Agora sim, tudo está no seu devido lugar.

Quando o quarto ano de Fringe deu-se início não havia nada além de um enorme vazio - um "buraco" presente na vida de nossos personagens, o qual Olivia, em especial, sabia de alguma forma que havia de ser preenchido. Eis que surge Lincoln, o substituto, ou melhor, o "tapa buraco". Surge também Peter e então fica claro a quem de fato pertencia aquele lugar.

Logo, "tudo está in its right place". Menos Lincoln.

O parecer que "Everything In It's Right Place" nos deixa é de que Lee encontra-se na mesma posição de Olivia estava no início da quarta temporada, sem Peter, e na mesma posição que Peter no começo da segunda quando não tinha conhecimento de seu universo de origem: deslocado e infimamente solitário.

Com Walter e Olivia completos, Lincoln parece não servir. Mostra-se incompatível com o ambiente que vive e trabalha. Portanto, toma seu rumo para o lado B, onde soa feliz ao ver uma Olivia que não pertence ao seu universo e parece de fato encontrar o que mais procura: um lugar no mundo, mesmo que para isto sua versão camisa regata e celular de dread tenha que morrer.

A trilha melancólica de Michael Gianchinno no "previously on Fringe" já previa o que estaria por vir, uma despedida dramática para um personagem que mal tivemos tempo de dar boas vindas e até mesmo conhecer. Todavia, como em Fringe nada, absolutamente nada, acontece por acaso, a morte de Blincoln aparenta ser o gancho para a formação de um laço entre Bolivia e agente Lee e, desse modo, o primeiro passo para os desfechos de alguns dos dramas amorosos da série. Logo, Bolívia ficará com Lee, Peter com Olívia, Walter com Gene (vestida de FBI agent), Broyles com o Observador e Astrid com a Chapinha de 2026.

Porém, não esqueçamos de uma ressalva: a possibilidade de Blincoln estar vivo. Afinal, minha experiência em séries de ficção diz que "se não há corpo, não há morto" e por isso compartilho da teoria de que o mesmo não morreu por. Suponho também que ele tenha sido dado como morto a ordens do Coronel Broyles, por ter descoberto, possivelmente, algo que não deveria.

"Everything In Its Right Place" também abre espaço para discussões e temas como livre abrbítrio e destino, ao realizar uma comparação entre os dois Lincolns, levantando assim o seguinte questionamento: nossas vidas são alteradas pelas circunstâncias ou por nossas escolhas? Este 4x17 evidencia que apesar dos ambientes, pessoas e acontecimentos que alteram nossas vidas, fazemos nosso próprio caminho. Isso fica bem claro quando os Lincolns encontram apenas semellhanças em suas jornadas, mesma escola, mesma cidade, mesma criação, apesar da diferentça visível da personalidade de ambos.

Easter eggs:

O observador, nesta semana, foi um dos mais difíceis de se encontrar. Como de praxe, ele se encontra do outro lado da rua, observando nossos personagens em ação.


Esse detalhe é algo que muitas já devem ter notado, mas que faço questão de ressaltar aos que nunca perceberam: a faixa amarela "DO NOT CROSS", comumente usada para delimitar as cenas do crime, no lado B é vermelha, fazendo jus a cor da abertura:


O glyphs code da semana soletra a palavra DREAM que no português traduz-se SONHO. Como a maioria dos glyphs fazem menção ao episódio em questão, acredito que a palavra dream faça alusão ao sonho do antigo servo de Robert David Jones, cujo principal sonho era ser alguém importante, ou imortalizado.


Já vimos exemplos como este - aqui - e não é que a equipe de produção de Fringe resolveu repetir o feito: eles pegaram uma imagem divulgada no ano passado para promover a 4ª temporada e a colocaram na tomada de um episódio, como as escadas em expiral que vemos a seguir:


Pode ter sido intencional, pode ter sido coincidência, mas não pude deixar de notar o número 23 gravado na cabana dos drogados. O número pode ser uma clara referência aos números de "Lost", 4 8 15 16 23 42. Veja:


O título do episódio é inspirado em uma música de mesmo nome da banda Radiohead.

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