O fim antes do fim.
"American Horror Story" tem o costume de encerrar tramas e dar alguns desfechos provisórios antes da sua verdadeira season finale. Foi o que aconteceu nas últimas temporadas e é o que acontece neste "Show Stoppers". Para dizer a verdade, estaria feliz se este fosse o final de Freak Show, não só por não ter caído de amores por esta temporada, mas por se tratar de um episódio que traz encerramentos sólidos e interessantes.
A começar por Stanley, o personagem teve um daqueles finais de vilões que é impossível não adorar. É sempre bom ver gente ruim se dando mal e, não obstante, foi maravilhoso ver os freaks fazendo uma tortura psicológica (e assustadora) - colocando-o para correr pela chuva antes de finalmente transformá-lo no novo bichinho de estimação do circo. A referencia ao clássico de 1932 "Freaks" fica clara e estou certo de que Ryan Murphy queria fazer esta homenagem antes mesmo da temporada começar, se é que não se baseou no longa quando criou o enredo de Freak Show.
Outra personagem que dá adeus (antes tarde do que nunca) é Maggie. Aqui, Emma Roberts não se encaixou na história como fez em "Coven" e American Horror Story aproveita-se da primeira chance que tem para se livrar desse encosto antes que pudesse dar mais um suspiro sequer. A cena em que Maggie é partida ao meio, ainda que previsível, é agoniante e de aplaudir Chester de pé, afinal, é um truque de mágica e tanto conseguir quebrar um vaso ruim (segundo o ditado). Sem contar que seu romance com Jimmy nunca foi lá dos mais interessantes e até os números musicais de Elsa tinham mais apelo e emoção do que o casal.
O que nos leva a mais um desfecho do episódio, a partida de Elsa, que, ao que tudo indica, resultará finalmente na realização de seus sonhos e ambições. Vimos em "Orphans" que a personagem irá estampar capas de revistas e se tornar uma estrela, portanto fica claro que uma das (poucas) funções da season finale da próxima semana é mostrar como Elsa conquistou os holofotes, o que, se bem conheço AHS, trará mais alguns saltos temporais e - se possível - mais algumas conexões com "Asylum", como fez aqui pela segunda vez.
Nesta, porém, a série acertou bem pouco. A revelação de que o Dr. Arthur Arden foi o responsável pela mutilação de Elsa me pareceu um tanto quanto forçada e até deslocada dentro do episódio, deixando de ser uma surpresa para apenas gerar um "olha, foi aquele doutor estranho de Asylum... hmmm... legal". E mesmo gostando de ver as temporadas se costurando, ainda me incomodo com o fato de que as duas histórias se passam no mesmo universo porém com alguns dos personagens sendo interpretados pelos mesmos atores.
O que me surpreendeu, de fato, foi o plot de Jimmy neste episódio. Não apenas por não ter me colocado em uma bela de uma soneca, mas também pelo desfecho com as próteses "mão de lagosta". A cena final em que ele abraça sua anormalidade e diz o "obrigado" que encerra Show Stoppers é sutil e extremamente bonita, me fazendo pensar que se este fosse o fim do personagem, eu terminaria a temporada satisfeito.
Mas, ao contrário do que indica o título do episódio, o show tem que continuar. E sem Elsa, é Dandy quem agora tem em mãos o poder de fazer um último espetáculo que seja digno de toda nossa espera como público. Torço para que semana que vem possa aplaudi-lo de pé, ou terei que fechar os olhos e imaginar que este, de fato, tenha sido o fim de Freak Show.
Nota: 8.5
Nota: 8.5
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