Enquanto Bill diz evoluir. True Blood regride.

Nada como uma pausa no meio de uma temporada para nos fazer perceber os erros e acertos de uma série. No meu caso, a falta de tempo me obrigou a fazê-la (motivo pelo qual não teve review na semana passada). Todavia pude tirar proveito do atraso, pois após ver ambos os episódios e colocá-los em perspectiva, posso dizer facilmente que True Blood decaiu e está a caminho de encerrar mais uma temporada de maneira medíocre.

E olha que no início da temporada havia muita madeira a ser queimada, bastava uma faísca. Até mesmo falei de esperança quando na review passada discuti a minha perspectiva para a segunda metade desta temporada. E de fato eu tinha esperança de que tudo fosse se desenvolver da maneira que todos nós sempre queremos ver, com momentos de tirar o fôlego, debates religiosos e tudo aquilo que True Blood já conseguiu nos proporcionar um dia.

Até que os roteiristas decidiram abandonar completamente o arco central da temporada matando Roman (desperdiçando Christopher Meloni) e dando início a uma série de bizarrices que até mesmo ultrapassaram os limites desta série. Vide a grande aparição de Lilith que surge de uma possa de menstruação para transformar todos em sanguinistas fanáticos.

Tudo bem, confesso que ver os vampiros completamente bêbados após beberem o sangue da garota do fantástico, digo, Lilith, foi particularmente divertido. Especialmente pela cena do karaokê em que Russel solta a voz ao som de Debby Boone. Porém, o que se seguiu a partir de então foi uma série de acontecimentos aleatórios que resultaram em uma idéia ainda mais brilhante que veio de Bill: destruir todas as fábricas de Tru Blood.

Pior que isto é ver que as tramas secundárias se encontram no mesmo ritmo que o arco central (se é que ele existe ainda). Temos Lafayette no México com a boca costurada no melhor estilo Jogos Mortais e a sua decisão de virar cartomante de canteiro de macumba. Tudo isso para dar uma solução a trama de Terry e Patrick-Olha-a-faca! que aliás se resumiu ao velho clichê em que um não pode viver enquanto o outro for vivo. Resumindo... assistam Harry Potter e a Ordem da Fénix para mais informações.

Ainda nessa salada de criaturas, temos Luna se transformando em Sam e Sam querendo se pegar. Sem contar no drama da passiva-agressiva Hoyt que decidiu odiar vampiros começando por Jesse, a que segundo ele "chupou o pau do seu melhor amigo e partiu seu coração". Plot tão bem desenvolvido quanto o do Alcide lutando para defender a alcatéia, sem contar que o mesmo apareceu no episódio exclusivamente para cumprir sua cota de nudez, afinal, it's not HBO, it's porn.

Já na terra das lumiéres, houve uma tentativa frustrada do roteiro de criar um mistério em torno do vampiro que matou os pais de Sookita. Arco que promete ser tão previsível quanto aquele sobre "quem desenterrou Russel Edington" e que promete ser ainda mais inteligente quanto o de Sookie tentando descarregar a bateria de fada.

É claro que vez ou outra, os episódios de True Blood nos surpreendem com sacadas geniais, como o cinismo de Russel diante dos doguimas religiosos e toda a sequência dos vampiros em pleno carnaval de Salvador. Mas diante de tantas tramas ruins, True Blood se encontra, mais uma vez, no fundo do poço. Enquanto na superfície, os roteiristas tomam sangue de Lilith e acham que podem fazer o que quiserem com esta 5ª temporada, pois serão absolvidos. Já eu não acredito mais nessa doutrina e não sei mais por quanto tempo poderei continuar a ser tolerante. Estou evoluindo.

True Notes:

- Qual será a matéria-prima do Tru Blood? O conteúdo dos absorventes usados.

- Só eu senti uma vibe "quero o meu próprio corpo nu" quando o Sam estava com a sua cópia no colo?

- Hoyt é o novo Ellis. #Smash

- A aparição de Godric foi tão necessária quanto a cena da Arlene assistindo as cenas de seu casamento.

- Tara no pole dance. Exorcisa Lettie Mae!


Até semana que vem!

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