Uma espera torturante que veio para ser recompensada com sangue.

Sim, Dexter está de volta na sua melhor forma. Encarando os paradigmas religiosos, trazendo uma tensão inebriante e acima de tudo, sabendo como equilibrar doses de humor ao suspense que discorre tão naturalmente durante um episódio de 50 minutos que mais parecem 5. Dexter é ou não é uma das melhores séries da atualidade?

A premissa desta temporada era ter como base o retorno de Dexter as suas origens. Só posso dizer que a abertura de “Those Kind of Things” concretiza tal sentimento com perfeição. Astúcia, caçadas planejadas, ação, perfeccionismo, casos surpreendentes e vilões de dar calafrios na espinha. Tudo isso podemos esperar desta 6ª temporada a julgar pelo primeiro WTF do episódio vindo em seus 10 segundos iniciais. Destaque para atuação de Michael C. Hall.

Conforme anunciado em vídeos promocionais e entrevistas com o elenco, a temática do episódio estaria envolvida com espiritualidade e religião. Dexter sempre pensou naquilo que ele não gostaria de passar para Harrison, mas nunca pensou naquilo que gostaria de passar. “Esse tipo de coisa” seria uma delas, visto que Harry nunca o deu este tipo de atenção, ocupado com ‘outros assuntos’ obstantes a religião.

Não somente o sangue nas imagens de Jesus na cruz atraiu a atenção do nosso serial killer, simples questionamentos que apesar de tudo, poderiam chamar atenção de qualquer ser humano, incluindo Dexter, principalmente ele. É coeso e inteligente a forma como o tema vem sendo abordado já neste primeiro episódio. Por meio de metáforas e trechos bíblicos a premiere questiona não só os atos de Dexter como assassino, mas como uma possível redenção pelos mesmos, nos remetendo a questões como: arrependimento e perdão. Seria Dexter a verdadeira mão esquerda de Deus, conforme é apresentado pelo título abrasileirado da primeira obra de Jeff Lindsay?

No quesito roteiro, a Season Premiere buscou e executou um equilíbrio perfeito entre momentos de alívio cômico e suspense. Os primeiros, logo você leitor deve ter feito alusão ao momento “Dança do Siri” de Dexter na festa de reencontro dos ex-colegas. Este aproveitou o prazer de ser ‘mais bonito e de ter um emprego legal anos após o colegial, ao contrário da grande maioria, fazendo dele alguém ‘popular’. Que sacada brilhante dos roteiristas. Embora tenha recebido um presentinho de sua ex-colega, Dexter tinha uma única missão em mente: caçar.


Pode parecer pueril fazer tal comparação, mas Dexter permite que qualquer tipo de público possa identificar-se com ele. Você não precisa ser um assassino para sentir como é calçar seus sapatos, pois a série faz isso naturalmente. Um grande exemplo foi a vingança, se posso assim dizer, de Dexter para com o atleta que sempre foi o popular na época do colégio. Quem não gostaria de poder um dia dar uma ‘rasteira’ em um ex-colega?

Em segundo plano, mais um caso assustador assola a Miami Metro. A morte misteriosa de um homem que teve o intestino removido e a barriga suturada com 7 cobras dentro pareceu animador para aqueles que sentiam falta de um “Ice Truck Killer” da vida. Travis aparenta ser o grande nome da temporada, visto ter sido o autor de tal ‘obra-prima’. Vale ressaltar a expressão de fascinação que o Dexter esboça no momento em que vê as cobras saindo do intestino do homem. Além do mais, Travis se encontra sob a tutela do professor Gellar, interpretado por Edward James Olmos (o eterno capitão Adama de “Battlestar Galactica”).


A temporada também apresenta uma nova dinâmica em relação ao cenário. Agora com o uso do apartamento ao lado fica mais fácil para o nosso serial killer sair despercebido para suas caçadas e manusear seu equipamento com privacidade. Em oposição, é a irmã de Batista, Aimee Garcia – nova babá de Harrison – que passa a maior parte do tempo ao lado e que parece pavimentar o caminho para grandes problemas no futuro de Dexter, possivelmente trazendo Batista mais próximo dos seus segredos sombrios. Será que é nesta temporada que alguém do departamento descobrirá quem é Dexter Morgan?

Outro retorno promissor foi o de LaGuerta, promovida pelo departamento e que proporcionará a Batista a chance de ser tenente. Já Debbie está cada vez mais próxima de Quinn que pretendia pedir sua mão em casamento, caso não houvesse um tiroteio. Sinal divino?

A 6ª temporada de “Dexter” parece promissora a ser ‘A’ grande temporada. O que acham? Comentem!

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