"Se eu perder este assalto... a luta acaba."
Algumas pessoas, quando estão sob pressão, colocam tudo a perder. Contudo, existem outras que conseguem manter a frieza e reverter situações aparentemente perdidas. São essas pessoas, cada uma em sua profissão, que fazem a diferença. E Ellen Parsons mostrou neste episódio ser uma delas.
Propositalmente lento, Failure is Failure focou no comportamento da jovem advogada perante as dificuldades que estava enfrentando, o perigo iminente de ser demitida, a ausência de fatos concretos no caso e as mentiras de seu cliente, culminando em um longo e cansativo interrogatório que devolveu Ellen ao jogo e surpreendeu até mesmo a quase insuperável Patty Hewes.
Ellen foi fria, persistente, manipuladora e até mesmo sonsa, tendo fingido o tempo todo estar perdida e atirando para todos os lados para distrair e cansar Patty (há uma cena no episódio em que Patty mostra estar visivelmente entediada) para que esta não percebesse sua verdadeira intenção quando o assunto do telefonema fosse abordado. E deu certo.
Contudo, agora o jogo está empatado e, como disse Patty a Ellen, em um caso em que todos os fatos são questionáveis, a vitória ou derrota dependerá somente da atuação de cada uma delas. Dessa forma, podemos esperar muito mais artimanhas, manipulações e joguinhos das duas partes, pouco importando o que realmente aconteceu ou se Channing McClaren é ou não culpado. O importante agora para as duas é vencer, custe o que custar, doa a quem doer.
E esse ainda é o terreno favorito de Patty. Ellen pode ter vencido uma batalha e aprendido a jogar contra sua mentora/arqui-inimiga, mas ainda terá que suar muito para superá-la de vez. Além disso, Patty com certeza não deverá digerir nada bem a derrota e não poupará esforços para virar o jogo a seu favor novamente. A batalha está longe de terminar e quem não quiser se machucar é melhor ficar bem longe para não correr o risco de sofrer algum dano colateral.
Quanto a Channing, o personagem continua misterioso e indecifrável. Correto ou safado, persuasivo ou intimidador, os sinais apontam para todas as direções e portanto não nos levam a lugar nenhum. E tenho dúvidas que isso venha a ser importante. Entretanto, a existência de um “doador” que cobra resultados e interfere nas decisões do hacker pode muitas vezes conflitar com os reais interesses e aspirações de McClaren e tirar das mãos dele algumas decisões, resultando em ações/consequências não planejadas ou desejadas. Além disso, se o caráter de Channing já é duvidoso, o que dizer de um doador que manipula uma organização sem que não se saiba quais são suas verdadeiras intenções?
Creio que tem muito mais sujeira debaixo desse tapete do que podemos imaginar, podendo até esse "doador" ser o verdadeiro culpado por vazar as informações pessoais de Naomi Walling para queimar McClaren. E por que não?
Observações
- Como sempre as emoções de Patty em relação à Ellen são conflitantes. Ao mesmo tempo em que deseja vencer o caso, Patty não perde oportunidades para dar conselhos a sua pupila. No fundo, aquele desejo de ver seu legado continuado (o que foi observado pelo psquiatra de Patty na temporada anterior) ainda permanece e Patty não consegue deixar de enxergar Ellen como a “herdeira” de seus métodos. Se bem que, agora que foi derrotada pela primeira vez, creio que esse lado mentora dela vai pro vinagre fácil, fácil...
- Que final de episódio foi aquele? Quem seria a pessoa que está morrendo e quer falar com Patty? E o que Kate tem a ver com isso? Será “ele” o motivo da desavença entre ela e Patty?
- O plot envolvendo a mãe de Ellen foi a única coisa dispensável do episódio. A mãe de Ellen já encheu e isso vem de temporadas anteriores. Ela mesma cria seus problemas, não consegue resolvê-los por si mesma, não segue os conselhos da filha e acaba só atrapalhando Ellen. Tudo bem que dessa vez não sabemos o que aconteceu mas, dado o histórico da mãe de Ellen, confesso que não tenho o menor interesse em saber. E pelo jeito nem Ellen.
@rodrigo_canosa
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