"Talvez eu devesse imprimir um Derek."
Estamos no décimo episódio do décimo primeiro ano de Grey's Anatomy e, surpreendentemente, as coisas parecem caminhar positivamente para a série que faz mais um episódio bacana nesta semana. Os dramas, ainda que não soem nem por um momento originais, estão sendo bem trabalhados e "The Bed's Too Big Without You" não tenta forçá-los, seguindo o curso natural dos acontecimentos, a medida que explora os pontos fortes de cada personagem.
O tema do episódio é solidão. Em off, Meredith nos conta a história de um eremita reinserido na sociedade após viver na floresta completamente isolado durante 30 anos, o que não apenas nos remete ao momento em que a personagem se encontra, sem Derek, sem Christina, sem sua person, como também traz uma interessante reflexão sobre solidão e como, no final das contas, a única pessoa com que podemos contar, de fato, somos nós mesmos. "Quando você percebe isso, ficar sozinho torna-se uma escolha."
Alex até tenta suprir a falta de Christina, porém ele ainda tem muito o que aprender com a pausa durante o sexo e os ringtones especiais. Aliás, Christina ainda se mostra extremamente marcante em diversos momentos do episódio, como no drama de Owen, que faz um visita ao tão conhecido local aonde o icônico sopro da ventilação costumava servir de alívio para o stress do casal. Por isso, juntar Owen e Callie, como a dupla de recém "divorciados" (não que Owen já tenha sido casado com Christina) foi uma ótima decisão, resultando inclusive em um twist engraçado quando notamos que a Dra. "Isso É Muito Sensual" quer levar Callie, não Hunt, para a cama.
Quem também encorpora o papel do eremita isolado na sociedade é Kepner, que se vê diante de uma complicada decisão, enquanto se prepara para a pior das hipóteses. De um lado, temos Jackson com a proposta de aborto e do outro Mamãe Franja falando sobre como Deus tem planos para cada um de nós. Acaba que o surto de Kepner na cozinha (quem achou que ela ia cortar o dedo levanta a mão) é completamente compreensível e até mesmo nos faz sentir o drama da personagem que nunca foi das mais queridinhas.
Quanto ao caso da semana, não pude deixar de abrir um sorriso ao ver todo o aparato da impressora 3D ser trazido de volta com uma justificativa mais que perfeita: o tumor com crescimento acelerado. Todo o plano da cirurgia nos faz lembrar dos tempos áureos de Grey's Anatomy e acaba rendendo um dos melhores momentos do episódio, quando Bailey, Amelia, Grey e Maggie compartilham seus problemas em dormir sozinhas. A primeira com o marido "quente" como um forno e a última mostrando que não é do tipo de dormir de "conchinha".
E é aí que Meredith percebe que talvez a irmã possa vir a se tornar, ao menos por enquanto, a substituta da sua 'pessoa', já que ambas no momento podem facilmente ser vistas como eremitas vivendo sozinhas na floresta escura e assustadora da vida.
Assim, "Grey's" encerra mais um ótimo episódio de uma temporada que apresenta rumos interessantes. Sem altos e baixos. Sem armas pequenas demais ou grandes demais. Apenas um intermediário extremamente satisfatório. Por fim, ficamos no aguardo pelos resultados dos exames de April. Porém, desde já aviso. Conhecendo a showrunner que temos, este bebê pode ter algo ainda pior do que o tipo II da doença.
Esperemos o pior, torcendo pelo melhor.
Nota: 8.5
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