Zumbis e brigas de cumadre. O que você escolhe?

Apesar da bem-vinda dose extra de zumbis, "The Walking Dead" fez, nesta semana, mais um episódio desequilibrado. Se por um lado acompanhamos boas sequências de ação e de suspense sólido, por outro apenas personagens vazados e sem qualquer carisma.

Os roteiristas insistem em direcionar nosso foco para personagens cujos nomes eu sequer me recordo e tenho preguiça de pesquisar no google. Especialmente, Avril Lavigne do Sertão (vamos chamá-la assim por alguns momentos) que passa grande parte do tempo em um estado depreciativo suicida em um mundo onde eu, particularmente, estaria em Hollywood, sob o conforto da mansão de Bill Murray, cantando o tema do Ghostbusters e agradecendo por estar vivo.

Tudo bem. Aceito e apoio a idéia de explorar os conflitos dos personagens e como estes reagem em meio a um cenário apocalíptico. Entretanto, colocar este conceito na prática em uma personagem que sequer sabíamos que existia até o momento que desmaia na cozinha da fazenda, é um erro que só me faz querer cortar os pulsos.

Neste paralelo, há também Lori, personagem que sequer é grata por ter sua família inteira (literalmente) e um bebê a caminho. Bem pontuou Andrea que parece finalmente ter atravessado a fase de "eu quero minha mãe" para se conventer na versão dos quadrinhos, onde cuida de vigiar o perímetro e é uma das melhores atiradoras. Já Daryl voltou a ficar completamente fora de foco e Carol, bem, essa nem para apanhar do marido servia na primeira temporada.

Mas enfim alcançamos as cenas de ação e de massivo interesse do telespectador que acompanha "The Walking Dead": zumbis. É necessário salientar que sempre, repito, sempre que os personagens tomam direção oposta a fazenda as coisas começam a ficar interessantes. A maresia dá lugar ao senso de urgência, e somos presenteados com doses bem-vindas de gore.

Toda a construção da cena do estacionamento (briga, barulho, mãos presas, armas no chão, personagens machucados, janela, boom) foi elaborada com sucesso e teria se saído ainda melhor se não fosse pelos constantes cortes da edição que variavam da ação dos zumbis ao drama da Fazenda em questão de segundos, deixando a tensão se esvair em algumas partes, mas sempre retornando para acordar o público mais sonolento.

Também interessante foi o recurso utilizado pelo roteiro para dar um senso de início e fim, ida e retorno, a este episódio através de um simples zumbi na beira da estrada. A leitura que fazemos destas duas cenas em particular, praticamente idênticas, é de que apesar de todos os tiros e da luta pela sobreviência que Rick e Shane passaram neste episódio, no final, mortos ou vivos, o cenário apocalíptico continua intacto.

Em suma, a grande impressão que "18 Miles Out" deixa é, novamente, de que os melhores momentos dessa 2ª temporada, com excessão da morte de Sophia e da Samara no poço, aconteceram fora da fazenda. Espero que os roteiristas movam as coisas milhas à fora de maneira definitiva para manter de vez o ritmo e a quantidade de zumbis destes dois últimos episódios.

...ou sou eu quem vai cortar os pulsos.

Até semana que vem!

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