A cada cinco episódios de "The Walking Dead", um é como "Triggerfinger".

Ora o drama parecia engatar, ora o suspense estava em falta, outrora o suspense aplicava-se e o drama permanecia surpeficial. Sendo assim, foram longos os episódios que não conseguiam equilibrar os dois paralelos da trama de "The Walking Dead". Este período foi longo. Porém e finalmente, os roteiristas conseguiram encontrar o ponto de coesão entre o drama e o suspense.

"Triggerfinger" é, portanto, um grande acerto. Um episódio que soube como usar os bons ganchos do de seu antecessor e nos dar sequências de tensão ao rubro.

Desse modo, este 2x09 abre com uma cena que prova uma teoria que tenho comigo a um bom tempo: as melhores sequências da série não possuem diálogos. São aquelas em que os personagens se encontram sozinhos, enfrentando o caos do mundo apocalíptico em que se encontram. Existem vários exemplo como, a tensão criada no piloto, desde o minuto que Rick acorda no hospital até o momento em que mata a zumbi-sem-pernas, as sequências de Daryl no ótimo "Cherokee Rose" e a prova mais recente, Lori acordando após o acidente do carro. E são por sequências como estas que nunca cogitei a idéia de largar The Walking Dead.

Outra sequência arrebatadora de "Triggerfinger" foi o embate entre humanos. Após acompanhar cada segundo da luta entre os sobreviventes da fazenda e os forasteiros pude perceber que naquele momento os roteiristas haviam finalmente compreendido que podem abordar conflitos humanos sem descartar os zumbis, colocando-os em segundo plano e fazendo-os de contorno para a tensão principal. O resultado disso é o senso de urgência e perigo que vimos nesta metade de episódio.

A outra metade do episódio, por sua vez, optou por abordar os conflitos do grupo principal, novamente focando na relação de Shane e Andreia, assim como a de Rick e Lori. Os primeiros ainda se encontram na fase "dar uma fugidinha com você", enquanto os outros dois planejam a morte de Shane. Dito isto, achei incrivelmente superficial os motivos de Lori para querer a morte do amante. Acredito que os roteiristas queriam, com isso, voltar ao rumo das HQ's, (spoiler) matando o personagem que já era para estar morto e não encontraram razão para alguém matá-lo.

O mesmo é válido para os motivos de Glenn, interpretando o papel de "eu sou uma vadia que se escondeu atrás do lixo, me puna!".

Esperarei para ver como o roteiro fará para manter o nível deste episódio, ao mesmo tempo que torço para que os conflitos entre o grupo principal e os forasteiros continuem trazendo mais sequências de ação e mortes.

Postar um comentário Disqus

 
Top