Um final feliz... ainda que
ilusório.
Se considerarmos esse episódio apenas pelo ponto de vista dos personagens principais Carrie e Brody, “In Memoriam” poderia muito bem ser o final de temporada. Afinal, os supostos vilões estão presos ou mortos, Brody, de uma maneira ou de outra, resolveu a situação com a família, e o casal agora parecem que tem uma chance de viver uma vida normal a dois. Mas falta sabemos que a coisa não é bem assim, resta ainda um episódio e muita água ainda vai rolar sob essa ponte ponte. A questão é que surpresas nos aguardam o final de temporada semana que vem.
“In memoriam” foi um
episódio rico em vários aspectos. Tivemos muita coisa boa.
Vejamos...
Cenário de filme de terror
- Corredores estreitos e
escuros, passagens secretas, ataque iminente, gargantas cortadas... O
suspense foi de primeira, ainda que sacrificando a seriedade do
drama.
Loucuras - Não
sei quanto a vocês, mas eu já estava sentindo falta da Carrie meio
maluquinha, obcecada, bipolar. E depois de ter ficado mais de um dia
prisioneira de Abu Nazir, estar no máximo de tensão e sem ter
tomado seus remédios, Carrie mostrou o que tem de melhor e de pior.
Para
começar, ela pulou direto na investigação, sem descanso e sem
tratamento. O que dizia não fazia sentido total. Chegou a motivar
uma perseguição a um dos agentes, Danny Galvez, (que sumira em
circunstâncias suspeitas, é verdade) com um argumento “arrasador”:
“Ele é muçulmano.”
E o pobre Galvez foi capturado e jogado ao chão, quando tudo o que
desejava era ir ao hospital, pois seus pontos sangravam. E ainda
quase causou um acidente de trânsito.
Mas
foi graças à sua obstinação que ela fez com que os agentes
retornassem ao complexo industrial abandonado e o varressem mais uma
vez. E foi ela que achou o compartimento secreto onde Nazir se
escondia.
E
Brody não ficou muito atrás, com sua inesperada reação emocionada
de choro quando soube da morte de Nazir. Seria alívio? Profunda
tristeza? Um pouco dos dois? Nem sei dizer.
Vilões –
O episódio esteve repleto de vilões interessantes.
Roya
Hammad, ao ser
interrogada por Carrie, mostrou sua verdadeira face.
Carrie
tentou mostrar que a “entendia”.
Roya: “Você já teve alguém que, de algum modo toma conta de sua vida e faz com que você faça coisas que não são realmente você, que você sabe que são erradas? Você tem alguém assim?”
Carrie: “Sim.” (Ela respondeu entristecida, achando que encontrara uma ligação emocional genuína com a prisioneira.)
Roya: “Bem, eu nunca fui tão... estúpida! Sua idiota, vagabunda! Nazir não tem medo de você! Eu não tenho medo de você!” (E seguiram-se vários impropérios em árabe.)
Roya: “Você já teve alguém que, de algum modo toma conta de sua vida e faz com que você faça coisas que não são realmente você, que você sabe que são erradas? Você tem alguém assim?”
Carrie: “Sim.” (Ela respondeu entristecida, achando que encontrara uma ligação emocional genuína com a prisioneira.)
Roya: “Bem, eu nunca fui tão... estúpida! Sua idiota, vagabunda! Nazir não tem medo de você! Eu não tenho medo de você!” (E seguiram-se vários impropérios em árabe.)
David
Estes, quem diria, além
de planejar o assassinato de Brody (que, bem ou mal, é um
congressista eleito), armou contra o Saul para que suas indiscrições
parecessem muito mais sérias do que foram através de um teste de
polígrafo tendencioso. Estes se revelou aí um grande manipulador.
E
não podemos esquecer Abu
Nazir, é claro. Ele
aterrorizou o quanto pode. Deu muito trabalho aos agentes da CIA e do
FBI, cortou algumas gargantas e, quando capturado, despediu-se desse
mundo numa salva de tiros. Como de costume, Homeland me surpreendeu
nesse ponto, pois eu não esperava ver Nazir partir assim tão cedo,
e sem ter tentado um último e magistral ataque terrorista. Mas no
fim, ele morreu como um simples líder de gangue local.
Drama familiar
– Dana, para variar, teve outro faniquito e, dessa vez, acreditem
ou não, literalmente chorou sobre o leite derramado. Mas no final, o
próprio Brody reconheceu que ele não tinha mais lugar naquela
família; ele e Jessica tiveram um rompimento tranquilo e natural.
Foi um momento de crescimento para os personagens e uma ótima
oportunidade do programa livrar-se do peso de personagens que muito
pouco ou nada contribuíam para a história.
Romance
– E na cena final, Brody vai à casa de Carrie, onde eles se
entendem.
Brody:
“O que eu fiz para que
Nazir a soltasse, era você ou Walden, Carrie. E nem de longe tive
dúvidas.”
Claro
que isso se caracterizou uma confissão de assassinato, mas no
universo de loucura que Carrie e Brody habitam em Homeland, isso soou
até muito romântico.
Previsões –
Como eu disse antes, pela cena final, é provável que os dois
estejam pensando que o pior já passou e agora terão uma chance
juntos. Mas ainda há muitas engrenagens em movimento.
Quinn
observou o momento íntimo entre Carrie e Brody na soleira da porta
dela. Mas ele ainda tem a missão de matar Brody. E, pelo que vimos
até agora, não deu indicações de que venha a mudar de ideia.
Saul,
que faria o possível para honrar o acordo feito com Brody, está com
as mãos atadas. E Carrie não sabe de nada ainda.
No
mais só podemos especular. Sabemos que Nazir tinha uma equipe
formidável em solo americano. É possível que alguns membros ainda
persistam com instruções do tipo “em caso de minha morte...” na
organização de algum ataque surpresa. Acredito também que algum
personagem importante irá morrer, ou se revelará aliado dos
terroristas.
Ainda
é possível que Brody tenha que se valer do auxílio da estrutura de
Nazir pelo fato de estar sendo perseguido pela CIA, e Carrie poderá
ainda se tornar uma agente rebelde na defesa de Brody. Finalmente,
creio que Dar Adal surgirá como a grande figura em preparação para
a 3a temporada, pois se o elenco conta com F. Murray Abraham, não se
pode dispensar um talento desses.
E
o que você acha? Que surpresas Homeland terá para nós em seu
episódio final?
Postar um comentário Facebook Disqus