American Horror Story

A linha tênue entre realidade e loucura.

Uma das coisas mais interessantes sobre American Horror Story Asylum é que há sempre duas versões da verdade. A distorcida e a real. E entre elas cada um dos personagens figura o seu conflito entre a sanidade e a loucura, o que tem tornado a temporada de Asylum ainda melhor e mais interessante do que sua antecessora. 

Exemplo disto é a nova paciente do hospício, a dita Anne Frank, uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto, cujo diário que contava o período em que se escondeu junto a família da perseguição aos Judeus fora publicado e a tornou famosa mundialmente.

A história diz que Anne Frank morreu em um campo de concentração aos 15 anos, enquanto American Horror Story nos apresenta uma versão anos mais velha de si mesma, alegando que a mesma sobreviveu ao Holocausto e as mãos do Dr. Arden, cuja patente de nazista era o que estava faltando para justificar seu caráter de crueldade.

Aliás, gosto bastante dessa proposta de trazer elementos reais da nossa história e implantá-los a trama de Asylum. Traz um senso de realismo excelente e dá ao telespectador aquele "e se fosse real" que torna tudo ainda mais interessante.

As tentativas de cura da homossexualidade realizadas pelo Dr. Thredson é outra trama inspirada na realidade. Antes da psicologia compreender que a homossexualidade era nata e não modificável, acreditava-se em uma cura potencial da mesma através de tratamentos de choque e até inversão psicológica. 

Ambos os métodos já foram mostrados por American Horror Story e servem de crítica a essas práticas cruéis que, acredite ou não, ainda são realizadas dentro de algumas culturas em pleno século XXI. Não é atoa que Ryan Murphy descreveu a sequência da masturbação de Lana (interpretada pela ótima Sarah Paulson) como uma das cenas mais perturbadoras da temporada, o que eu não poderia deixar de concordar completamente.

Outro conflito entre sanidade e loucura é representado por Grace e Kit. Gostei bastante de ver o passado de Grace ser revelado, principalmente dos flashbacks que exemplificam perfeitamente as versões distorcida e real da verdade que citei anteriormente. Kit, por sua vez, aceita os conselhos do Dr. Thredson e está a disposto a encarar as consequências de seus atos. A propósito, sou o único que acredita na sua inocência e acha que ele deve ficar com Grace?

Quanto ao final, já tornou-se costume de AHSA nos deixar boquiabertos ao término de cada episódio. A cena de Anne Frank enfrentando o Dr. Arden, aliás, ficou entre as melhores deste 2x04 e culmina em um cliffhhanger tão disturbing quanto o anterior.

E vocês, o que acharam? Deixem seus comentários.

Postar um comentário Disqus

 
Top