"She's been rehabilitated". Será?
Weeds começa sua 7ª temporada depois de 3 anos da execução do Plano C. Nancy e Andy colocaram o plano em prática para livrar Shane da cadeia e livrar a família Botwin da mira de Esteban. Como consequência, Nancy vai presa, o bebê Botwin-Reyes vai ficar com a tia invejosa, e Andy e o restante da trupe vai para Copenhagen.
Espera-se, depois de 3 anos, que pelo menos algum dos migrantes de Agrestic estejam “recuperados”. Espera-se, pelo menos, que tenham saído do Weeds Business e construído uma vida honesta, especialmente porque a matriarca, principal atuante nos negócios da família, está presa. Mas como nós estamos falando de Andy e cia., ninguém deu sequer um passo pra frente sem ela.
Durante o tempo na cadeia Nancy continuou sendo... Nancy. Aquele romance com a “colega” de cela não é necessariamente o lado homossexual da protagonista. É mais o lado manipulador dela. Afinal, durante 6 anos a gente já viu e reviu que ela é a mestra da manipulação sexual. Nem o professor gordo de matemática escapou, quem diria uma assassina romantizada.
O resultado do joguete, claro, é para o benefício de quem manda no jogo. Zoya entrega a chave de seu tesouro bélico e pede que sua amada faça um plano para a vida a duas. Bem... Nancy não tem vontade nenhuma de continuar o namorico fora da prisão, e o plano acaba reduzido para uma vida a uma só mesmo.
O problema é que Nancy vai vender as granadas para o “cunhado”. Quando ele descobrir que ela está passando a perna em Zoya e quando a própria Zoya descobrir que foi passada para trás, o cenário não vai ficar muito bonito. Imagine só o cara que conhece tudo de armas e a irmã que colocou querosene e ateou fogo no namorado atrás de Nancy... que Deus a guarde! (É muito provável também que o cunhado passe a ser um parceiro sexual num futuro não muito distante. Se for, muito previsível.)
Outra parte que certamente dará muita confusão ainda é a do bebê Botwin-Reyes. Tudo o que Nancy fez na 6ª temporada foi para manter seu filho perto si, e isso é a maior prova de que logo logo ela vai acabar com a festa da irmã. Ensinar uma cria de Nancy a chamá-la de “tia”? Só pode estar brincando com fogo mesmo.
A morte de Esteban, infelizmente, foi um apelo triste da série. O personagem entrou na vida de Nancy na 4ª temporada (ou ela invadiu a dele) e virou tudo de cabeça pra baixo. Tudo isso para descobrirmos numa conversa de 1 minuto e 21 segundos que Esteban foi preso em consequência dos depoimentos da esposa e foi morto na prisão. Ainda bem que, como se trata de Weeds, nenhuma verdade é absoluta. Pode ser que tenhamos a sorte de o agente Lipschitz ter recebido, ou quem sabe, ter passado informação errada...
Shane, sem dúvida, é o caso mais decepcionante de vida pós-Nancy. No final da 5ª temporada ele era disparadamente o melhor personagem. Num ato de simples reflexo ele cravou um taco de croquete na cabeça de Pilar. E agora, ele não é nada mais que um artista de marionetes. Os roteiristas apelaram feio. Entre a extremidade de psicopata e a de artista de rua vaga... existe um longo caminho. Shane não será Shane se não passar por ele.
Andy então, nem se fala. Quando ele estava ao lado de Nancy vivia reclamando que ela tomava toda a “vida” dele. E não foi só uma vez que ele tentou fugir dela. Agora que finalmente ele está livre, parece mais perdido que um cego num tiroteio. Dentro de 3 anos ele não prosperou, não casou e nem comprou roupa nova! Aí ele se enfia numa campanha política para "comandar" uma "nação" que fica depois do fim do mundo e ainda perde! A liberdade decisivamente não lhe fez bem algum.
Com a notícia da soltura de Nancy, a família, (que pelo visto inclui Doug definitivamente), volta para debaixo das asas da matriarca. O engraçado é que ainda tentam discutir sobre isso. Shane tenta deixar o irmão de fora, Andy faz de conta que tem alguma dignidade... enfim, até parece que existe alguma discussão válida sobre viver longe dela.
Silas, no entanto, parece que foi o único que conseguiu trocar as próprias fraldas longe da mãe. Quer dizer, tentou. E continua tentando. Mesmo com aquele fiasco de carreira de modelo (de água de flor!) em Copenhagen, assim que chega em New York ele tenta usá-la como referência pra ganhar algum dinheiro. O Doug continua fã número 1 dos alucinógenos, Andy depende da Nancy para respirar, Shane faz show de marionetes. Só sobrou Silas procurando fazer algo de útil.
Mais esse algo de útil pode não durar muito. A mamãe saiu da cadeia totalmente sem recuperação. Ela não virou um monstro violento e revoltado, como no discurso do Conselheiro Ed. Mais ao invés de tentar vender as grenades por dinheiro e seguir em frente, a mais nova traficante de New York quer uns 20 quilos de maconha. Como Silas vai conciliar a pseudo-carreira de modelo com o Weeds Business? Esta não será a primeira vez que ele, de uma forma ou outra, vai ser prejudicado pelas decisões de sua progenitora. Mais foi ele quem escolheu voltar para os braços dela... não vai poder reclamar.
Mas novamente, isso é Weeds, e ela é Nancy. A série e a personagem que vivem na clandestinidade e sempre arrumam um jeito impossível de escapulir. E é melhor que tratem de arrumar um jeito "super-impossível" agora. Em 6 temporadas Nancy fumou maconha 1 vez, para testar o produto. E bem depois que o Conselheiro Ed avisa sobre os testes de droga aleatórios ela resolve fumar como se não houvesse amanhã.
Esta é (provavelmente) a temporada final de Weeds. Nancy iniciou sua trajetória como uma viúva que começa a traficar maconha para os vizinhos a fim manter o nível de vida de seus filhos. Bom... depois ela tomou gosto pelos negócios e acabou envolvendo as pessoas ao seu redor. As primeiras três temporadas mantiveram essa sinopse e também foram as melhores até aqui. A partir do quarto ano vimos a família Botwin passar por milhares de reviravoltas e por várias vezes eles acabaram na mer... no fundo do poço – mais sempre saíram de lá. O que agora nos dá uma quase-certeza de que Nancy vai se safar do teste de drogas e da volta para a cadeia... resta esperar o 3º episódio para ver como a série vai nos surpreender com mais uma “escapada estilo Botwin”.
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