Dexter

O grand finale.

Mais uma vez, Dexter nos deixa estupefatos com uma season finale impecável. Não me recordo, aliás, de me sentir dessa forma desde a finale da quarta temporada, em que fomos arrebatados pelo choque de ver Rita morta em uma banheira coberta pelo próprio sangue. Este 7x12, por sua vez, propõe causar o mesmo efeito sob o público, fazendo com que o telespectador fique na ponta da cadeira durante cada segundo do episódio.

Isso significa que os roteiristas não esperaram os 5 minutos finais para nos deixar boquiabertos, dando início a tão aguardada queda do protagonista já nos 10 minutos iniciais, quando LaGuerda aparece em seu apartamento com um mandato de prisão.

A partir deste ponto era quase impossível segurar os batimentos cardíacos, especialmente durante a sequência em que Dexter entra algemado no departamento de polícia de Miami, como jamais prevíamos que aconteceria no segundo ato do episódio. Igualmente de tirar o fôlego foi o interrogamento em que LaGuerta, cheia de confiança e determinação, aponta a Batista e Debra os crimes cometidos pelo verdadeiro Bay Harbor Butcher.

Outro grande acerto dos roteiristas foi ter feito uso dos flashbacks da primeira e segunda temporada da série como recurso narrativo da trama. Dessa forma, relembramos momentos cruciais do arco de Doakes e como o mesmo foi capaz de detectar a máscara social utilizada por Dexter desde os primórdios, quando o último ainda era considerado invisível por todos.

Também não poderia deixar de citar a sequência em que LaGuerta convida Deb para ajudá-la com a timeline da noite da morte de Travis Marshall. O diálogo e a serenidade no rosto de Maria no momento em que a mesma apresenta a Deb as filmagens da câmera de segurança do posto, em que a mesma coletou  uma quantidade de gasolina suficiente para queimar uma igreja, são de deixar qualquer um inquieto. Cheguei até mesmo a cogitar a ideia de que Deb denunciaria Dexter quando LaGuerta a pergunta se havia algo que gostaria de dizer. 

Porém, ainda havíamos de ter a caçada final, em que Dexter, vendo tudo despencar sob, não apenas sua cabeça como também a de Deb, decide se igualar aos outros serial killers, quebrar o código e matar, não por mera vontade, mas por ínfima necessidade. E lá nos encontramos de novo, no contêiner onde tudo começou, onde Laura Moser foi destrinchada diante dos olhos de Dexter e Bryan, onde dois serial killers nascem do sangue... onde Deb mata a sua primeira vítima.

A cena final é tão forte que sou incapaz de criticar sua previsibilidade. Sendo além de um desfecho memorável, a prova de que Dexter ainda é um drama digno de ser aclamado pela crítica e cujo elenco é merecedor de inúmeros prêmios.

Assim, quando Deb puxa o gatilho e somos deixados com nada mais que a trilha sonora soberba de Daniel Licht, nós sentimos a sua dor... a dor de matar um inocente. Dessa forma, com seu caráter dilacerado, ela corre para abraçar o corpo de Maria LaGuerta em uma procura desesperada por perdão. Desfecho este emocional o suficiente para encerrar uma temporada irregular e que demandava uma grande finale. 

Ademais, a chuva de fogos de artifício encerrada em vermelho, simulando respingos de sangue, não poderia ter dado um tom melhor ao término da temporada. Desse modo, o céu em vermelho-sangue acompanhado das mãos entrelaçadas de Dexter e Debra nos faz pensar se esta não é uma indicação de que veremos a dupla de assassinos trabalhando juntos na 8ª temporada, ou se o título da série ganhará um adendo... Dexter & Debra. 

PS.: Não poderia encerrar esta review sem antes elogiar as atuações de Michael C. Hall e especialmente Jennifer Carpenter nesta season finale, ambos impecáveis.

PS.: A trama de Hannah McKay ficou inacabada e sou grato por isso. Dessa forma, não tivemos uma resolução apressada do arco da personagem e poderemos ver mais de Yvonne Strahovski na próxima temporada.

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