Só um passe de mágica poderia salvar Freak Show.

American Horror Story retornou do seu hiatus de fim de ano - após dez episódios de puro marasmo e plots entediantes - introduzindo um novo personagem. Isso mesmo. Quando a série deveria estar fechando arcos e encerrando plots, ela acrescenta mais um. 

Quem veio para tentar recuperar o que resta deste Freak Show é Neil Patrick Harris, no papel do ilusionista Chester Creb. E confesso que, por alguns segundos, não conseguia tirar a imagem do nosso querido Barney de How I Met Your Mother da cabeça, assistindo ao personagem dialogar com Elsa a respeito da sua estadia. Porém, a marionete e os trejeitos com o tique nervoso no olho logo cumpriram a tarefa de plantar uma nova figura do ator em nossas mentes. Uma figura assustadora e extremamente inquietante, diga-se de passagem. 

A princípio, achava que Chester seria apenas o novo interesse amoroso das gêmeas – que sem o plot da cirurgia de separação, agora decidiram encontrar alguém para desabrochar sua flor – e, de fato, Chester é quem finalmente consegue ir adiante com Bette e Dot, mas ele se mostra um freak ainda maior do que as duas. E Marjorie, a marionete cosplay de Annabelle, é o grande motivo para tal. 

Porém, não é Chester quem controla a marionete. Aliás, o personagem acaba sendo muito mais um fantoche para Marjorie do que Marjorie é para ele. E o mais assustador de tudo isso, é que no final do dia, os dois são a mesma pessoa. A mesma mente insana capaz de matar duas mulheres e por a culpa em um objeto inanimado.

É interessante ver como o episódio inteiro trabalha com essa ideia da dualidade do personagem. E isso permeia todos os elementos deste “Magical Thinking”. Há duas personalidades, duas marionetes, duas mãos cortadas, dois policiais mortos, duas mulheres que fazem amor em busca de sua atenção, duas cabeças a procura do amor do mesmo, duas mentes insanas querendo serrar duas irmãs ao meio. Não é à toa que, assim que surge no episódio, o ilusionista diz que “existem dois lados do show business”.

E, é claro, há apenas dois episódios restantes para o fim da temporada.

Quanto ao desfecho do episódio, não é a primeira vez que Elsa mata um personagem de surpresa para nos deixar de queixo no chão. O que aconteceu com Ethel, se repete com Dell. E nem sequer podemos odiá-la por isso, já que ambas as mortes são perfeitamente justificáveis (e Ma Petite merecia ser vingada). Com mais um personagem morto, o que podemos esperar para esta reta final de “Freak Show” é Dandy e Chester unidos para matar as gêmeas. E, é claro, que a série consiga dar um desfecho satisfatório a uma história que, assim como uma marionete, tem sido coordenada de maneira frágil e estranha.

PS.: Amando muito esse retorno da Jamie Brewer, nossa querida Nan de "Muder House".

PS.2: O que falar do threesome de Dot, Bette e Chester além de what the fuck.

Postar um comentário Disqus

 
Top