Tudo o que Ben precisava era de um pouco de April no escritório.


Parks and Recreation é, de longe, a série de comédia mais consistente de (quase) todos os tempos. Muita gente vai falar que a primeira temporada e o começo da segunda temporada foram sofríveis, mas falo o contrário: serviu para conhecermos e nos apaixonarmos com esse elenco que é, no mínimo, excepcional.

Além de uma história bem amarrada e plots que estão lá não só para agradar o público em geral, a série aceita cheio em – vocês já sabem – seu elenco. Incrivelmente talentosos, não era de se espantar que todos teriam seu momento de brilho, e neste episódio, April foi a sortuda.

Sempre amei April, com sua visão preguiçosa da vida, seus comentários sempre ácidos, mas nesse episódio o negócio ficou MUITO bom. Primeiro, Andy mandou a roupa suja para ela lavar em DC, super preguiçoso, mas isso só faz April chorar por estar morrendo de saudades do marido. De longe, o melhor casal da série, mesmo que acabem fazendo alguma esquisitice, como por exemplo, mascar o mesmo chiclete.

Adorei, porém, que ela fez Ben conspirar contra os internos sendo que toda a desordem tinha acontecido por causa dela. Muito tenso também todo mundo achar que ela era a filha de Ben. Triste quando alguém é considerado tão velho só porque fica bastante nervoso quando quer que as coisas aconteçam.

O legal então foi ver que mesmo longe de Pawnee, Ben e April conseguem se sustentar, ou seja, o núcleo de DC tá bem interessante e essa nova dinâmica era uma das minhas dúvidas nessa nova temporada – Será que o nível de Parks continuaria o mesmo se formassem núcleos em duas cidades diferentes? O episódio serviu para mostrar que é possível fazer uma série de qualidade mesmo com o seu elenco esparramado nos EUA.

Entretanto, o melhor do episódio sempre será o lugar em que Leslie se encontra. Simplesmente genial o nome de todos os restaurantes de Pawnee, que tem nomes de gordices, sem contar o tamanho dos refrigerantes, com o tamanho bebê que literalmente cabe uma criança de dois anos dentro. O mais chocante também foi descobrir que a água Water-Zero NÃO tem água dentro, mesmo que o conteúdo seja incolor!

O mais interessante foi ver Leslie tendo obstáculos em seu primeiro projeto de lei. Convenhamos que todos de Pawnee realmente são muito gordos, os impostos sob a bebida precisava acontecer. Ver Knope em seu primeiro contratempo me lembra do começo do Parks, quando ela queria que certos projetos fossem aprovados e não conseguia. O único problema é que agora, ela precisa responder a uma cidade inteira.

Leslie sempre foi e sempre será Leslie Knope. Ela sempre fará o que é certo, mesmo que a sociedade não ache isso correto. O bonitinho também é vê-la voltando às origens, pedindo conselhos ao Ron, como se ele fosse um funcionário público exemplar.

Porém, Leslie ainda terá que lidar com muitos problemas e adorei que a série ainda não quis emancipá-la totalmente do departamento. Sei que um dia isso vai acabar acontecendo, mas se pudesse, votaria para que nunca acontecesse.

A parte mais chatinha do episódio foi Chris colocando Andy em forma. Sem contar que, de alguma forma, Chris consegue transformar a situação em um drama pessoal. Chris não tem nada, esse é o problema. Fica tentando realizar coisas externas, sendo que ele é um louco e precisa, primeiramente, se entender internamente antes de se importar em escalar o monte Everest. Chris, depois que perdeu sua função dentro do departamento e Annie, sempre pareceu extremamente deslocado na série e os roteiristas continuam tentando jogar o personagem de plot em plot, com nenhum grande feito. Precisam entender o que fazer com o ator e precisam entender logo, porque infelizmente Chris é o ele fraco da série.

No mais, Parks and Recreation continua indo em frente com uma temporada que possui uma grande tarefa: manter o nível da passada ou até passá-lo. So far so good.

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