Tão lindo e tão burrinho.
Nem tentarei começar este texto por outra pessoa senão John Ross. Primeiro que Josh Henderson está fabuloso no papel do charmoso vilão. É tanta levantação de sobrancelha (com destaque para os olhos de cores distintas), olhares de rabo de olho, tira e põe de chapéu, risos maléficos, e semblante de cachorro abandonado quando Elena diz que não... que fica até difícil escolher o melhor momento de John Ross em cena.
Mas, definitivamente, ver o pai ameaçando degolar o filho vai entrar para o rol de cenas épicas de Dallas. Quando vi J.R. com aquela navalha na mão, já comecei a estremecer e pensar: não é possível que vão matar o homem mais bonito da série assim. Ainda bem que este pensamento do mal só ficou na minha cabeça e tudo o que o papai Dexter queria era se entender com sua cria.
E como se trata de J.R., é claro que este entendimento não passava de uma grande mentira. Já no “The Last Hurrah” vimos que o papo de “vou te ensinar tudo sobre o mundo do petróleo” não passava de papo furado, e o bonitão John Ross foi passado para trás. Seu pai megaevil conseguiu sua confiança para que o filho trabalhasse para ele e, até a lealdade (e que lealdade) da Louca-Marta-Fake, J.R. conseguiu tomar. Pobre Jonninho.
Pelo menos com isso tudo, Rebecca resolveu que é hora de contar para seu amor a verdade sobre o e-mail e suas verdadeiras intenções. Pelo que a conversa com o irmão dela mostrou, os dois querem a patente em que Chris está trabalhando, e sabe-se lá quais são os motivos dos dois para isso. Acontece que, enquanto Rebecca é toda amores e lágrimas pelo marido “apaixonado”, seu irmão está sedento para acabar com a raça do dito cujo. Mais brigas para a família Edwig vindo por aí.
Falando em Chris, o bom moço resolveu que espantar a ex-namorada irá solucionar todos os seus problemas. Engraçado que com este movimento, com o de J.R. para conquistar Marta, e o da própria Elena chamando John Ross para trabalhar com ela de novo, a menina Ramos e o menino Ross foram arrastados um para o outro. Imagino que esta união se vingará de vez (ou não) depois que John descobrir sobre o golpe do pai. É o amor – e o ódio – em tempos de guerra.
Bobby vendeu mesmo Southfork, mas pelo menos conseguiu esclarecer com seu filho que ele não o achava um incapaz. Apesar do (rapidíssimo) tratamento de seu câncer, para o bom Ewing, é hora da família seguir em frente e esquecer uma terra que causou tantos problemas. Isso depois de uma encenação de J.R. e John Ross, com direito a ameaças, tapa na cara e promessas de guerra. Tudo para honrar o estilo novelão.
Acontece que Bobby não poderia sair de sua terra sem antes enfiar a mão dentro de uma vaca – literalmente. A pobrezinha não conseguia parir o bezerro, fazendo com que o bom Ewing tivesse que sacrificar a mãe para salvar o neném. E tudo isso terminou sendo uma metáfora para a adoção de Chris, com direito à reflexões sobre Elena e Rebecca e a reafirmação de seu pai que jura que seu filho nunca irá decepcioná-lo. Só digo que não precisavam de ter matado a vaca por uma metáfora...
Dallas trouxe outro membro do elenco original: Ken Kercheval, o Cliff Barnes. Cliff chegou causando. Foi se intrometer na venda de Southfork, na patente de Chris, na candidatura de Sue Ellen. No percurso, conseguiu se encontrar várias vezes com J.R. e irritar pra valer aquelas sobrancelhas horrorosas. Pelo menos existe alguém que não abaixa o rabo para o temível J.R e que irá brigar com unhas e dentes pela terra que é "dele por direito".
Agora quem está quase cedendo – e eu espero que não ceda – é Sue Ellen, que mal respira de tanto ser cercada pelo ex. Não é de ver que a petulância dele chegou ao ponto de presenteá-la com pérolas e pedir um “novo começo”?
Mas petulância com J.R. é o de menos. E aquela cena dele com os compradores de Southfork? É com nada mais nada menos que isso que o homem encerra sua reunião de negócios: “Meus amigos estão na Assembleia Legislativa. Meus inimigos será difícil de encontrar.”. E pensar que enquanto isso seu irmão o aceitava de novo em casa. Ai ai.
Agora, para terminar, a cena de Chris beijando Elena em "The Price You Pay". Está certo que no "The Last Hurrah" as coisas voltaram aos “eixos”, mas precisamos esclarecer uma coisa: quando duas pessoas estão tristes e se abraçam, não significa que irá acontecer um beijo em seguida. Não significa! Ainda mais quando se acaba de almoçar e fazer amizade com a esposa do dito beijado, Eleninha!
O mesmo princípio se aplica se a emoção do momento for a felicidade, como foi o caso do singelo banho de mangueira de John Ross e... Elena. Os pombinhos estavam felizes, se divertiram, entraram no clima e bam! Não se beijaram! Viu? Existe auto controle até mesmo para a espevitada senhorita Ramos. Emoções e abraços não são e nunca foram sinônimos de troca de saliva.
Observações:
- Nada melhor do que honrar o estilo novelão com uma foto certeira na hora do pecado. Assim foi o beijo de Elena e Chis, e assim foi com o abraço de Elena e John.
- Engraçado que o sermão de mentirinha que Chris deu em Elena pareceu ser a pura verdade. Por que outro motivo além de ambição ela perfurou Southfork com John Ross quando ela sabia que era proibido?
- Espero que aquela aula de tiro que a sogra seu para Rebecca sirva para alguma coisa. Uma bala no irmão sairia muito bem, viu.
- E como terminar essa review sem o shirtless de John Ross seria blasfêmia... (Pena que a cena mostrou tão pouco. Snif snif).
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