Mortes no mundo de desenhos animados. Sim, esse é um daqueles episódios...

Se há uma coisa que Supernatural sabe e gosta de fazer bem são paródias. Nossos heróis já tiveram a oportunidade de adentrar pelo mundo dos canais de televisão ("Changing Channels"), sofreram na pele as desventuras dos filmes B de horror de antigamente ("Monster Movie”) e o pobre Dean teve que morrer diversas vezes em uma vez em que o dia se repetia como em Groundhog Day ("Mystery Spot"). Em "Hunter Heroici", os Winchesters, ajudados pelo seu companheiro angelical sempre de gabardina, enfrentaram os perigos de uma realidade governada pelas leis de desenhos animados. E, como os produtores possuem os direitos sobre os desenhos da Warner Brothers, muitas referências diretas puderam ser feitas.
Nesse episódio, Castiel decide se tornar um hunter, que como os caçadores de monstros se definem. Também propõe trabalhar com os Winchesters como (em suas próprias palavras) Uma “terceira roda”. Os irmãos ficam desconcertados com a imagem, pois “terceira roda” em inglês quer dizer segurados de vela, ou aquele que atrapalha um romance. Mas o anjo diz que uma terceira roda dá mais estabilidade e segurança. Ora, como discutir com um argumento desses?


Já no primeiro caso, Castiel dá uma de cão perdigueiro e fareja o corpo da vítima. Seu diagnóstico: infecção na bexiga. Parabéns, Dr. House! Dean e Sam mostram como se faz e depois de um “sólido” trabalho investigativo ajudado por algumas tantas coincidências felizes, descobrem alguns fatos interessantes:

- As mortes seguem as regras de personagens de desenhos animados.
- As mortes estão ligadas a roubos que aconteceram sempre nas redondezas.
- Todos os objetos roubados pertencem a moradores de um asilo de idosos chamado Sunset Fields. 

Em visita ao asilo, disfarçados de agentes do FBI, lá são gentilmente recebidos pelo diretor da instituição, um tal de Dr. Dwight Mahoney. E é lá que convenientemente reconhecem um velho colega do pai, Fred Jones que, imaginem, possui vastos poderes telecinéticos, mas que está reduzido a um estado semivegetativo apenas assistindo a desenhos pela TV. E dali até a resolução do mistério foi bastante simples.

O que foi excelente e engraçadíssimo no episódio foi a natureza de cartoon das mortes a acontecimento relacionados com o caso. Vejamos os melhores momentos:

- O coração de um homem apaixonado explode para fora do peito.


- Uma bigorna cai do céu esmigalhando um pobre guarde de banco.


- Um homem tenta pular de um prédio, mas antes de cair fica parado no ar até que a gravidade resolve funcionar.


- Castiel interroga um gato falante (???). (É, essa foi fraca e confesso que também não entendi o que isso tinha a ver com qualquer coisa.)


- Um círculo negro na parede serve de túnel.


- Um bolo de aniversário explode.

(Figura 8)
- Um revólver de verdade quando disparado faz “BANG!”


- Uma frigideira na cara de Dean assume o formato de seu rosto.


- Dean pula sobre o vilão Dr. Mahoney (a propósito, todo o tempo era ele o culpado de usar os poderes de Fred Jones para assaltar e as mortes foram um efeito colateral) no melhor estilo dos desenhos, e aí ficamos sabendo a razão do complicado título.


E enquanto Dean enfrenta o bandido, Sam e Castiel entram na mente de Jones e chegam num mundo de desenhos animados.


Conseguem fazê-lo voltar à realidade. Reconheço a criatividade das cenas no mundo inconsciente de Jones.


Jones volta a si e, como vingança (ou justiça, como queiram) faz com que Mahoney se suicide. E assim termina a aventura, com Dean (ah, sempre o Dean) anunciando como se fosse o término de um desenho.


Pois bem, se Dean e Castiel têm tantas frases engraçadas e momentos marcantes, o que sobra ao pobre Sam? Ele convence Jones a voltar ao “mundo dos vivos” argumentando que não se pode viver num mundo de sonhos. Isso porque ele passou boa várias partes do episódio tendo flashbacks de seus momentos felizes com Amelia.


Eu, pessoalmente, estou tendo muito pouco interesse sobre o que se passou nesse período. Basicamente, Sam conhece o pai de Amelia e, quando consegue conquistá-lo, descobre que o marido dela, Don, está vivo. O que acontecerá??? 

No final, Jones está bem, mas sabe que, com o tempo, sua saúde mental regredirá novamente e ele será um perigo. Castiel propõe uma solução arriscada, dolorosa e que, no final, pouco de Jones restará. Puxa, colocando as coisas desse modo, parece algo tentador, não é?


Jones termina seus dias catatônico escutando Beethoven (“Ele está feliz”, diz Castiel), Castiel decide voltar ao Céu, mas antes que pudesse dar um pio sobre o assunto é teleportado para a sala de Naomi que lhe diz “de jeito nenhum, meu anjo”, e ele então decide apenas se separar dos irmãos sem saber o que fará. E os irmãos pegam a estrada.

Confesso que fiquei muito decepcionado. Eu bem queria que Castiel continuasse sendo a terceira roda do triciclo dos Winchesters.

Dica musical:

Hoje a dica musical é do anjo Castiel. É “Ode to Joy” de Ludwig Van Beethoven.

Citações animaníacas:

Dean: “Isso saiu direto do Bugs Bunny.” (Pernalonga)
Castiel: “Então estamos procurando um tipo de híbrido inseto-coelho? Como o matamos?”
Castiel (vendo desenho do Papa Léguas): “Eu entendo. O pássaro representa Deus. O coiote é o homem, eternamente perseguindo o divino, sem nunca ser capaz de alcançá-lo. É hilário.”

Perguntas de fundo sobrenatural:

- Você tem boas lembranças do tempo que assitia a desenhos animados? Ou vai dizer que ainda assiste?
- O que você acha da interpretação de Castiel sobre o desenho do Papa Léguas?
- Você prefere os irmãos com Castiel ou sozinhos?
- Está gostando dos flashbacks de Sam ou eles já encheram o saco?
 
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