Desde o piloto de "The Walking Dead" que não vejo a série conseguir entregar um episódio que transponha tamanho nível de tensão como este 3x04. E o melhor de tudo isto é que ele consegue ser completamente inesperado. Dessa forma, a série juntou todos os fatores necessários para se fazer 40 minutos de TV claustrofóbicos e que se equiparam a um curta-metragem de suspense e ação magnífico.
Mas falemos primeiramente das mortes...
Todo mundo sabe que os personagens de The Walking Dead nunca foram o ponto forte da série. A grande maioria possui carisma quase nulo e os dramas por eles produzidos nos fazem na maior do tempo ficar tão interessados quanto zumbi em plantação de alface. Prova disto é o fato de que muitos gostam mais dos dois prisioneiros rejeitados por Rick do que do restante do grupo.
Com exceção de Daryl, que na minha opinião é o único personagem respeitável dentre os sobreviventes, todos os outros poderiam ser dispensáveis. Tais fatores somados ao pouco valor substancial deles para o arco central, fizeram da morte de Lori e T-Dog algo que considerei pouco efetivo no quesito emocional.
A propósito, quem é T-Dog? Descrevam-o, seu papel na trama, função, nuances, dramas. Além do fato de ter cortado o braço durante a zombie walk e ganhado uma única fala durante toda a segunda temporada, o que mais sabemos a respeito do personagem? Quanto a Lori, se conseguirem encontrar apenas uma característica positiva nela, me avisem, pois ainda estou a procura.
Tenho uma teoria de que os roteiristas de The Walking Dead decidiram ler críticas sobre a série dias antes da produção de “Killer Within”, dessa forma, viram quais eram os dois personagens mais "queridos" pelo público e decidiram matá-los. Caso este tenha sido o método utilizado, aconselho a repetirem-o mais vezes nas próxima temporadas, para então ganharmos episódios tão bons quanto este e ficarmos apenas com Daryl, Andreia, Michonne e Rick.
Além das mortes de tais personagens, que convenhamos não faram falta alguma, o episódio conseguiu trazer inúmeras sequências de suspense ao rubro, proporcionando bons sustos e nos fazendo sentir temor a todo momento. A sequência inicial foi fundamental para estabelecer este clima, apresentando ao telespectador o risco dos walkers invadirem a prisão à qualquer minuto. E quando ocorre, all hell breaks loose.
Bastou colocar algumas sirenes disparando e luzes piscando para criar-se uma atmosfera de urgência instantânea. Aliás, tudo torna-se ainda mais tenso quando os personagens se dispersam pelos corredores e pavilhões da prisão, reduzindo-se a duplas ou trios. Dessa forma, o roteiro consegue distribuir bem o foco do episódio a diferentes locações e personagens distintos.
Toda a ação na prisão tornou, porém, as sequências de Woodbury apagadas diante do contexto do episódio. Nelas, vimos que Michonne parece disposta a bater de frente com o governador, apesar de saber de tudo o que é capaz, enquanto Andreia deseja acima de qualquer coisa ficar naquele purgatório camuflado de paraíso.
Em suma, vejo este episódio como um grande passo para o roteiro de The Walking Dead, o qual soa, ainda mais, como uma mensagem aos fãs de que os escritores farão de tudo para fazer desta temporada a melhor da série.
Dead notes:
- Piada de "cumming"? Isso é The Walking Dead ou 2 Broke Girls?
- A cena do parto é forte, mas a atuação de Sarah Wayne Callies é tão forçada quanto a tentativa de Andrew Lincoln de fazer uma atuação improvisada de Rick ao receber notícia da morte da esposa.
- Motherfucker da semana: Carl por ter fornecido a faca que matou Lori.
Até semana que vem!