Some people the world can’t afford to lose.

O número de Carter saiu. Era previsível que mais cedo ou mais tarde ela seria reconhecida pela máquina, tanto por ser uma policial que enfrenta tudo e todos, como por ser uma das protagonistas. "Get Carter” era o episódio que faltava para embalar a série de uma vez por todas.

Reese se envolveu mais com a situação do que imaginávamos, afinal não é todo dia que alguém como Carter requer sua proteção. Há algum tempo atrás John deu tudo de si para proteger Elias e só no final descobriu quem ele realmente era, o que faz com que o perigo da detetive merecesse mais atenção e cuidado do que qualquer outro.

“Get Carter” também serviu para mostrar mais sobre a intimidade de Carter. Descobrimos que seu primeiro nome é Joss, descobrimos que ela serviu ao exército como interrogadora, descobrimos que ela é mãe solteira e o pai de seu filho também é militar. Além de tudo isso, vimos que ela sempre está sozinha quando está “servindo sua pátria”, “protegendo as boas pessoas”. Primeiro é no exército, quando ela não consegue manter a promessa de manter um prisioneiro vivo e a família dele protegida. Agora, ela está cercada de policiais corruptos. Tão corruptos que simplesmente servem ao primeiro que quiser colocá-los na folha de pagamento.

Estes mesmos policiais armaram e “autorizaram” o assassinato dela. Ainda bem que Fusco é um agente duplo, ou melhor, múltiplo, e foi ver o que seus amigos de longa data estavam aprontando. Ao mesmo tempo Carter enfrenta um caso de violência doméstica e de um assassinato de uma testemunha. Tudo se encaixou tão perfeitamente que, mesmo este número excepcional de casos num episódio só coube perfeitamente no roteiro.

Tanto o marido violento quanto Hector eram potenciais assassinos da detetive. Ambos tinham motivo e meios. Mas o primeiro caso, especialmente, serviu para reafirmar a riqueza de caráter de Carter que, mesmo não precisando proteger a vítima de violência doméstica, insistiu para que ela a chamasse caso fosse ameaçada. O que já estava bom ficou melhor ainda com a chegada de Reese à cena amarrando o marido ao teto e falando com Carter pela primeira vez.

A conversa dos dois não chegou a ser pessoal naquele momento, mas foi suficiente para dar certeza a cada um deles sobre o papel que cada um cumpre. Carter deixou bem claro que não vai deixar pessoas inocentes se machucarem pelas mãos de Reese, e este avisou que aquele momento era somente sobre ela. ELA estava realmente em perigo. E ele, bem, ele estava ali para protegê-la.

Este diálogo se liga ao último que os dois tiveram pessoalmente no final do episódio. O passado de Carter como interrogadora do exército foi sendo visitado até chegar ao ponto que mostra a importância de Reese na vida dela. Duas pessoas falaram para ela que ela estava completamente sozinha: o Sargento Harris, depois de usar a informação de Yusuf e matá-lo, e o pai de Elias, Don Moretti, que além de não aceitar a proteção dela ainda zombou da perseguição da detetive ao seu filho. Porém Reese quebra esta continuidade ao dizer para ela que, independente dela gostar dele ou não, ele está do seu lado nesta guerra.

E nem é necessário dizer que ela realmente precisa de um apoio. Elias não é um simples alvo e já tentou derrubá-la uma vez. Além disso ela tem um filho que, provavelmente, acabará sendo alvejado por ele. Cada passo que ela dá pode colocá-la em um campo minado porque ninguém ao seu redor é deconfiança. Elias tem o controle até do alto escalão da polícia e ainda consegue circular sem ser reconhecido. Aquela ameaça de Reese para quem tentar algo contra ela deve servir por algum tempo, mas a gente já viu que Elias é paciente.

Seria perfeito se, ao invés de perseguir Reese, Carter se juntasse a ele. Obviamente ela não fará isso, mas acredito que haverá um certo momento em que ela cederá ao apoio de John. Isso vai acontecer quando Elias voltar a atacar de novo. Ele já errou uma vez e certamente não está disposto a cometer outro erro. Carter sozinha não conseguirá detê-lo. John sozinho também não. O jeito será baixar a guarda e trabalhar em dupla, detetive. Contra um inimigo tão grande, só mesmo a união para derrubá-lo.


Vale mencionar:

- A participação de Mark Margolis como Don Moretti. Ele acabou de fazer uma das melhores interpretações de Breaking Bad com o personagem Hector Salamanca, e já fez uma ponta em The Good Wife como o padre Jim.

- Ed Moran também fez participação especial como o Sargento Harris. Ed estava na cancelada Pan Am como Channing, e também já apareceu em 30Rock como Clark.

- Reese cansou do visual social e partiu para um de motoqueiro. Como diz Carter, "o terno devia estar na lavanderia".


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