Caiu na mesmísse.

Mais um episódio morno, de idéias simples que funcionou bem, mas só isso. Devo dizer que o roteiro de “Glee” tem tentado acertar a mão nesta 3ª temporada, mas me perguntam se está conseguindo? Acredito que não o suficiente, a série ainda precisa provar que vale a pena de se continuar vendo. O que “I Am Unicorn” não fez.

A falta de músicas, os dramas familiares empurrados na tentativa falha de convencer e a repetida temática podem ter sido alguns dos problemas do episódio, mas o que se vê em “Glee” é uma tentativa de amadurecimento. Pode ter sido um problema somente meu, mas este é o segundo episódio da série que cairá no esquecimento pelas doses sonolentas que apresentou.

Fiquei aguardando o momento em que a Britney salvaria o episódio com um bordão digno de um episódio intitulado “I Am Unicorn”, mas acabei passando por estes 40 minutos na espera por algo que me puxasse de volta a série que íamos com tanta sede ao pote assistir na sua 1ª temporada. Nada. Nem um participante do “The Glee Project”, nenhuma música que causasse algum sorriso ou arrepio. “Glee” tem tornado-se morna, quase fria.

Dentre os três núcleos em que se dividiu: o primeiro e com maior foco esteve em Kurt, personagem que caracteriza perfeitamente todo o propósito quanto a crítica social de “Glee”, mas que começa a cair no repetido ‘mimimi’ sobre aceitação e overdoses de purpurina.

Achei a crítica sobre a homofobia na 2ª temporada bem trabalhada, mas daí cabe a eu dizer que a série começa a bater na mesma tecla que do ano passado como se os personagens fossem atemporais e nunca evoluíssem. Kurt sendo mais uma vez ridicularizado, dessa vez por não conseguir interpretar papéis masculinos, tendo como vontade ser valorizado como ator.

Os testes para o musical West Side History sequer renderam performances interessantes. Para você que é fã dos musicais da Broadway e afins, as referências de “Glee” a tais espetáculos deve satisfazê-lo tranquilamente. Mas para mim não é tragável. As performances só me causam sono quando não são risíveis.

Deixando as críticas de lado, uma boa exceção deste episódio foi o retorno de Idina Menzel. Sendo dela um dos melhores duetos de toda a série, “Poker Face” do episódio “Theatricality”. Desta vez ela retorna aleatória para junto a Rachel realizar a performance de “Somewhere” também do musical West Side History que agradou, mas estando aquém de ser excelente.

A personagem de Idina, Shelby foi também responsável por outra grande ressalva do episódio, o encontro de Puck com sua filhinha. Quinn, por sua vez, abandonou as putas de Ohio para voltar a usar camisola no colégio. É claro que com um empurrãozinho de Will Schuester e seus conselhos paternais que foram até mesmo capazes de fazer Finn dançar. Qual será o próximo milagre do Mr. Schue? Alcançar a piriquita da Emma?


Ryan Murphy decidiu que quer trabalhar política em “Glee” e depois de colocar Sue para concorrer a presidência, ele decidiu colocar unicórnios para serem candidatos no McKinley. As falas poéticas, filosóficas e proverbiais de Brittany não valem o episódio, mas ainda fazem de “Glee” uma obra de arte digna de todos os Emmys das comédias. O mesmo vale para as caretas de Lea Michelle.

Blaine continua recebendo solos, berrando, usando gravatas borboletas e sem apelo algum. Em “I Am a Unicorn” provou ser capaz do papel de Tony, mas será que Kurt vai aceitar essa? E “Glee” vai conseguir acertar a mão no roteiro e acabar com episódios em homenagem a musicais da Broadway?

Se serve como fio de esperança. Damian vem direto de “The Glee Project” para “Glee” no episódio 3x04. Vamos esperar.

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