Um toque noir.

Um mérito que realmente precisa ser atribuído a essa temporada de Hawaii Five-0 é o o empenho dos roteiristas em nos dar episódios verdadeiramente diferenciados a cada semana. E começou o ano de 2015, nos proporcionando um belo episódio no formato dos clássicos filmes noir de detetive, completamente inesperado e que ainda nos trouxe uma história bem bacana.

Wāwahi moe'uhane (Sonhos despedaçados) nos mostrou o assassinato de Brooke Waiakea (Delys Kanemura Recca, que é dançarina de hula na vida real) pela perspectiva de Harry Brown (William Forsythe), policial aposentado e detetive particular que estava vigiando a garota como favor ao pai dela que era seu amigo. A história por si só já teria bastante apelo, mas a narração poética de Harry deu um toque mais dramático e sensível sobre tudo. Sendo assim, sem dúvida, a melhor forma de contá-la.


Brooke era uma garota de Lana'i, que com o sonho da cidade grande foi para Oahu. Acabou virando dançarina de hula em um companhia que era fachada para uma agencia de acompanhantes cujo a dona Ellie já tentava indiciar há um bom tempo. Como Harry disse no início, todos perseguem o sonho americano. Alguns conseguem, a maioria não. E Brooke foi uma das pessoas que teve o azar de morrer tentando. Mas ela tinha pessoas que se importavam, a amavam e queriam respostas. E isso não seria fácil.


Morta com um tiro à queima-roupa e desovada em um casulo marinho. Apenas esses dois fatos já demonstram a frieza do assassino, alguém que com certeza precisava ser pego. O que gostei foi que em momento algum Brooke foi julgada pelas suas escolhas, o caso não teve menos importância por causa disso. Ela queria uma vida diferente e tinha pessoas que a queriam bem, só isso importava. Os responsáveis por sua morte em compensação mereciam todos os julgamentos.

Desde o início descartei o ex-namorado Cory (Chris Latronic). Primeiro porque seria muito fácil e depois porque ele podia até ser um stalker mas não pareceu exatamente agressivo. Esquentado sim, mas não violento. Apesar da colega de quarto afirmar o contrário. E quando descobriram que Brooke ligou pra ele pedindo ajuda tive certeza disso. Posso não ser especialista em relacionamentos, mas creio que uma mulher não ligaria para um ex violento pedindo socorro. Embora também acredite que o certo teria sido ligar para a polícia, mas isso é outro assunto. Enfim, até suspeitei que Kiana (Andrea Roth), a dona da companhia, pudesse estar envolvida de alguma forma. Mas jamais imaginaria o que viria.


David Waring (Trevor Kuhn), o cliente de Brooke na noite anterior, tinha como sogro o machista Robert Young (Doug Savant). O tipo de cara que apronta das suas mas não pode ver a filha com alguém como ele. E ao descobrir que David também era cliente da Manoa Hula Robert decidiu exigir que ele terminasse o noivado com sua filha, como não conseguiu e ainda foi ameaçado de ter seu segredo revelado acabou matando-o. Brooke teve o azar de ainda estar lá e ser testemunha, ela foi um efeito colateral. Teve azar também por ter uma chefe que se importa mais com dinheiro do que com uma vida. Pelo menos Ellie teve a satisfação de ver Kiana ser presa.


Esse certamente foi um caso e tanto para a Five-0. Gosto muito dessas ocasiões em que a tecnologia é aliada ao bom e velho instinto policial. Verdade que Harry contribuiu muito e também acho que não seria nada mal tê-lo na equipe, mas também foi uma ótima demostração do instinto de cada membro da Five-0. E é bom saber que pessoas como Steve, Danno, Chin, Kono e Grover estão por aí para garantir que os mocinhos esteja a postos.


Partindo para o que aconteceu com cada membro, começo com alguém que teve um pouco mais de destaque: Mindy. Vimos a moça abalada após a autópsia de Brooke, e mais tarde vimos Danno perguntar de quem ela tinha lembrado. Mindy contou sobre sua colega de faculdade que provavelmente foi assassinada mas que a polícia deu como afogamento. Tenho a leve sensação de que ainda veremos essa história ser explorada novamente. Também tive a sensação de que Danno e Mindy podem se tornar mais próximos, não me oponho a isso.


Também tivemos Steve e Ellie treinando boxe, e descobrimos que  ela está tentando arranjar um encontro pra ele com uma tal de Jessica. Consigo ver dois motivos possíveis pra ela fazer isso. A) Ela está a fim dele mas não quer sucumbir então precisa que ele se comprometa logo. B) Ela simplesmente não está a fim dele. Seja qual for a resposta ele não quis. Steve não está pronto pra seguir em frente.


Quem está tentando seguir em frente é Jerry, que agora é colega de quarto de Chin e precisa encontrar um emprego para comprar sua casa própria. Até teve aulas de programação com o menino Ani (Youngaisa Wily, filho do nosso querido Taylor Wily) e colocou a bem sucedida empresa de importação e exportação de Chin em seu currículo para tentar uma vaga numa empresa de informática. Mas acabou fazendo publicidade pro Kamekona, e não é que ele tem talento? E morri de rir com o papo sobre sonegação fiscal. [rs]


E não posso encerrar sem mencionar a bela surpresa que Adam (que aparentemente agora vive em reunião) deixou para Kono. Foi muito lindo. Será que rola casório até o fim da temporada? Sei que Kono quer esperar até ter certeza de que estão seguros, mas se for levar isso a sério então esperarão para sempre. Espero que ela não demore a perceber isso.

Próximo episódio é já nessa sexta, com roubo de obras de arte e participação de Rebecca Mader. Vai ser show!

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