Ryan de Neve e os treze gatos.

"He Got Game, She Got Cats" poderia ter sido muito melhor se avançasse um pouco na história de Ryan. Mas é perceptível que o roteiro escolheu enrolar um pouco, usando o recurso da "recaída" do protagonista e repetindo a trama do piloto.

Sim, no primeiro episódio da série nós já vimos Ryan King se comportar como uma criança de oito anos na sessão de terapia, e antes havia a justificativa de que ele estava lá por livre e espontânea obrigação. Mas agora não. Ele já quebrou a cara por este comportamento, já se acertou com Lauren, e voltou a participar do grupo por vontade própria, se comprometendo a obedecer as regras dela.

Não sei se daria para chamar o 1x02 de retrocesso, afinal, não dá para esperar que Ryan mude de uma hora para outra. Porém, honestamente, precisava daquilo tudo? Depois de tudo o que aconteceu no 1x01, ele realmente precisava agir como agiu, desrespeitando Lauren completamente, dando "conselhos" que ele deu antes e viu que não funcionava?

Disso, a gente pode tirar que o personagem vai lutar de todas as formas contra o luto. Nem que para isso ele tenha que usar a pobre Carrie até tomar conta da vida dela. As cenas dele atazanando a assistente -- mesmo que tenha dado dó da moça -- foram ótimas e renderam boas rizadas... temos que concordar que não é todo dia que podemos ver Chandler Ryan King fazendo escovinha. Além do mais, a relação deles chega quase a ser no estilo mãe-e-filho, visto que Ryan está uma completa criança, que até não abre mão da exclusividade com a mãe.

Ainda que tenha sido um (pequeno) retrocesso, "He Got Game, She Got Cats" continuou valorizando o que Go On tem de melhor: os coadjuvantes. Em maior ou menor proporção, todos eles tiveram espaço no episódio. E como todo o elenco tem ótima química, e manda muito bem na hora de fazer rir, não tinha como não dar certo. Sonia dando crise de adotar gatos, por causa do conselho de seu novo melhor amigo, serviu para introduzir a personagem e mostrar que a série vai investir no grupo além dos momentos de sessão do grupo.

George também teve mais espaço, o que rendeu ainda um momento dele ensinando Ryan -- um comentarista de esportes -- a apreciar um jogo pela sua beleza. Não dá para deixar de citar, é claro, o fato dele achar que Steven é negro. Só quero ver o que vai dar quando ele ver, ops, descobrir que o menino não só é branquelo como tem olhos puxados. Certamente os “mano” e os “adorei o seu cafofo” não serão suficientes nesta hora.

O desfecho de Ryan enlouquecendo sua assistente foi mais do que fofo. Ela assumindo o compromisso de se importar com ele, além do tanto que o salário dela paga, foi lindo de ver (até porque ela não tinha escolha, né...). E o novo acordo dos dois se fechou com chave de ouro com a mensagem: estou pensando em você. Se comer nachos, tome um antiácido. Esta relação promete muito.

Pelo que vimos nesta segunda aventura de Ryan King, todos os coadjuvantes terão seu momento de apresentação. Isto com certeza enriquecerá o enredo da série e, porque não dizer, vai tirar de Matthew Perry o peso de carregar Go On sozinho. Mal posso esperar para ver que loucuras os loucos do grupo fazem quando não estão contando sobre como é ser um louco no mundo.

  
Observações:

- Fiquei aqui pensando: e se George não for tão cego assim? E se ele soubesse que sua bola havia sido roubada, ou melhor, se ele não tivesse bola nenhuma e fez tudo aquilo para Ryan roubar uma para ele? Eu riria alto.

- O gato do grupo vai se revezar entre cada participante. Já pode começar a ficar com dó do felino?

- Não é que Chandler e Ryan pensam o mesmo sobre gatos? (Via donoteattheyellowsnow)


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