Verossímil.

Nada soa mais natural que um episódio focado na reação de seus personagens, no caso de “Breaking Bad”, este episódio resume-se ao desenvolvimento dos dramas criados a partir dos acontecimentos chocantes do episódio anterior. Por outro lado, ‘preparativo’ é uma palavra que se encaixa no perfil de “Thirty-Eight Snub” que trouxe foco em dois personagens, Jesse Pinkman e Walter White, separados, mas compartilhando um sentimento em comum: o medo.

Jesse é o típico garoto incorrigível. Passando por um característico caso de stress pós-traumático, onde ele torna-se a vítima do próprio medo, Jesse demonstra que o assassinato de Gale e Victor foram apenas o prelúdio de seus problemas. Suas tentativas errôneas de fugir do próprio temor com os 3 dias de festa e drogas não foram suficientes para apagar o passado e o futuro que o espera.

Simbolicamente é possível notar a metáfora do drama do garoto em meio a uma das seqüências do episódio em que vemos um daqueles aspiradores automáticos ‘caminhar’ entre os resquícios da festa, limpando superficialmente uma bagunça que parece interminável. Assim é o tormento de Jesse Pinkman e tudo indica que veremos mais da primorosa atuação de Aaron Paul vindo por aí.


Todos dizem que a melhor defesa é o ataque e por isso Walter reage ao medo de forma diferente. Se a presença de Gus no episódio anterior tornou-se marcante por sua tortura silenciosa, nesse episódio o sentimento se estende quando vemos Walter tentar cegamente matar o Poderoso Chefão. Com seu revólver minúsculo, o contraste é visível quando o comparamos ao capanga Mike. Sendo ele os olhos e a mão esquerda de Gus, Mike recusa-se a juntar forças com Walter versus o Poderoso Chefão.

Este por outro lado parece marcante em cada minuto de temor em que Walter prevê um final trágico a sua ‘carreira’ como produtor de crystal meth e concretiza toda sua vilãnisse fria com um simples “vá para casa, Walter”. Aliás, se não fosse por esta curta frase, neste momento eu estaria aqui teorizando a possibilidade de Mike ter matado Gus. Ou vai me dizer que você não estranhou ver o capanga pronunciar as palavras: “ele nunca mais será visto.”?

Por outro lado, Marrie e Hank enfrentam outro tipo de drama. Aliás, o casal parece não se encaixar na temporada. Concordo que é cabível mostrar as dificuldades da recuperação de Hank e o estresse causado pelo sentimento de incapacidade que este possui, principalmente em relação a esposa. Porém, esta trama começa a se cansar.

Já Skyler continua a salientar que é a parceira perfeita para Walter, seja nos detalhes de suas anotações para tomar o posto de lava-jato, ou até mesmo no foco em números e dados precisos. Ela enfrenta o desafio de firmar uma proposta satisfatória de compra do antigo estabelecimento em que Walter trabalhava. O chefe ranzinza desagradado com o último encontro com Walter (LAVE ISTO!...) dá a proposta final de 20 milhões. Como diz o slogan, é melhor ligar para o Saul e ele resolverá a situação. A propósito, mais um comercial digno de um Emmy, Saul Goodman.

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