Hora de afogar as mágoas.
"We'll Meet Again" é aquele tipo de episódio que toda série que lida com tragédias, mortes e afins já fez ou terá de fazer um dia. Em episódios como este, tudo de ruim que já ocorreu no passado da série é colocado para trás em uma tentiva de recomeçar e assim, dando espaço para que novas tragédias, mortes e afins possam ocorrer. E já estava na hora de True Blood lidar com as perdas e mostrar uma pitada de humanidade em meio a essa orgia de vampiros, fadas, lobisomens e caiporas. Algo que não faz há um longo período de tempo.
Sookie é o grande exemplo disto. Quase foi morta por um psicopata na primeira temporada, lutou contra a macumba de Maryann na segunda, foi caçada por Russel Edington na terceria e matou Debbie Pelt na quarta. De alguma forma isso tudo deveria afetar Sookie e True Blood não poderia ignorar este fato.
E não ignorou. "We'll Meet Again" lida com os problemas psicológicos de Sookie da maneira correta e ainda usa a dupla personalidade de Laffayette para atacá-la, trazendo o clichê do personagem que recebe o nome de "Anjo da morte". Certamente, um carma que todo protagonista de série carrega, já que nunca morre e acaba cercado pela morte dos personagens secundários.
Outro ponto positivo do episódio foi nos fazer se importar com os personagens, o que particularmente não faço há um bom tempo. Dá para notar a tentativa do roteiro de recuperar essa ligação entre público e personagens quando ele nos traz a relação de criador e cria que Eric tem com Pam e que é mostrada da mesma forma entre Bill e Jessica, apesar de que em menos intensidade.
Precisamos deste tipo de ligação, de voltar a nos importar com estes personagens, ainda mais agora que Bill e Eric estão em perigo com a Autoridade com o risco de ter o dispositivo iSteak ativado e, por conseguinte, de serem (verdadeiramente) mortos.
Dito isso, acredito que a série poderia estar aproveitando a sua 1 hora de duração para mostrar mais da busca por Russel Edignton. Por ora, a procura pelo vampiro está tão desinteressante que até a autoridade ficou entediada enquanto monitorava Eric e Bill pelos seus Macbooks.
E já que citei a autoridade, confesso que os momentos mais divertidos desta quinta temporada tem ficado por conta de Roman e sua turma de chancelers, principalmente os que tomam a liberdade de destrinchar tudo aquilo que acreditamos ou já ouvimos falar sobre religião. A árvore do enforcamento de Judas, as moedas de prata que este recebeu para entregar Jesus e adaga formada pelos dois elementos foram referências especialmente divertidas de se ver.
Agora, se tem algo que faz de True Blood merecedora de todas as críticas que recebe, é a trama das sa-fadas. Elas apareceram durante três temporadas e ainda hoje não possuem uma mitologia ou algo de consistente que possamos dizer sobre elas. As únicas coisas da qual temos certeza é que Sookie é uma e, uma delas o Andy já comeu.
O resto envolve lumiéres, saltos no tempo e muita orgia. Ou seja, uma grande confusão luminosa que já foi responsável por alguns dos piores dias da série. Agora, as sa-fadas reapareceram e nos deram um cliffhanger para nos deixar mais confusos do que vampiro assistindo Crepúsculo na Globo.
Aliás, este final de episódio me fez lembrar de quando a terceira temporada da série acabou com Sookie desaparecendo em um feixe encantado de luz. Em ambos tive a mesma reação: um grande WTF. Mas não o tipo de WTF que te deixa empolgado, querendo mais do que tudo que o próximo episódio venha para que você possa descobrir o que está acontecendo. Mas o tipo de WTF que te deixa coçando a cabeça tentando entender porque diabos os roteiristas fizeram aquilo.
Dito isso, a trama das fadas será mais uma daquelas coisas que nós preferiamos não ter visto e que desejaremos esquecer. Mas apesar de tudo isso, uma única coisa despertou meu interesse nesta trama: o envolvimento com a morte dos pais da Sookie. Espero que isso seja algo interessante, porque se não... adaga de Judas nas fadas por favor.
True Notes:
- Vamos analisar a seguinte situação: Alcide bêbado e louco de amores por Sookie. Sookie bêbada e com fogo na fagina (vagina de fada). Isso em uma série da HBO onde sexo, drogas e qualquer coisa ilícita pode ser mostrada sem qualquer pudor. Agora, me respondam: por que... isso... acabou... em... um... só... beijo? Cadê o sexo?!
- True Blood é a única série em que a gente vibra quando uma criança vampira se transforma em poça de menstruação.
- A história do Terry não condiz em nada com a trama da série em geral. Me pergunto se continuaram com os flashbacks dele por mais tempo ou se alguém fará o favor de cortar os freios do seu carro. Fica a dica, Laffayette.
- A cena em que Eric liberta Pam é uma das mais bonitas que a série já fez.
- Pam finalmente aceitou o fato de ser mãe de uma vampira negra.
Escute o C.S.Cast desta semana sobre True Blood
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