Ser ou não ser pai?
Depois de um piloto mais que satisfatório, "The New Normal" trouxe nesta semana um episódio que teve com principal função se reafirmar. Se alguns tinham dúvida à respeito da dinâmica que a série iria a seguir, agora está mais do que claro que o que veremos será uma comédia com nuances dramáticas e piadas cheias de humor negro, como só Ryan Murphy poderia fazer.
Chega a ser até desnecessário dizer que este segundo episódio foi tão acolhedor e divertido quanto seu antecessor. Isso graças ao carisma gigantesco de seus personagens, como a pequena Shania tentando interpretar a personagem Peguena Edie do documentário "Grey Gardens", ou até mesmo o relacionamento de Goldie com o casal que resolve presenteá-la com uma casa.
Este episódio levanta um questionamento sobre paternidade, se a vida como pai é algo a se comemorar ou apenas um pesadelo que poderia transformar Ryan e David em um casal velho de lésbicas. Para isto, foram introduzidos os amigos héteros de David que acreditam que a homossexualidade é o melhor método de prevenção contra a gravidez. Logo, ele fica desanimado com a ideia quase como se tivesse descoberto novamente que o Lanterna Verde era gay.
Outro ponto positivo no episódio é o humor preconceituoso da Nana. Parece que Ryan Murphy conseguiu reunir em uma única personagem todo o conservadorismo preconceituoso que vemos em milhares de pessoas ao redor do mundo. Nana não apenas acredita que o estado inteiro deveria estar envolto numa camisinha por ser sujo, como vê na família oriunda de uma barriga de aluguel algo digno do Satã.
Em meio a tudo isso, devo dizer que o discurso anti-bullying e aceitação da série é o que a faz tão especial. Pode parece batido para quem nunca sofreu com este problema, mas para os que já foram tachados por ser diferente isso é um tema de suma importância e que deve ser tratado com a seriedade que a série tem feito.
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