The Walking Dead

Dois episódios. Dois acertos.

Se você, assim como eu, é daqueles que acompanha a audiência da TV a cabo norte-americana apenas para ver The Walking Dead triunfar semana após semanas nas noites de domingo, então concordará que a série merece todos os recordes de audiência pela terceira temporada que vem nos apresentando.

Isto porque parece que os roteiristas finalmente acertaram o tom, o ritmo e o enredo da trama, após duas temporadas irregulares que soam hoje como rascunhos de sua obra principal, a terceira temporada. Descartar personagens inút... Lori e T-Dog, abandonar as tentativas de aproximar o público dos personagens e acrescentar conflitos humanos interessantes foram algumas das melhores escolhas já feitas pelos roteiristas da série e, vale salientar, que foram todas decisões tomadas nesta temporada.

Assim TWD aprendeu a concretizar acertos, fazendo hoje o melhor uso possível de seus 40 minutos semanais, ao invés de optar por nos apresentar diálogos longos e rasos acompanhados de apenas cinco minutos de sequências com zumbis.

E de fato, as duas últimas noites de domingo foram as noites de The Walking Dead. Nelas vimos dois episódios preparatórios fundamentais à trama atual e que acertaram o tom para a Fall-Finale que virá no próximo dia 02/12. Ademais, ambos são episódios complementares que marcam o encontro do grupo de Woodbury e dos sobreviventes da Prisão, após uma decisão saiba de roteiro de tirar os personagens das suas respectivas zonas de conforto.

Michonne, por exemplo, no 3x06 encontra-se novamente em meio ao cenário pós-apocalíptico, lutando contra zumbis, combatendo os capangas de Merle e fazendo tudo isto com um ferimento de bala na perna. Aliás, devo dizer que a personagem fica muito mais interessante manejando a espada e perfurando crânios do que na calmaria habitual de Woodbury, onde fazia nada além de uma cara de quem não curtiu o cabelo do governador. Afinal, a Michonne que deixa mensagens como "GO BACK" escrita a restos de zumbis esquartejados é, de fato, a Michonne que queremos ver e acompanhar.

E a personagem dá conta de todo o gore que a série precisa até encontrar (o casal menos verossímil que já vi na TV) Glenn e Maggie, que são levados por Merle até Woodbury. Reviravolta, a propósito, tão bacana quanto a cena em que Michonne surge na prisão carregando a cesta de supermercado de Glenn e passando por despercebida em meio aos zumbis por causa do cheiro dos dreads não lavados.

Enquanto isso, no arco de Woodbury, Glenn é mantido em cativeiro e acaba nos presenteando com uma das cenas mais eletrizantes de toda a temporada, na qual o personagem deve salvar-se de um zumbi enquanto preso a uma cadeira com amarras. Há uma parede dali, estava Maggie tendo uma pequena sessão de 50 tons de cinza com o Governador, sendo forçada a tirar a roupa durante o interrogamento.

Temos ainda algumas sequências de suspense claustrofóbico com Rick, Daryl, Michonne e os dois prisioneiros avulsos presos em uma cabana com mais um peso de papel que haveria de ser sacrificado, o que de fato são sequências excelentes, ao paralelo de Andrea acompanhando testes com uma cobaia zumbi. Sobre este último, achei o preceito mais que interessante e vejo isto como algo que a série deverá se aprofundar no futuro.

Igualmente, desejo que The Walking Dead continue com o roteiro afiado destes dois episódios, triunfe na audiência e feche a temporada como uma das melhores da história da TV, ou que ao menos continue a nos satisfazer com cenas e mais cenas de Michonne arrancando cabeças de zumbis de espada.

Até semana que vem!

PS.: O namoro de Andreia e o Governador é o único até hoje convincente.
 
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