Ser procedural ou não ser? Eis a questão.

Depois de um excelente piloto que soube como balancear drama com teor de procedural, "Awake" chega ao seu segundo episódio mantendo-se boa em todos os aspectos técnicos, mas pendendo para um lado da balança.

Logo quem acreditava que a série iria explorar um drama psicológico mais elaborado, se enganou. Pois, o panorama que pode ser visto, é de mais uma série policial, e como todas outras, "Awake" possui o seu diferencial, sua premissa. O problema é que esta - a parte mais interessante para quem procura por histórias continuas e não episódicas - vem sendo cada vez menos explorada na série no decorrer do episódio.

É visível que as realidades paralelas (se assim podemos chamá-las) são apenas pano de fundo de uma produção disfarçada de sci-fi que na verdade é procedural. Nesse meio o que mais intriga ainda é o grande mistério, a qual guardo confiança de que não se resumirá a resoluções fáceis como "luz" e "era só um sonho". Pelos minutos finais, podemos supor que não.

A propósito, foram neles que a série usou o artifício demuitas série pós-lost que parecem revelar algo no final (sem revelar nada) para puxar um gancho para o próximo episódio, mas o que decepciona é saber, por experiência, que provavelmente o foco naquela organização que parece ter planejado o acidente de Michael será somente rebuscado daqui a cinco, dez episódios.

Para uma série que pretende buscar um público mais inteligente (a dose de conspiração do final mostra isso), "Awake" insiste em subestimar nossos intelectos mostrando a cada mudança de realidade paralela um frame do olho de Jason Isaacs para avisar aos desavisados - que provavelmente perguntariam: mas a mulher não tá morta nessa realidade? - sobre a alteração. Como se as mudanças no tom das cenas e da cor dos objetos (em cenas como a da cozinha onde todos os objetos são azuis de um lado e em tons quentes no outro), não fossem suficientes.

Para um episódio que se sustentou em um caso, ou melhor, dois, "Little Guy" pecou por não se dar o interesse de puxar o público para dentro da história, por exemplo, não há uma reviravolta sequer no episódio. Resta esperar para ver se teremos temporadas e temporadas só de casos e cenas de café da manhã. O que vocês preferem?

PS.: O golpe-baixo foi promovido de sem-teto a testemunha. Curtiram?

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