Frio, violento e silencioso.

Desde a idealização da magnífica 3ª temporada que "Breaking Bad" busca aprimorar-se mais e mais com o decorrer de sua trama. Hoje, um ano depois, a série executa mais um episódio primordial cuja tensão correu em nossas veias rebuscando a fórmula que deu certo a tanto tempo e que entra em um clímax extraordinário neste 1º episódio.

Bryan Cranston torna-se motivo de orgulho a qualquer fã de BrBd no segundo em que entra em cena como Walter White e com um breve movimento de pescoço passa a encarar a chegada de Gus com sua expressão gélida. Congruente a imagem de homem racional, Walter mais do que nunca demonstra que para a personagem 'os fins justificam os meios' mostrando-se aparentemente ciente de todas suas decisões, incluindo o assassinato de Gale. Por outro lado, mostra-se humano ao presenciar a morte do gêmeo capanga de Gus que tem sua garganta cortada em um ato frio e cruel.

Vindo com uma enorme carga de acontecimentos do ano anterior, a temporada não tem pressa em desenvolver suas tramas fazendo uso de um flashback como cena de abertura da premiere. Porém, a tensão e o senso de urgência que se constrói está presente a todo momento do episódio. Ao vermos um monólogo de Walter em defesa de si próprio que tem como reação o silêncio gritante de Gus culminando em um corte fatal e posteriormente um simples "Então... voltem a trabalhar" o que se percebe é a construção de um vilão e o início de muitos conflitos que ainda estão por vir.

Paralelo a estas sequências tensas de diálogos e atuações brilhantes, está Skyler que durante os 40 minutos de episódio se viu atrás de Walter, dividida pela sua concepção de certo e errado. Percebe-se que a figura que se construiu da personagem nos últimos três anos, torna-se ambígua no momento em que esta se mostra tão manipuladora quanto seu marido, consequentemente dando razão aos 'meios' que se utiliza para alcançar o que almeja. O maior exemplo: sua atuação com o chaveiro. Só agora compreendo a química do casal.

Além do mais, a morte de Gale é o gancho dramático que dará ponta aos conflitos internos de Jesse, personagem que figura agora uma pessoa desistente do viver e cuja expressão só confirma o Emmy de ator coadjuvante a Aaron Paul no Emmy 2012. A dupla Waljesse retorna em sua sincronia perfeita e de lealdade correspondente. Quem não lembrou dos divertidos momentos em que ambos tentavam erroneamente se livrar de um corpo na 1ª temporada?

Percebe-se que agora o panorama mudou, o inimigo observa de perto cada passo de nossos 'heróis' e o Walter que vimos no final do episódio reflete aquele homem que em sua mente, em seus conflitos internos, se sente tão desconfortável quanto o Walter usando um par de tênnis All-Star.

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