O poder está onde os homens acreditam que ele está. É um truque, uma sombra na parede. E um homem bem pequeno pode produzir uma sombra bastante grande.
Não há dúvidas de que a expectativa dos que leram os livros de R.R. Martin é maior do que a daqueles que nada sabem do futuro da história. Pois há esse fator de já saber o que virá e de fantasiar a cena na sua mente. Li por aí que muitas pessoas ficaram insatisfeitas com a incrível cena final do episódio, aquela em que Arya mostra sua genialidade. Falando em genialidade, além de Arya, Tyrion demonstrou a sua sabiamente. Essa temporada é dele, não tem como negar.
Esperto e ciente de tudo que ocorre no jogo, como ele mesmo diz, Tyrion afirmou no episódio que não pretende seguir Ned Stark até o túmulo e, para isso, está fazendo uma limpeza na casa. Aqueles que traíram os antigos Mão-do-Rei estão sendo excluídos. A tática do Duende foi sensacional, contou três versões de uma mesma história para os homens que poderiam ser desleais com ele, claro, sempre frizando que a rainha nunca poderia saber daquilo. Depois de espalhar as sementinhas, foi só esperar o resultado e descobrir quem seria o traidor. Pycelle, o velhinho tarado, que durante anos e anos vem trabalhando para os Lannisters entregou Tyrion para a irmã e teve seu castigo, além de ser tirado da cama e da companhia de uma mulher, foi mandado para uma cela escura, ainda por cima, perdeu a barba. Tyrion é o melhor Mão que os sete reinos já viram. Brilhante!
Sem falar que o baixinho é um exímio jogador do Jogo dos Tronos, suas jogadas são certeiras e descartando Pycelle e Janos, ele deixou Cersei, digamos, capenga, além de ameaçar tirar a filha de perto dela, fazendo-a passar pelo mesmo tormento que Cersei passou ao ser entregue à Robert, ato pelo qual ela sente raiva até hoje.
Enquanto isso, Catelyn chega em Stormlands para trabalhar a aliança de Robb com o rei Renly. Em sua chegada, ela vê a vitória de Brienne sob o irmão da recém-Rainha Margaery, Loras Tyrell, e sua conquista a um posto na guarda real. Que gigantona! Catelyn não tem papas na língua e responde à perguntas sobre o motivo de Robb não estar ali pessoalmente com a frase linda: “Meu filho está lutando uma guerra, não brincando em uma”. Palmas para Catelyn!
Já que estamos neste reino, vamos falar sobre Renly. Quem diria, hein? Demorei um pouquinho para reconhecê-lo no esfrega-esfrega com o CUNHADO, que ficou todo bravinho por Renly ter cedido o lugar na guarda para Brienne. Fez biquinho e tudo, sem falar que amarrou as calças e se fez de difícil. Parece que o povo anda comentando que a rainha ainda é virgem depois de duas semanas de casamento. Pudera, vocês perceberam a cara de nojinho do Renly quando a Magaery arrancou o vestido, toda sensualizando? A cara foi pior ainda quando ela o beijou. Eu ri com ela: “quer que eu chame o meu irmão? Posso ficar de quatro e você finge que eu sou ele”. What?? E o rei ainda se fez de desentendido. Esse povo pensa e age friamente quando se trata de conseguir o poder.
Joffrey – para nooooossa alegria – não apareceu de novo, assim como a khaleesi, será que morreu de fome? Robb também não apareceu. Quem deu as caras foi a Sonsa, que me pareceu mais bonita neste episódio, apesar de continuar chata de doer. Mas tenho pena dela por ser uma refém desta guerra, por ter que escutar os planos contra sua família e ainda ter que sorrir. E agora ela ainda tem uma aia nova, Shae, a amante secreta de Tyrion.
Theon me desapontou com sua escolha. Torci muito para que ele mandasse aquela carta, mas ele a queimou. Apesar de tudo que ocorreu no passado eu pensei que ele fosse leal a Robb e os Starks, que o consideravam como família, à sua maneira. E tenho a opinião que não importa o que ele faça, jamais vai conseguir recuperar o amor do pai novamente.
Em Winterfell, Bran tem novo sonho em que vê através do lobo e acredita que isso é possível, mas Luwin tenta dissuadí-lo, alegando que a magia já não está mais presente, que os dragões morreram e etc, mal sabe ele que a magia vive e muito!
E voltamos à cena final. Gostei tanto da conversa de Yoren com Arya, sobre conseguir dormir depois de ver tantas coisas ruins. Aí chegam os mantos dourados e acabam com a vida do cara que ajudou tanto a guerreirinha. Esta é a cena que falei lá no começo, quem já leu ela no livro disse que é mais emocionante, com mais luta e eu acredito mesmo. No entanto, acredito que do jeito que foi feita passou o que devia e foi agoniante. Logo que vi o menino pegar o elmo, já previ qual seria seu final. Mas achei que fosse acontecer de outro modo, que os próprios guardas o veriam com ele e presumissem que ele era Gendry. A saída de Arya foi perfeita, como o menino foi morto por ser arrogante e mandar que o guarda o levasse, já que não conseguia andar, ela salvou Gendry. Só espero que nenhum daqueles tansos abram a boca, né? Ou que o pessoal não seja esperto demais e note que como ele é loiro, não deve ser filho de Robert. E o que será que espera os sobreviventes da batalha em Harrenhal?
O episódio foi muito bom, com um balanço nas cenas dos núcleos e nos deixando cada vez mais ansiosos para o desenrolar da guerra. E o jogo dos tronos cada vez mais explícito.
O próximo episódio de Game of Thrones, Garden of Bones, será exibido no domingo, dia 22. Quem quiser saber um pouco sobre o que esperar pode conferir o promo: