Há dois motivos pelos quais gostei do episódio desta semana de “Glee”.

O primeiro e claro motivo, pela diva mor do atual momento da série, Santanão. E principalmente pelo conjunção dos roteiristas ao trabalharem a personagem primando por levar a coisa toda por um caminho mais sério. Isso "Glee" sabe fazer perfeitamente, quando quer.

Pode parecer óbvio dizer que Santana é lésbica a qualquer um do Colégio McKinley, mas nunca havíamos percebido que toda a pegação pelos corredores com Brittany nunca havia de fato, dado a real “saída de armário” da personagem. O discurso “abuelita, eu gosto de garotas” não chegou a emocionar, como geralmente Glee faz, mas esteve entre os bons diálogos politicamente corretos que a série faz.

Segundo, as eleições chegaram à “Glee” com crítica social, pegada política e melhor, compra de votos. Nem eu pude acreditar na funcionalidade de Brittany para conseguir eleitores, dando doces que ajudam a se concentrar durante as aulas, como bem comprova o presidente George Washington. Já Kurt, todo trabalho na filosofia de Maquiavel, decidiu que os fins justificavam os meios a ponto de cogitar, pasmem, a idéia de forjar as eleições. Que crime.

Acreditem, Glee entra para história das séries teens por executar o primeiro GOLPE DE ESTADO da TV (e não foi na minissérie dos Kennedy). A eleição disputada por um corno de um chifre só (unicórnio), uma filha bastarda de George Washington e um figurante desconhecido acabou em vitória nula. Sobre isto, achei ao mesmo tempo previsível e verossímil a história de Rachel ter colocado os votos na urna por Kurt. Previsível pois era óbvio que Finn (Cara de feto) não havia feito e verossímil por que é fato que toda garota precisa de um melhor amigo gay para caso um dia precise de uma transformação ou de um suflê, certo?

Outro caminho arriscado é criar o velho e conhecido drama de colocar o glee club rumo ao fracasso, visto que Rachel está fora das Sectionals. Posso até acreditar que talvez (com um talvez muito duvidoso) a série tenha a coragem de deixar sua grande diva de lado nas seletivas, mas há algo mais previsível do que o fato de que o New Directions vencerá as Sectionals, Regionals e Nationals para enfim dar um desfecho feliz aos personagens que irão deixar a série este ano.

O mesmo não posso dizer sobre Quinn. Não faço idéia dos rumos que a personagem tomará na temporada e se “Glee” fosse uma produção digna de mortes trágicas, apostaria nela como primeira na lista de ‘morríveis’ (logo atrás de Finn). O mesmo vale para o drama de Shelby e Puck, dois personagens bons que se encontram extremamente mal aproveitados.

Novamente, tive a prova cabal de que o quesito musical melhora em muito a impressão final de um episódio. Confesso que foi difícil se concentrar com a gravata borboleta de Blaine na performance de “Perfect” que em partes foi bem executada, visto que Kurt (voz de gasela), como de praxe chega a irritar com tantos agudos. Porém, acredito que um dia serão úteis para trincar, rachar e despedaçar a reluzente Crystal, personagem que só apareceu para dar um abraço constrangedor em Mercedes bem no fundo da cena, onde segundo Santana, ela deve ficar.

A melhor performance ficou por conta de “I kissed a Girl”, já coroando Santanão como uma as melhores cantoras do glee club ao lado de Rachel. Porém e por mais que eu goste de ver Beiste disseminar sua educação alimentar pelas cantinas do país, achei a performance de “Jolene” muito ruim. Não gosto quando Ryan Murphy coloca pessoas do elenco com vozes que não foram feitas para estar no horário nobre da FOX para cantar; isso inclui a performance de "Girls Just Wanna Have Fun" que somente prova o quanto Cory Monteith é péssimo cantor.

Músicas do episódio:

  • "Perfect" (Pink) - Kurt (Chris Colfer) e Blaine (Darren Criss)
  • "I'm the Only One" (Melissa Etheridge) - Puck (Mark Salling)
  • "Girls Just Wanna Have Fun" (Cindy Lauper; notably covered by Greg Laswell) - Finn (Cory Monteith)
  • "Jolene" (Dolly Parton) - Beiste (Dot Marie Jones)
  • "I Kissed a Girl" (Katy Perry) - Santana (Naya Rivera), Rachel (Lea Michele), New Directions Girl's e The Troubletones
  • "Constant Craving" (K.D. Lang) - Santana (Naya Rivera), Shelby (Idina Menzel) e Kurt (Chris Colfer)

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