The Walking Dead

Sentando bonito no fim do mundo.

"The Walking Dead" traz nesta semana uma das escolhas mais arriscadas, porém acertadas, desta temporada. Um episódio que abandona por completo o seguimento linear das histórias dos personagens principais ambientados na prisão, para dar os ares de um mundo completamente novo. Woodbury, mais conhecida como a esmola que foi grande demais para a Michonne não desconfiar.

Vale ressaltar que muito havia sido especulado à respeito da prisão, porém, nada comparado aos rumores do Governador, tido como o vilão homérico de maior peso na trama das HQs. Preciso salientar, aliás, que não li os quadrinhos e por isso me mantenho isento de spoilers. Todavia, foi impossível se manter longe dos murmurinhos à respeito do personagem e, desse modo, tornou-se um desafio não criar expectativas sob o mesmo.

Tudo começa, porém, com a queda de um helicóptero militar. Artifício de roteiro este que serve para unir no mesmo lugar Midreia (eu shippo as duas) e o grupo de Woodbury, incluindo o finado Merle que fora deixado para trás algemado em um telhado rodeado por walkers. A trilha de introdução do Governador, a propósito, figura logo de cara sua superioridade, assim como o comportamento dos personagens periféricos que se posicionam como cachorros a espera da ordem de seu dono, fomentando ainda mais a desconfiança de Michonne.

Vê-la ter de abrir mão dos seus walkers, aliás, foi curioso uma vez que me pareceu ser um ato muito mais dramático do que um simples abatimento de zumbis. Isso denota que Michonne possuía uma ligação afetiva com a dupla, seja eles entes queridos ou amigos. Essa questão é também levantada por Andreia, que ao confirmar uma passagem de tempo de 7 meses desde o término da segunda temporada, afirma que Michonne nunca havia falado à respeito dos walkers, nem sequer mencionado sua ligação à eles.

Longe das suas armas, então, Michonne se mostrou ainda mais desconfortável com a situação. Toda sua desconfiança, porém, é compreensível e justificada no momento em que o Governador finalmente revela sua postura ditadora ao matar os militares à sangue frio. A cena é pragmática e crucial para a introdução do primeiro vilão de respeito da série, além de ser executada com o nível de precisão comum da maioria das produções da AMC.

Andreia, por sua vez, não consegue ver através os olhos de Michonne. O que é também compreensível, considerando que estamos em um cenário pós-apocalíptico e que a escolha sensata de qualquer pessoa seria aceitar estar em um lugar nos conformes de Woodbury, que além de representar segurança e conforto, também revela-se como uma última esperança de restituição da civilização humana.

Entretanto, não é esta a perspectiva deixada ao telespectador ao término de "Walk With Me", que traz um cliffhanger esclarecedor e de arrepiar. Diante das cabeças de zumbis, sabemos agora que estamos em um ambiente tão perigoso quanto o existente lá fora, e talvez, até mais ameaçador. Nos resta descobrir como isso afetará os sobreviventes e como o roteiro fará para ligar ambos os arcos da temporada de maneira coerente. 

Em suma, o episódio apresentou um ritmo lento comum da série, mas que confesso não ter me incomodado, uma vez que este 3x03 conseguiu em apenas 40 minutos introduzir novos elementos, mistérios e personagens fundamentais para o decorrer da temporada. E vocês, o que acharam?

Até semana que vem!
 
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