Eu sabia que o cão não caçaria - Belly

Impecável. Este episódio veio para comprovar pela 19º vez que os roteiristas Jeff Pinkner e J.H.Wyman estão no auge de suas mentes criativas. “Fringe” em sua crescente trama sci-fi consegue fazer rir, engasgar, arrepiar, apavorar, pular da cadeira, enlouquecer e etc. Tudo isso em um só episódio trazendo referências magníficas a filmes como “A Scanner Darkly” e “Inception”, sem contar com o toque adocicado que o LSD trouxe ao episódio (e ao Broyles também).


Se você não gostou do episódio, é provável que você não tenha gostado da forma como foi apresentado. Em minha opinião, o achei bastante interessante tanto em termos de proposta como em execução. A aventura em busca da consciência de Olivia foi uma jornada marcada com um relógio ao fundo em contagem regressiva gritando para a divisão Fringe o seguinte fato: Temos menos de 24 horas para recuperá-la ou Olivia morre. Aculputura? Não. Drogas? Sim. Em mais um contato alucinógeno da série temos o LSD re-marcando presença em “Fringe” trazendo momentos hilários. Olha que não é a primeira vez. Tivemos no piloto e em diversos outros episódios da 1ª e 2ª temporadas.

Mas isso não vem ao caso, entra-se em pauta o colapso entre as consciências de Belly e Olivia onde a única solução seria introduzir a mente de todos dentro da própria agente do FBI, premissa de A Origem. Em meio a isso temos os medos de Olivia quase que tornando-se ‘realidade’ e dentre eles está o seu padastro, uma série de zumbis vestidos de jaleco da Massive Dynamic e uma Nina assassina.

Se os medos eram de certa forma baseados na realidade da personagem, porque Nina teria sido tida como hostil na sua consciência? Olivia tem medo de Nina? Porque? Tenho minhas dúvidas e acho que isso pode ter sido uma espécie de dica para nós telespectadores (ou não, posso estar enganado). Mas, voltemos ao que interessa: a consciência perdida.

Nessa ‘entrada’ ao cérebro de Olivia temos Walter e Peter visualizando o universo alternativo ainda cravado na mente da agente do FBI como algo que ela teme. Nas torres gêmeas Walter encontra Belly e eis que surge “Fringe” em cartoon. A minha estranheza a princípio foi altíssima, mas logo me entreguei à “Fringe” dos desenhos que convenhamos foi até bem feita.

Não sei se foi corte de orçamento, ou a falta de recursos para fazer efeitos especiais em cenas como à do Zeppelin e do topo do prédio da Massive Dynamic, só sei que no final das contas ficou plausível. Agora, uma dúvida: Olivia tem medo de cartoons? (risos)


Vale ressaltar que as referências a ‘Inception’ se tornam visíveis no formato da narrativa, ainda mais na regra de que quando morremos, acordamos do sonho. O primeiro foi Walter, morto no Zeppelin pelo X-shirt (ou como queira chamar) que discutiremos logo após. Em seu retorno ele pôde monitorar o experimento e é claro, ajudar Astro com um Broyles um tanto ‘creepy’.

Alguém mais se assustou com aquele sorriso coringa? E aqueles olhos olha-o-lula-indo? Foi muito bom ver Broyles em clima de descontração com Astrid, sem contar com Peter achando que ele era um observador, impagável. Só 2.000mL de LSD conseguem arrancar um sorriso do observador negro, digo, do Broyles.

De volta à consciência alternativa, Petertoon encontra Olivia no último lugar onde qualquer um a procuraria. Jacksonville. Lá temos o reencontro entre os dois, mas antes, um teste de redenção para todos os erros que Peter cometeu com Falsolivia. Sim, ele olhou nos olhos dela e viu que não era real. Queimou todas as mágoas arquivadas que nós tínhamos do personagem. Momento perfeito.

Prosseguindo na trama, temos Belly e seu último suspiro ainda na consciência de Olivia. A idéia errônea de aplicar sua consciência a um computador era, como o próprio disse, o cachorro que não caçaria. Afinal, Belly odeia despedidas e a perda do parceiro para Walter foi a cereja no topo do bolo que foi esse episódio.


Para completar a lista de acontecimentos que discorreram durante estes pouco mais de 40 minutos, temos um cliffhanger de coçar a cabeça que me levou a loucura por ter lido um certo spoiler dado como falso por aí. X-shirt será o homem que tentará matar Olivia, mas quem é ele? Ele irá conseguir? O tão aguardado 6:02 AM EST está chegando! Mal posso esperar.

Easter Eggs:

Minha primeira especulação sobre o episódio será a respeito do X-shirt. Sobre ele tenho algumas considerações e uma teoria. Primeiro, nota-se que o X-shirt pergunta o nome e o sobrenome de Peter para estar certo do que está planejando, isso antes dele abrir um buraco na estrutura do Zeppelin e ele de certa forma não os mata, ao invés disto os beneficia. A porta de onde ele saiu (e cortou o cabo do combustível) é vermelha. Mesma cor da porta da casa de Olivia e que representa o lado B. Confira nas imagens. Minha teoria é de que alguém implantou o X-shirt na mente de Olivia, ou talvez ele seja do futuro. Algo haver com as habilidades de Olivia com Cortexiphan?


Notei a placa do táxi roubado por Peter e Walter, era 2R73, provavelmente uma dica para o próximo episódio, mas não encontrei sentido algum.


O observador surgiu logo no início do episódio, quando Walter e Peter dão entrada no hospital com Bellivia entrando em colapso. Confira na imagem:


Como eu citei nos comentários acima, os perigos da consciência de Olivia eram baseados em seus medos e traumas mais profundos e o Glyphs Code dessa semana tem ligação direta com isso. Ele forma a palavra FEARS que no português significa MEDOS, confira


E para finalizar é notável a bebida de Bell no seu escritório das Torres Gêmeas, para quem não sabe o personagem tomou MacCutcheon Scotch Whisky, marca fictícia da Bad Robot que ficou conhecida por ser a favorita de Charles Widmore em "Lost"

Promo do episódio 3.20 ''6:02 AM EST''

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