados e desenvolvidos, dramas que provavelmente terão bastante impacto na narrativa, Masters of Sex segue como uma grata surpresa na Fall Season, tratando de forma correta um assunto que tanto foi e ainda é discutido pela sociedade.  

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