Como
Se você faz um espetáculo aonde os primeiros 30 minutos são excelentes, de encher os olhos, de deixar qualquer um tenso na ponta da cadeira, mas nos últimos 20 minutos você consegue fazer o público revirar os olhos, sentir sono, querer ir ali se matar rapidinho e nunca mais retornar ao seu "espetáculo" novamente. Você não deveria ser circense... ou roteirista de American Horror Story.
A season finale que (finalmente) encerra a trama de Freak Show foi assim. Um mix horroroso de bons momentos e de outros... nem tanto. Soa bipolar, estranho, quase freaky, que as mesmas pessoas que escreveram a primeira metade do episódio foram as mesmas que planejaram(?) o desfecho risível desta quarta temporada.
E quando as cortinas caem e o show acaba, o que nos resta é aplaudir de maneira insossa e decepcionante, uma vez que nada aqui parece ter sido fruto de alguma construção narrativa. American Horror Story se tornou uma série que nada constrói, apenas desconstrói. Os temas são tratados de maneira rasa e tudo o que resta é chocar e apresentar ao público alguns twists que mantenham o nosso foco na tela.
Nenhum arco desenvolvido ao longo dos últimos 12 episódios parece clamar por um desfecho nesta season finale. Tudo parece aleatório e os fatos vão sendo apresentados um atrás do outro, sem qualquer conexão. É claro que Dandy sairia matando todos. É claro que Dot e Bette não iriam ficar com aquele monstro. Ao menos, o tiroteio e a morte no tanque no melhor estilo número circense foram os momentos mais inspirados dessa finale.
Ainda que não saibamos o nome de metade dos freaks que morreram em "Curtain Call", o tiroteio é o grande ápice para o serial killer Dandy. E a sequência é tensa e bem executada, não apenas em termos de atuação, como direção e fotografia. É trágico, teatral e assustador. Como deveria ter sido toda essa temporada de Freak Show. O desfecho para isto, porém, é anti-climático e a morte de Dandy, ainda que de encher os olhos, parece banal.
E o episódio deveria ter sido encerrado ali. Antes que pudesse ser tão ruim que se tornasse ofensivo. Antes que Elsa viesse para encerrar a finale trazendo um terceiro e último ato vergonhoso. Há um motivo pelo qual os números musicais da senhora Mars nunca terem sido o auge dos espetáculos (aquela véia não sabe cantar!). E o sucesso que ela alcança ao término de Freak Show é tão risível quanto a reunião de fantasminhas camaradas que a levam a um paraíso aonde todos os freaks se amam(oi?!). Ao menos os roteiristas tiveram a decência de cortar para os créditos finais antes que tivéssemos de ouvir a mais um número musical enquanto encaramos Jessica Lange e nos perguntamos: para que tanta sombra azul?
Fico realmente feliz de saber que esta é a última temporada da atriz e que a intenção da série no próximo ano é "se reinventar", o que soa mais do que necessário no momento. Quem sabe com uma nova proposta American Horror Story não passe a desenvolver uma linha de plot que dure mais do que 10 minutos, ou consiga emplacar uma temporada que não nos faça querer jogar nosso querido Ryan Murphy dentro de um tanque de água, enquanto assistimos prazerosamente comendo pipoca. Certamente, seria um freak show mais interessante do que esse.
Nota: 6
E quando as cortinas caem e o show acaba, o que nos resta é aplaudir de maneira insossa e decepcionante, uma vez que nada aqui parece ter sido fruto de alguma construção narrativa. American Horror Story se tornou uma série que nada constrói, apenas desconstrói. Os temas são tratados de maneira rasa e tudo o que resta é chocar e apresentar ao público alguns twists que mantenham o nosso foco na tela.
Nenhum arco desenvolvido ao longo dos últimos 12 episódios parece clamar por um desfecho nesta season finale. Tudo parece aleatório e os fatos vão sendo apresentados um atrás do outro, sem qualquer conexão. É claro que Dandy sairia matando todos. É claro que Dot e Bette não iriam ficar com aquele monstro. Ao menos, o tiroteio e a morte no tanque no melhor estilo número circense foram os momentos mais inspirados dessa finale.
Ainda que não saibamos o nome de metade dos freaks que morreram em "Curtain Call", o tiroteio é o grande ápice para o serial killer Dandy. E a sequência é tensa e bem executada, não apenas em termos de atuação, como direção e fotografia. É trágico, teatral e assustador. Como deveria ter sido toda essa temporada de Freak Show. O desfecho para isto, porém, é anti-climático e a morte de Dandy, ainda que de encher os olhos, parece banal.
E o episódio deveria ter sido encerrado ali. Antes que pudesse ser tão ruim que se tornasse ofensivo. Antes que Elsa viesse para encerrar a finale trazendo um terceiro e último ato vergonhoso. Há um motivo pelo qual os números musicais da senhora Mars nunca terem sido o auge dos espetáculos (
Fico realmente feliz de saber que esta é a última temporada da atriz e que a intenção da série no próximo ano é "se reinventar", o que soa mais do que necessário no momento. Quem sabe com uma nova proposta American Horror Story não passe a desenvolver uma linha de plot que dure mais do que 10 minutos, ou consiga emplacar uma temporada que não nos faça querer jogar nosso querido Ryan Murphy dentro de um tanque de água, enquanto assistimos prazerosamente comendo pipoca. Certamente, seria um freak show mais interessante do que esse.
Nota: 6
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