Quando as coreografias de sofá dão espaço as coreografias de colchão.

Nesta semana, "Smash" fez algo que pouquíssimas produções tem a coragem e audácia de fazer: deixar a sua zona de conforto. Dito isso, perceba que neste episódio sequer chegamos perto da sala de ensaios, no qual o episódio anterior se ambientou na maior parte do tempo, nem mesmo foram cantadas músicas do musical e ainda assim a qualidade da série permaneceu no nível excepcional.

Entendo aqueles que condenarem a série por fazer um episódio tão fora dos padrões, mas confesso que gostei do experimento de Derek, do número musical de "Touch Me" e mais ainda de ver Katherine McPhee coberta por um lençol. Obviamente que também compreendo o lado de Julia e Tom, afinal seria pavoroso ver um musical que tivesse uma performance daquele gênero. Ainda assim funciona como um ótimo número pop aleatório.

O mais interessante é que "The Coup" propositalmente deixou de lado o mundo encantado da Broadway para dar os ares mais ácidos do musical. Gosto do balanceamento que este tipo de episódio dá, entre o lado admirável, com os números clássicos e duetos românticos, e o lado mais sombrio, com os dramas e as coreografias sensuais, dos bastidores de um musical. O que de fato sintetiza bem o que foi a vida de Marylin. De um lado um ícone, de outro uma viciada.

Em meio a isso, a série ainda abriu espaço para desenvolver um conflito que acompanhamos deste o piloto: o impasse entre Derek e Tom. Juntos fizeram uma das melhores tomadas de toda a série revelando a nós telespectadores os motivos de tanta rivalidade.

Já algo que não compreendo é a insistência de Ivy em perdoar Derek a cada dois episódios. Vejam como a fórmula se repete: o diretor/amante a humilha, mente e procura de todas as formas substituí-la. Entretanto, Ivy sempre o perdoa a tempo de terminar o episódio fazendo sexo teatral.

Outro ponto que me incomoda é a próximidade com a qual Eileen se encontra de Ellis. Literalmente, os roteiristas estão pondo o melhor e o pior personagem da série lado a lado. Nem preciso dizer que cada fibra do rosto de Angelica Houston me hipnotiza, porém, acho que não fui claro o suficiente ao dizer o quanto odeio Ellis e seu cabelo de miojo sabor churrasco. Ao menos, Julia fez questão de ressaltar isso com sua cara de despreso ao saber que Ellis trabalha agora para Eileen.

Para finalizar tenho uma pergunta a fazer, que é talvez maior do que qualquer mistério já apresentado por Lost: qual é o PROBLEMA com os filhos dos personagens dessa série? Se em um episódio sinto-me envergonhado com o drama do filho de Julia que virou maconheiro depois que não ganhou uma irmãzinha chinesa e adotada, neste me aparece a filha de Eileen que de repente se revoltou, ainda mais que Julia e Tom, ao saber que a mãe era uma das responsáveis pela coreografia de colchão.

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