Vampiro bom é vampiro morto. Com exceção do Benny, é claro.

Sejamos francos e sinceros: Vampiro bom é vampiro morto. E não do tipo morto-vivo, como eles geralmente são, mas do tipo morto-morto sem cabeça mesmo. Vampiros são criaturas selvagens, perigosas e imprevisíveis. Isso sem falar naqueles vampiros bonitinhos (e respectivos imitadores) que no máximo conseguem seduzir garotas ingênuas do ensino médio (vide Supernatural: 6x05 “Live Free and Twi-hard”) que nem dignos da categoria “vampiro” são, pois são apenas “douchebags” (idiotas, babacas). Essa, pelo menos é a regra para hunters em geral, e para os Winchesters em particular. Com exceção, é claro, do Benny, o BFF de Dean Winchester e seu companheiro inseparável de desventuras no Purgatório.


Bem, esse mid-season finale, girou em torno da figura de Benny. Aliás, Supernatural tem inegável talento para, simplesmente, varrer a história principal para baixo do tapete (portanto nada de Castiel, Crowley, Kevin ou tablet) e fazer com que seus protagonistas entrem por uma estrada secundária e ignorem um iminente fim de mundo. Mas o que importa é que tivemos uma hora emocionante de televisão em que se explorou Benny, um personagem complexo, enigmático e muito carismático.

Nesse episódio, descobrimos que Sam colocou o “Mostly OK” (“Bem Na Maior Parte”) Martin Creaser (o hunter meio lunático de Supernatural: 5x11 “Sam, Interrupted”) no encalço do vampiro Benny. Lá descobre que Benny vive agora em sua cidade natal Carencro, Louisiana, onde trabalha em um gumbo shack (lugar onde se serve uma comida típica do Sul dos EUA feita à base de quiabo e que deve ser uma delícia... ou não) e está envolvido numa morte por ataque de vampiro e que acaba virando duas mortes.

Sam nunca aceitou bem a relação de Dean com Benny, e agora acredita que o vampiro muito provavelmente tem que ser eliminado. E Martin revela crescente desejo de matar esses tais monstros sugadores de sangue. Mas Dean consegue argumentar com Sam que lhe conceda umas horas para que procure Benny e averigue o que realmente aconteceu, pois não quer sair em uma “caça às bruxas” (no caso, vampíricas). Meio contrariado, Sam concorda, mas Dean sabe que não poderá segurá-los por muito tempo.

Enquanto aguarda uma boa justificativa para decretar a sentença de morte ao nosso querido Benny, o que pode Sam fica fazendo? Se você pensou em “flashbacks”, acertou! Inclusive ele chega a ter um flashback de Amelia enquanto atravessa a rua!

Mas voltando ao que interessa, o reencontro inicial entre Dean e Benny é tenso e potencialmente devastador, mas logo os velhos amigos se entendem. Dean fica sabendo que Benny agora se passa por um tal de Roy e trabalha no Cajun Café de propriedade de sua bisneta Elizabeth. Aliás, a bela da foto é interpretada por kathleen Munroe, também conhecida como Danni Rose, em Alphas (e que, ao que parece, já fez ponta em tudo que é seriado que já vi, inclusive no próprio Supernatural).

Benny também, conta que um vampiro rebelde chamado Desmond está tentando recrutar Benny para seu ninho e, ao invés de simplesmente mandar um belo convite impresso, o faz de maneira mais direta, deixando uma trilha de corpos para Benny/Roy limpar. E o nosso querido vampiro dá um basta e, junto com Dean, decide liquidar Desmond.

Derrotar Desmond até que não foi difícil; Dean passa por um mau pedaço, mas Desmond não escapa do facão certeiro de Benny. Contudo a luta revela algo perturbador: Dean está sangrando, o que desperta a fome de Benny, que faz uma cara de faminto. Dean sentencia: a vida de Benny naquele lugar acabou. E isso é trágico, pois Benny havia deixado claro como era importante para ele cultivar raízes com a família justo em sua cidade natal.

Mas Sam e Martin estão se aproximando. Só que quando chegam perto do alvo (Benny), Sam recebe um torpedo desesperado de Amelia pedindo que ele venha logo, pois ela precisa dele. A cena que segue foi hilária: Sam simplesmente abandona “Mostly OK” Martin no meio de uma caçada, deixando-o num lugar perigoso, sozinho e sem transporte. E Sam se evapora.
Na viagem até Kermit, cidade de Amelia, Sam tem tempo para mais um... flashback -- yay :-( Don, maridão de Amelia, que afinal estava vivo, encontra Sam e lhe diz que respeitará a decisão dela sobre com quem ela quer ficar, e, se Sam a ama de verdade, deverá fazer o mesmo. Não sei se Sam tinha muito cabelo tapando o ouvido, mas ele parece não ter escutado direito e interpretou isso como “hora de tirar o time de campo” e abandona Amelia.
Quer dizer que foi isso? Toda essa preparação para isso? Sei lá, não que eu seja contra o romance, mas esse tipo de história fica tão deslocada em Supernatural, que é difícil considerá-la interessante. Se ao menos Don revelasse ser um mutante, vampiro, ou possuído por demônio e Sam tivesse que dar cabo dele, faria sentido (dentro do contexto do show) Amelia tê-lo abandonado. Mas do jeito que aconteceu foi frustrante.
Enquanto isso, em Carencro, Benny observa Elizabeth à distância uma última vez antes de partir. Logo após, Dean liga para Martin para avisar que ele e Benny mataram o outro vampiro, e que tudo está terminado e para martin não seguir Benny. Martin finge que concorda, mas dá pra ver que Martin devia mesmo é ter permanecido no hospício e planeja uma loucura.

Dito e feito: Martin liga para Benny ameaçando matar Elizabeth se ele não voltar. A propósito, como todos sabem o celular de todos nesse show? De qualquer modo, Benny chega às pressas no gumbo shack e encontra uma Elizabeth prisioneira e confusa. Ela quer saber o que está acontecendo e Martin resolve fazer uma demonstração prática de que tipo de monstro abominável Benny é: faz um corte no pescoço de Elizabeth e Benny fica todo faminto, chegando a mostrar a fileira de dentes de vampiro.

Benny então aparentemente concorda em se sacrificar e coloca a cabeça no balcão para ser cortada fora. Martin prepara-se para o golpe fatal. Elizabeth grita. Mas o que é cortado é a cena.
Dean dirige embora ouvindo “I feel alright.” Mas recebe telefonema de Elizabeth que pede que Dean volte imediatamente: é sobre o “Roy”. É engraçado como os Winchesters percorrem longas distâncias de carro, mas na tela, chegam em qualquer lugar em segundos. No caso, leva um segundo para Dean voltar. Lá encontra Elizabeth ensanguentada e desnorteada, incapaz de contar o que aconteceu.

Dean entra esperando encontrar o corpo sem cabeça do amigo Benny, mas quem está morto e estraçalhado é Martin e, não, Benny.

E o nosso querido Sam? Ele chega a Kermit e vê pela janela Amelia toda feliz com o maridão: o pedido de socorro era alarme falso. Sam liga para o número de “Amelia” e Dean atende. Ele sorrateiramente mudou o número de Amelia no celular de Sam e, como como precisava afastar Sam da caçada, preferiu manipulá-lo como só os irmãos mais velhos sabem fazer. Conta também que Martin está morto. Por fim, Dean tenta explicar a circunstâncias da morte de Martin, mas Sam desliga antes que Dean fale.
Amelia encontra Sam no bar (aparentemente só há um bar na cidade) e Sam fica com cara de quem viu um fantasma.

Olha, nessa história toda, acho que a coisa ficou chata para o Sam ao deixar-se enganar assim. O Benny era inocente afinal de contas, e foi imprudência do Sam envolver o “Mostly OK” Martin numa situação tão arriscada assim. E nem vou falar sobre o fato de tê-lo deixado empenhado num pântano cheio de vampiros e sem carro.

Citações memoráveis:
Dean: “Benny nunca me deixou na mão.”
Sam: “Deve ser ótimo finalmente encontrar alguém em que você pode confiar depois de todos esses anos.”
Benny: “Sei que é difícil de acreditar, mas nem sempre fui assim engraçadinho e fofinho.”
Dean: “Caras como nós, não temos um lar. Não temos família.”Benny: “Mas você tem o Sam.”

Dicas gastronômicas:
- hambúrgueres do Lost in The 50s Drive-In (Dean)
- torta de noz pecã do Guidry's (Dean)
- qualquer coisa com gumbo (Benny)
- sangue, muito sangue (Benny)


Dicas musicais:
- Born on the Bayou (Creedence Clearwater Revival) - dica do Benny 
- I Feel Alright (Steve Earle) - dica do Dean

Perguntas provocadoras:
- Muito bem, numa luta até a morte, quem venceria? Benny ou Edward Kullen? E se for Benny contra os irmãos Salvatore? (Dica: a resposta certa começa com “B”.)
- Dean agiu certo em manipular Sam, ou isso não se faz com irmão?
- O Dean tinha razão em proteger o Benny, ou Sam fez bem em desconfiar de Benny? E, a propósito, se Dean teve razão em confiar em Benny, o que se pode dizer da decisão de Dean de matar a “namoradinha” de infância de Sam, uma kitsune (7x03 “The Girl Next Door”) na suposição de que ela “poderia” voltar a matar?
- Afinal o que será que Jared Padalecki fez para irritar algum dos roteiristas da série para que as histórias de Sam sejam tão desinteressantes?

Postar um comentário Disqus

 
Top