Root, querida... é você?

Se você ainda queria um episódio de Person of Interest que tivesse mais revelações sobre seu passado, agora você tem. Para se ter uma ideia, "Matsya Nyaya" teve cerca de seis flashbacks, todos eles envolvendo o passado – não tão distante – de Reese, enquanto ele trabalhava para a CIA.

Tais flashbacks nos levam para Ordos, China, lugar já mencionado antes por Snow (1x10, "Number Crunch"). O que aconteceu em Ordos é o que levou a CIA a pensar que, assim como Cara, John estava morto. E o mais engraçado nisso tudo é que Snow ficou todo este tempo correndo atrás de Reese para descobrir o que realmente aconteceu lá, ou melhor, o que deixou de acontecer para que John ainda esteja vivo.

Os sinais de que Cara é Root foram bem claros, na minha opinião. Mas, apesar disso, ainda é melhor esperar pelo veredicto final da série. E enquanto ele não chega, pesquisei o significado de “Root”. Este nome pode ser traduzido como raiz, origem, fonte, base, causa. Já pensaram que, se Cara for mesmo nossa temível hacker, ela pode ter escolhido este nome por ser a “origem” do que John é hoje?

Agora, voltando aos sinais, o primeiro é a entrevista básica que ela tem com o engenheiro de software semi-morto. Quando ela e Reese chegam à Ordos e se deparam com todos os trabalhadores da cidade empresarial executados, ela já dá mostras de que existem muitas perguntas inquietas dentro de sua mente, e que a lição de “Não devemos questionar” que ela deu para seu aprendiz não é seguida ao pé da letra por ela.

Quando Cara conversa com o sobrevivente em chinês, ela nem hesita em mentir para Reese e executar o engenheiro em seguida. É neste momento que ela, supostamente, descobre sobre a Machine. O segundo sinal vemos no momento em que ela vai sinalizar com as luzes infravermelhas para que os dois sejam extraídos: Cara guarda o notebook com ela. Ou seja, ao sair viva de Ordos, ela não só sabia da existência da Machine, como carregava o software com ela. E aí entra a pergunta: como temos a certeza de que o programa naquele computador era a Machine?

Por dois motivos: pela presença de Alicia Corcwin, e por tentarem destruir a evidência da Machine, assim como todos os que tiveram contato com ela.



Alicia Corwin é aquela que apareceu no 1x14, "Wolf and Cub", no flashback do ano de 2005. Naquela época, a Machine ainda estava sendo construída, e Nathan era o homem que respondia ao Pentágono, representado por ela e Denton Weeks. Cowin e Weeks foram ao escritório de Nathan para exigir mais detalhes sobre o tal programa, o que Ingram ignorou com classe, já que tinha cobrado apenas 1 dólar pelo serviço.

No 1x14 ela foi encontrada por Will (o filho de Nathan). Aí então vamos que ela se tinha se mudado para Green Banck, um lugar onde não tem celulares nem internet sem fio, ou seja, ela estava tentando fugir da Machine. Além disso, diante das perguntas de Will, tudo o que ela fez foi tentar dissuadir o rapaz a encontrar respostas sobre seu pai, especialmente depois dele ver que Ingram tinha feito um contrato de 1 dólar com o governo americano. E vale lembrar que ela também ficou espantadíssima ao ouvir sobre a existência de Harold, alguém que ela nem imagina estar relacionado com a evidência que ela tentou destruir de todas as formas.

Quando ela aparece neste episódio, revelando estar por trás da tentativa de destruição de um software tão temido, logo consideramos que se trata da Machine.

O terceiro sinal de que Cara é Root é o fato de que Root sabe quem é Reese e Finch. John foi o parceiro de Cara e, por isso, ela o conhece bem. E se ela tem mesmo em mãos o programa da Machine, não fica difícil de saber quem é Harold. Eu ainda diria que pelo cabelo Stanton tem mais chances ainda de ser a hacker. É só dar uma olhada nas imagens frontais que o 1x13, "Root Cause", mostrou dela e comprovar.

Mas nem só de Cara e Snow é o passado de Reese, e eis que temos Jessica outra vez na história. Ela liga desesperada para John, mesmo depois dele ter praticamente dito para ela deixá-lo em paz. É claro que ele pensou que estava protegendo a mulher de sua vida, mas pelo tom de voz embargado dela, a proteção dele foi por água abaixo.  E até achei engraçado, (John que me desculpe), ao ver Reese pedindo para ser substituído porque tinha uma emergência familiar, ao que Snow responde: “mas você não tem família!”. Maldito Snow.

O caso da semana trouxe o ator Pablo Schreiber, que faz o Demetri de Weeds e o Anton Little Creek de A Gifted Man. Aqui ele fez o estúpido Tommy Clay, um homem que tinha tudo na vida e jogou a vida fora. Tommy se apaixonou pela garçonete Ashley (Virginia Kull), que o convenceu a roubar uma carga de platina no carro-forte em que ele trabalhava. Neste ponto, o roubo se cruza com a HR.

Como Fusco disse, a organização criminosa está desesperada por dinheiro, sobrando até para ele dar uma de cobrador. Acontece que a HR ajudou a planejar o roubo, o que coloca Ashley no meio deles. Tommy achava que escaparia dos mafiosos, e acabou que nem teve tempo para ver o quão enganado estava, já que sua namoradinha era mais ambiciosa do que ele imaginava e tratou de lhe dar um belo tiro nas costas.

Nesta mesma cena temos Lynch e Fusco chegando para pegar a platina. Reese estava lá, amarrado e desarmado, pronto para Lynch se vingar do “anjo da guarda de Carter”. E aí entra Fusco, defendendo a vida de John pela primeira vez. Foi ótimo vê-lo agir assim, porque essa atitude também o iguala mais a John... e quem sabe Fusco até ganha mais respeito dele.

Só que a gente sabe que John dando uma de maldoso para Fusco é só figuração. Na verdade, ele já demonstrou várias vezes que se importa com o detetive. Aliás, este é o motivo dele não querer revelar para Carter sobre a participação do “corrupto” na história... e o bom é que ela agora deu pra passar sermão sobre honestidade nele, achando que vai conseguir arrancar algo dali...

O título do episódio, "Matsya Nyaya", é um termo hindu que traduzido para o nosso contexto corresponde à expressão “lei da selva”. Como a gente bem viu, a lei da selva engole todos os personagens de Person of Interest. A CIA supostamente mata Stanton, que tentou matar Reese, que foi instruído por Snow a matá-la. Fusco mata Lynch, que matou Ashley, que matou Tommy, que matou Murray, que supostamente matou Reese. Agora, quem deveria estar morto conseguiu sobreviver e veio atrás de quem ordenou sua morte. Não há nada mais “lei da selva” do que isso, onde o mais fraco nunca sobrevive ao mais forte. A pergunta que fica é: o que Cara fará com Snow?


Observações:

- Snow pode até ser considerado o vilão agora, mas ele não passa de um mero seguidor de ordens, vide o momento em que ele comunica com alguém a chegada de Reese e Cara a Ordos: “Equipe Alfa no local. Eles têm as ordens deles, nós as nossas. Eu te aviso quando acabar.”. Como peão que é, Snow pode ser facilmente descartado, assim como Reese e Cara foram.

- A partir deste episódio, as cenas que ilustram a abertura da série (narrada por Finch), tiveram consideráveis mudanças. Quando Harold fala “I needed a partner”, a imagem de Reese aparece e logo em seguida é mostrada a de Carter. Quando ele fala “hunted by the authorities”, é Jon Snow quem aparece.

- Quando Reese e Cara entram em Ordos:
* E Cara começa a demonstrar suas dúvidas, Reese fala: “Ours is not to reason why”, em português, “Não devemos questionar.” Esta expressão faz referência ao poema "The Charge of the Light Brigade", escrito em 1854  pelo Lord Alfred Tennyson, sobre a Carga da Brigada Ligeira (na Guerra da Criméia).
* E eles encontram o notebook, John vê uma folha que parece ter uma relação de CPFs. Seria obra da Machine? (Clique na imagem para ampliar).


- Alicia Cowin disse que alguém do Pentágono vendeu a Machine para os chineses. Quem seria? Denton Weeks?

- Vendo Alicia e Snow destruindo tudo o que era relacionado à Machine, vem a pergunta: Nathan morreu por causa dessa "limpeza" deles?

- Foi bom ver Carter provocando Snow. E as cenas entre os dois ficam mais saborosa ainda quando a gente imagina o que ela fica pensando enquanto conversam: “Ha, você nunca vai pegar o Reese, seu besta.”, “Ah neim. Lá vem o chato do Snow de novo. Bem que John podia dar um jeito nele logo!”.

- Quem riu de Resse levando trote dos “coleguinhas de trabalho” aí levanta a mão!

- Carter agora é toda apoio para John e Harold. Gostei de ver. (Mas também né, depois de ser salva quase mil vezes pelos dois... se ela ainda não confiasse neles a gente colocava ela de castigo!)

- Nem tudo são espinhos para Fusco. O dinheiro que ele ganha com seu "trabalho de agente duplo" "pode" ficar para ele. E foi uma lindeza vê-lo perguntando para John sobre o que fazer com o dinheiro. Põe lealdade nisso, viu.


Diálogos of Interest

Fusco: Deveria ter atirado em você e simplificado a minha vida.
Reese: A pressão está te afetando, Lionel?

Tommy: Qual sua história, John? Já foi segurança em algum outro lugar?
Reese: Por aí.
Tommy: Segurança de shopping? Porta de supermercado?
Reese: Algo assim.

Reese: Finch, você está aí?
Finch: Sempre.


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